"É só sorrir pra mim
Que a vida que eu vivi sem você
Eu quero desviver"
Enquanto estavam sentados no sofá Alice se recordou de algo que leu uma vez, uma coisa sobre uma das leis de Murphy que dizia algo como " Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira e causando o maior dano possível". Na época ela trabalhava em um artigo para o Registro, e lembrou de ter achado esse dizer um completo drama, algo que pessoas "fracas de espirito" repetiam para si mesmas para tirar de si a sua responsabilidade pelas merdas que aconteciam em suas vidas. Agora, analisando os acontecimentos, até seria possível acreditar que algo maior estava constantemente tentando lhe tirar a paz.
- Vamos todos nos acalmar, okay? Ele provavelmente só disse isso com o intuito de nos assustar... De assustar você e sua mãe principalmente, Betty. - FP tentava acalmar os ânimos de todos, mas ele próprio sentia um frio na espinha.
- FP está certo. Betty - Alice falou chamando a atenção da filha para que ela levantasse o rosto, que tinha sobre as mãos, e a olhasse. - Ele não pode mais nos machucar, tudo que ele quer é mexer ainda mais com nossa cabeça... Ele está preso, e provavelmente continuará preso pelo o resto da vida por tudo que fez - Sua voz saiu embargada - Então tente esquecer isso, okay? Suba e deite um minuto, Jughead pode lhe fazer companhia.
Betty levantou e subiu as escadas acompanhada de Jughead, mas antes que chegassem ao topo levaram um susto com o grito em uníssono de FP e Alice "Mas deixem a porta aberta".
FP esquentava água para o chá que resolveu fazer com intuito de acalmar os nervos de todos enquanto Alice retornava as ligações de Polly. Aparentemente, Betty havia ligado para muita gente procurando pela mãe na noite anterior, e isso fez com que Alice se sentisse mal pela preocupação que causara na filha, mas esse não foi o único pensamento que brotou em sua mente quando lembrou da noite passada. Betty e Jughead podiam estar abalados pela ligação de Hal, mas logo acalmariam os nervos e começariam com os questionamentos. Não seria difícil juntar dois mais dois para perceberem o que aconteceu. Ambos, Alice e FP, passaram a noite sumidos, sem atender o celular e ainda chegaram juntos à casa, ela não estaria surpresa se Betty descesse as escadas a qualquer momento com tudo na ponta da língua. Precisava pensar em algo para contornar a situação, mas sua cabeça agora doía com todo o estresse jogado em cima dela.
- Al, você está bem? - FP falou enquanto passava as mãos pelos ombros de Alice.
- Eu não consigo acreditar em como Hal consegue ser um peso em nossas vidas mesmo estando preso. - Ela disse com a voz cansada e batendo a mão na mesa da cozinha. - E ele ainda ameaçou você... Ele colocou você no meio disso.
-Hey, calma. Eu falei sério quando disse que o intuito dele era só nos assustar. Aquele bastardo não pode fazer nada, e provavelmente essa história de "conhecer pessoas que possam nos machucar" é só para nos fazer ter medo.
- Mas porque usar você na ameaça? Sabe... Algo me passou pela cabeça, e se ele sabe, e se ele sabe sobre... Nós? - Ele apertou forte a mão dela que começou a tremer.
- Alice, isso é impossível. Por favor, não deixe que ele consiga o que quer, não deixe que ele desestabilize você e Betty ainda mais do que ele já fez.
- Eu só queria poder dar uma surra nele por tudo que ele fez. - Sua voz soou ácida e ao mesmo tempo cansada.
- Talvez eu possa visitá-lo na prisão e levar... Não sei, talvez um tijolo para jogar em sua cabeça? - Ela riu com a tentativa de FP de alegrá-la com a menção a vez em que ela jogou um tijolo no Registro.
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Time To Learn From Our Mistakes
RomanceDepois de revelado quem era o misterioso homem por trás da mascara, aquele conhecido por Blackhood, Alice assistia do sofá da sala a sua vida passar. Sem perspectiva de futuro e nenhuma força para viver o presente ela se corroía atormentada por seus...