Capítulo 5

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Na manhã seguinte, despertei com o canto dos pássaros. Este seria um prazer ao qual jamais me cansaria. Lexa já havia levantado e, após me espreguiçar, fiz o mesmo. Eu a encontrei sentada num tronco de árvore que provavelmente teria caído, estava afiando uma lança.

-Sinto lhe incomodar, mas eu queria perguntar-te se haveria possibilidade de me conseguir novas roupas- Eu a questionei com medo de sua resposta- Eu sei que estamos há quilômetros de distância de qualquer região habitada, mas não posso ficar com a mesma vestimenta para sempre.

Ela me olhou profundamente, analisou minhas roupas e depois levou seu olhar de relance ao céu e ao chão:

-Creio que podemos dar um jeito nisso, mas não será fácil e pode ser arriscado.

-Eu ouso arriscar.

Lexa me olhou com um olhar duvidoso, ela parecia estar esperando esta minha resposta. Eu sei que seria perigoso, mas não poderia ficar em uma situação deplorável. Eu já estava parecendo um andarilho, tomando banho de vez em quando e o resto de minha higiene não era mais a mesma. Me pergunto como ela consegue ser assim, parece estar sempre tão limpa, tão bela...

-Partiremos hoje- Lexa disse- Você está de acordo com isso?

-Sim, totalmente!- Eu disse com um sorriso- Que horas?

-Em uma hora, após o café.

(***)

Separamos algumas coisas antes de sair, Lexa pegou moedas de ouro que conseguiu em apostas ou furtos, e partimos. A viagem seria longa, iriamos à Cidade das Luzes, eu já ouvira falar desse lugar, mas nunca o visitei. Lexa me disse que lá não seria tão perigoso, segundo ela, as pessoas até parecem estar em outro universo, pois estão sempre desligadas do que está ao seu redor, fiquei um pouco com medo disso. Mas não temia ser reconhecida, minha suposta guardiã pintou meu rosto e bagunçou meu cabelo a um ponto de que nem minha mãe me reconheceria, e ela prendeu o seu da maneira de sempre e também pintou seu rosto, ela é tão linda...

Depois de longa hora somente andando, resolvi quebrar o silêncio, não poderia deixar minha relação com Lexa parecer tão fria:

-Então, você já foi para a Cidade das Luzes?

-Por que acha isso?

Céus, era tão difícil para ela me responder sem uma pergunta acompanhada?

-Porque você parece certa do caminho.

-Ah! Sim, já vim. Há muito tempo.

-E porque nunca retornou?

Eu estava certa de que queria conhece-la melhor, e seu humor estava aparentemente razoável, então por que não aproveitar?

Ela tomou um longo suspiro antes de me responder:

-Não gosto de andar por toda essa extensão sozinha.

-Isso é estranho- Afirmei- Você vive sozinha, que problema teria em caminhar até aqui?

Mas ela não me respondeu. Eu espero não ter a magoado.

-Então -Tentei contornar a situação- a última vez que foi lá, você tinha companhia?

-Sim, Clarke, eu tinha. Passei por lá quando era mais nova, muito mais nova, e antes que pergunte, quem estava comigo não está mais entre nós. É por isso que não fui para lá mais.

-Eu só estou tentando te conhecer melhor. Me desculpe por te trazer estas lembranças de novo, indo até lá.

-Não se desculpe. Quero aproveitar.

Under the princess' commandOnde histórias criam vida. Descubra agora