Beertown a cidade dividida

Escolha

Evan sempre disse que o batom marrom me caia bem, e eu não discordo, se tornou o meu favorito. Mas por esses meses não o tenho usado tanto, não estava tão disposta a me arrumar. Meu pai já havia me dito em ligação que eu tinha que continuar da onde eu parei, que seria difícil, que eu me sentiria sozinha em boa parte do tempo, mas que Boomslangs perseveram e eu prometi a ele que ficaria bem. Talvez ele tivesse medo de com as tantas coisas que eu tenha perdido, eu venha a me perder, no entanto não acho que eu o faria, porque se tantos outros queriam estar no meu lugar, livre ou até mesmo vivo não seria certo, comigo ou com eles. Desistir de qualquer forma que fosse nunca aconteceriam e alias uma promessa jamais é descumprida.

Vesti o meu melhor jeans, quem sabe me desse algum tipo de sorte, Cohen acreditava nisso quando se tratava de suas meias de unicórnios eu o ouvi reclamar algumas vezes que ela não funcionará mas também já o ouvi elogiar aquela meia e talvez eu estivesse sendo fantasiosa demais assim como Cohen mas nada de tão ruim poderia acontecer hoje. Era sexta-feira, visto uma regata preta e em seguida a minha jaqueta favorita qual sempre orgulhosamente uso, pensei em como estava April agora, animada enquanto escolhia sua melhor roupa, ela até era uma garota legal, esperava que desse tudo certo essa noite para ela.

Terminei na sala de estar que não era longe da cozinha já que a casa apesar de confortável era pequena, sentada no sofá amarrei os cadarços do meu coturno e quando pronta sem demora ouvi a buzina da moto do meu pai. Conferi todas as janelas do primeiro andar, mesmo que soubesse que ninguém tão perto daqui ousaria remexer. E enfim com o capacete reserva em mãos fui a varanda.

— Meu pai fica bem melhor nela. — disse.

— Mas acho que ela gosta mais de mim. — debochou Caleb Tran.

— Ah, eu duvido muito disso. — caminhei até ele — porque eu acho, que eu sou a favorita Caleb. — rimos.

— Claro! — ele disse irônico — Sobe, favorita.

Havia duas pessoas com quem eu me sentia segura como passageira de uma moto e Caleb não era nenhuma delas. Segurei forte enquanto ele dirigia até o bar, senti o seu abdômen se retrair algumas vezes em risos no caminho. Quando chegamos não demorei para pular da moto e respirar.

— Estava muito rápido? — ele perguntou com um sorriso no rosto.

— Vá se ferrar, Tran.

— Na próxima eu pego leve. — ele zomba.

— Na próxima eu piloto.

Adentrei o Southern bar. Hoje não havia tantas pessoas, Cohen me avisou que iriam a casa de alguma garota do sul, parece que ela fazia aniversario hoje e os dois foram convidados para uma pequena festa do quintal da casa o que significava em algum lugar da floresta. Brook não estava muito animada mas foi mesmo assim. Cohen era muito insistente. Disseram que eu deveria aparecer lá depois que o bar fechasse e talvez eu fosse. Havia muitas pessoas que estariam lá que eu não via desde quando fui obrigada a sair da escola, e eu queria vê-los. A minha saída foi repentina, não mais do a de Evan, mas havia sido tudo tão rápido. Eu e Evan começamos tudo aquilo, nossa saída, provavelmente deixou todos de mãos vazias.

— Boa noite, Stevan Tran! — digo me aproximando do Balcão.

— Srt. Parker! Uma bela noite, assim como você. — diz Stevan brincalhão.

— Stevan eu sei que o Evan não está aqui, mas respeita o cara. — disse Caleb.

— Qual é, é brincadeira. — retrucou Stevan.

— O que? — olhei de Stevan a Caleb — e mesmo se não fosse Caleb, qual é o maldito problema? E sabe de outra coisa, ele teria que me respeitar e não ao Evan.