CAPÍTULO 10 | RESULTADO

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Júlia

Fiquei a tarde toda trancada no meu escritório analisando uns relatórios de despesas da empresa, e tem muitos números que não estão batendo, preciso conversar com meu pai sobre isso, pode estar acontecendo algum roubo em baixo dos nossos narizes.

Saio da minha sala e vou em direção a Jéssica:

– Sabe se meu pai ainda está na empresa?

– Sim, ele e o Rafael ainda estão na sala de reuniões deste andar.

– Obrigada – Vou em direção à sala que eles estão com os relatórios na mão.

– Júlia? – Escuto a voz da Jéssica e me viro para olhá-la.

– Sim?

– Eles haviam solicitado para não serem interrompidos.

– Eu sei disso, mas o caso é mais importante do que você pensa, por isso vou entrar lá, se me der licençaViro-me e caminho em direção à sala em que eles estão, dou três batidinhas leves na porta e escuto um:

– Entra – Meu coração dispara ao ouvir a voz dele. Entro na sala e fecho a porta atrás de mim.

– Desculpa interromper a reunião, mas é algo serio.

– Senta Filha – Meu pai oferece indicando a cadeira que fica ao lado do Rafael e ele esta sentado a frente. Faço o que ele pede e me sento ao lado do Rafael que fica encarando todo o meu corpo, sinto minha bochechas esquentarem quando olho pra ele e sinto seu olhar penetrante em mim.

– Então, o que aconteceu? – Meu pai diz e eu começo a falar:

– Estava verificando os registros das despesas da empresa, e pelo que aparece em números aqui, está sendo gasto mais que o necessário para algumas coisas, estou desconfiada de estarem usando a despesa para desviar algo... – E assim continuo explicando a eles todos os números que não fecham com os gastos atuais.

Depois de analisarmos todos os relatórios, realmente os cálculos não fecham, meu pai se levanta e diz que vai contratar uma equipa especializada para descobrir quem está por trás disso, e pede para mim e o Rafael ficarmos na sala e decidirmos o que fazer quando pegar quem está roubando. O problema é deixar eu e o Rafael sozinhos na mesma sala.

Assim que meu pai sai da sala a tensão fica perceptível e o silêncio cai sobre nós. Para quebrar o gelo eu digo:

– Então o que vamos fazer? Você é o advogado, tem que saber como agir nesses casos.

– Temos duas opções, e a escolha vai ser sua, já que é a diretora desta filial. Podemos simplesmente pedir para a pessoa se retirar da empresa por boa vontade, e nunca mais botar os pés aqui ou...

– Deixa-me entender, nesse caso a pessoa fica impune do que fez? – Pergunto incrédula pra ele.

– Sim, nesse caso sim, mas temos a outra opção, que seria iniciar um processo de roubo na empresa, isso inclui chamar a polícia, prender ele, ir para o tribunal brigar porque a pessoa vai contratar um advogado que vai querer ele livre da cadeia, mas com toda certeza a impressa vai cair em cima deste assunto.

– Eu quero a segunda opção, por mais que eu odeie ter que expor a empresa desta forma, essa pessoa não pode sair impune, e eu sei que você vai conseguir manter ela presa pelo que fez através do tribunal.

Nossos olhares se cruzam neste momento, e tudo o que eu sinto vontade é de pular no seu colo, mas ai eu me lembro do seu futuro filho.

– Júlia, a gente precisa conversar.

Meu Vizinho - Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora