Mais tarde Brook e Cohen me ajudam a preparar o jantar para nós.
— Cohen você pode largar o celular e dar alguma ajuda. — reclama Brook pela centésima vez.
Cohen guarda o celular no bolso e faz uma careta aborrecida.
— Que tal colocar os pratos na mesa.
— Vocês acreditam que o Carl me deu um fora. — ele diz chateado.
— É o que acontece quando se envolve com os caipiras do Oeste. — Diz Brook ao colocar salada na mesa.
Nos sentamos para jantar e se não fosse pelas piadas de depreciação de Cohen tudo pareceria extramente assustador. Eu e Brook nos olhamos, sabíamos que Cohen era a nossa luz, mais hilária e otimista o que nos fazia não ver tudo de maneira tão catastrófica como de fato era. Dessa vez não comemos em silêncio, nós estávamos como deveríamos estar, como sempre fomos, entusiasmados, rindo, conversando, como a muito tempo não fazíamos. E eu me sentia bem, como eles.
— E como esta indo a escola do norte? — perguntou debochado — Os caras são bonitos?
— São babacas. — eu disse, lembrando do meu encontro com Jason Brewster no corredor.
— Certo, que tal lavar os pratos agora? — disse Brook se levantando com seu prato em mãos.
Brook não gostava do norte tanto quanto eu e nunca entendeu muito bem o fascínio de Cohen por aquele arrogante distrito que acreditava ser superior a qualquer outro. A verdade é que sempre nos olhariam com hostilidade se soubessem de onde somos. Mas independente disso, eu, Brook e Cohen nunca negaríamos nosso lugar e nem desonraríamos nosso juramento.
— Mas, então, não fez amizade com ninguém?
— Ah, na verdade, tem uma garota.
— Achei que garotas fossem a minha especialidade. — brinca Brook.
— Não é nada disso seus idiotas. — ri, sacudindo a cabeça.
— Qual nome dela? — Pergunta Brook agora interessada.
— April Sonrenson.
— Por que não chama ela qualquer dia aqui, para nós conhecermos? — sugere Cohen.
— Não! Quer dizer, bem, eu só conheço ela a uma semana e ela não é como a gente. — digo limpando um copo.
— Como a gente? — repete Brook arqueando a sobrancelha.
— Ela possivelmente é virgem, além de ter aquela paixão reprimida pelo cara do time, clichê. Ela mal abre a boca e fica vermelha só de receber um olhar, talvez nem possa sair de casa.
— É, não é como gente. — concorda Cohen zombando.
— Não mesmo, principalmente ao Cohen! — o provoca Brook ao risos.
— Ei! — ele se queixa.
Logo depois de assistimos um filme disse a eles para ficarem, a noite estava muito fria e escura para sair na floresta e mais do que isso eu os queria comigo.
Tomar café da manhã com meus amigos me animou só para logo depois me deixar totalmente para baixo. Caminhamos juntos ate a estrada. O que já fizera muitas vezes com eles mas dessa vez era diferente, nos separaríamos assim que saíssemos da floresta, Brook e Cohen iriam para o sul e eu para norte de Beertown. E quando chegou a hora, eles pararam em minha frente e ficaram por algum tempo me analisando, quem sabe se perguntando como eu ficaria assim que dessem as costas, eu sorri e os confortei dizendo:
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Beertown a cidade dividida
Teen FictionCharlie é obrigada a mudar de escola pelos caprichos de sua mãe, ela tem certeza não se encaixar, viveu a vida toda no sul da cidade, odeia todos do norte e sua constante sede de poder e superioridade, mas principalmente, ela odeia os Brewster. Beer...