Capítulo 9

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Naquela manhã eu acordei com o vazio da cama ao meu lado. Chovia muito e creio que algum trovão tenha me acordado:

-Lexa?- Chamei mas não obtive respostas

Levantei-me então preguiçosamente, esfreguei meus olhos e sentei-me na cama e chamei por Lexa mais uma vez e a resposta foi, de novo, o silêncio. Chamei mais alto a fim de que se ela estivesse lá fora pudesse me ouvir mas nada aconteceu. Onde estaria Lexa no que eu diria ser oito horas da manhã em um dia chuvoso?

Eu levantei e fui até a entrada da nossa cabana e olhei por fora mas a chuva dificultava minha visão e tudo que eu via era a vastidão da floresta. A agua batia no chão e ora entrava para uma poça ora penetrava as raízes da terra. O cheiro da chuva entrava pelo meu nariz e me lembrava como aquela sensação sempre era única para mim, eu amava isso. Senti, naqueles poucos segundos enquanto olhava para fora, aquilo que denominam liberdade, mas não foi a primeira vez. Enquanto no palácio eu nunca tinha sentido isso, com Lexa e entre as florestas esse sentimento corria pelas minhas veias. Eu não tinha medo de conversar com ela de maneira informal, ela não me repreendia. Eu não tinha medo de andar meio "largada" às vezes, ela não me puxava pelo braço e falava "onde estão seus modos, Clarke". Eu sentia que com ela eu poderia ser uma pessoa de verdade e não um robô programado a andar com o queixo erguido, o nariz empinado e a mão acenando e sempre com um sorriso falso no rosto. Lexa me fazia sentir-se viva e eu amava essa sensação.

Resolvi esperar pelo retorno dela na cama, sentada com meus pés cruzados em minha frente. Eu estava preocupada, não nego, não sabia onde ela foi e se estava com alguém, nem sequer sabia se estava bem, se ela não voltasse logo eu iria procura-la com chuva ou sem chuva eu iria encontra-la não importo-me se corro riscos, Lexa vem primeiro.

As horas pareciam não passar, então juntei alguns carvões e uma folha para desenhar Lexa, fiz ela dormindo, como gravei a imagem que tive dela uma vez quando acordei no meio da noite e ela dormia sozinha naquela cama e eu achei adorável. Admiro que ela, toda brava e imbatível tenha dormido perto de mim sem nenhum problema. Eu acho o fato de dormir perto de alguém algo nobre, talvez seja tolice minha mas é o único momento em que você realmente está vulnerável e você confia teu bem-estar naquela pessoa próximo a ti, acho isso de bastante coragem.

Quando terminei meu desenho o coloquei nas paredes da cabana, estava ali tão lindo e era a única coisa que decorava aquele lugar. Coloquei meus braços diante minha cintura e fiquei ali o admirando, é claro que minha obra jamais seria tão atraente quanto a real. Lexa era realmente uma mulher admiravelmente linda e eu me encantava por cada detalhe de seu rosto e da sua personalidade.

Voltei a sentar-me na cama entediada, pensando o que eu faria e estava prestes a sair em sua procura, mas me surpreendi quando vejo uma figura cabisbaixa e encharcada adentrar a cabana, Lexa. Fui ao seu encontro desesperadamente:

-Lexa, meu bem, o que aconteceu? Onde você esteve?

Mas ela não me respondeu:

-Lexa, meu Deus você está encharcada, vamos tirar essa roupa agora!

Não havia uma parte do seu corpo que a chuva não havia tomado, se ela não ficasse com uma grande pneumonia estaria com uma grande sorte.

A sentei na cama e puxei de seu corpo a sua camiseta preta de manga longa molhada. Lexa, por sua vez, não proferiu uma palavra sequer continuava calada mas ao menos colaborava para eu tirar sua roupa. Uau, essa soou de forma estranha.

Após tirar sua calça e suas botas, seu corpo estava agora semi nu, ela não usava uma roupa de banho como era costume usar, teu sexo e tuas mamas se tampavam por um sutiã e uma calcinha e ela tremia, céus como tremia! Sua boca estava roxa e ela já se assimilava a um cadáver e aquilo partiu meu coração. Aquela manhã estava demasiada fria para quem estava seco, imagina para Lexa encharcada pela chuva. Apressei-me a pegar uma longa blusa para ela e uma calça larga, as primeiras e mais confortáveis que vi. Dirigi-me até ela e levantei suas pernas, me sentia cuidando de uma criança, e então vesti a calça nela e assim fiz com a blusa, levantando seus braços e a vestindo:

Under the princess' commandOnde histórias criam vida. Descubra agora