Storm

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Lauren Jauregui's POV

Já era a terceira reunião do dia e eu estava mais que impaciente. Minha cabeça começara a doer depois da segunda, o que significava que naquele momento qualquer motivo era suficiente para que eu perdesse a paciência. Mas é claro, não há espaço para indisposição nesse ramo. Com um sorriso cordial, conduzi a conversa a fim de terminar com aquilo o mais cedo possível. Verônica estava cuidando de assuntos internos enquanto eu fazia a parte "social". Ela diz que por algum motivo as pessoas tendem a dizer mais sim do que não a mim. E eu sou obrigada a concordar.

- Senhorita Jauregui, se me permite perguntar, sobre o potencial de destruição desse novo armamento... - O homem que vestia um terno perfeitamente alinhado começou quando o interrompi de súbito.

- Senhor Orlov, não há motivos para que duvide da minha habilidade em prover poder bélico. Matar não é problema para o senhor e ganhar dinheiro não é definitivamente um problema para mim. - Falei olhando diretamente para o homem que agora me olhava sem saber ao certo como reagir. - Sendo assim, se o senhor quer destruição, é o que lhe darei. Mas presumo que esteja ciente que esta é uma via de mão dupla. - Naturalmente nessas situações meu tom de voz era mais grave e firme.

- É... É claro senhorita. Não quis desrespeita-la. Contudo, devo sempre estar seguro das transações comerciais que realizo. - Orlov fala de maneira que me pareceu um tanto insegura. Eu me contentei em suspirar levemente. - Pois bem... De que ordem seria a quantia da qual falamos? - Pude perceber que ele começava a ficar levemente desconfortável. Sorri com o canto dos lábios.

- Veja bem, Orlov. Meu negócio não é exatamente um dos mais bem vistos. Muitos acham que as armas fazem o mundo violento. Contudo, o que eles não vêem, ou melhor, ignoram, é que são as pessoas que fazem dele o que é. O ser humano é violento por natureza, eu somente dou a ele o poder de realizar seus desejos. - Sorri de forma sarcástica olhando diretamente nos olhos do homem. - Então me diga, Mikhail. Está disposto a pagar bilhões de dólares pela realização dos seus desejos? - Mantive meu sorriso, debruçando meu corpo levemente sobre a mesa esperando a reação de Orlov, que agora tinha seus olhos arregalados. Logo, sua expressão suavizou e ele ajeitou a gravata, aproveitando para corrigir a postura na cadeira.

- Um momento, sim? - Acenei positivamente com a cabeça, permitindo que minhas costas fossem de encontro ao encosto da cadeira novamente. Ele agora se inclinara para o lado, conversando em tom mais baixo com os homens que o acompanhavam. Não podia ouvir o que falavam, por estarem do lado oposto da mesa, mas também pouco me importava. Enquanto esperava uma resposta, reli rapidamente alguns parágrafos do contrato que repousava na mesa à minha frente e quando terminei, passei a observar o restaurante. Eu não a vi entrar, de modo que sua presença só foi notada por mim quando seus olhos encontraram os meus em meio às outras pessoas no salão. Camila e uma outra mulher, que me lembrava vagamente de ter visto no café, estavam sentadas numa mesa relativamente próxima a que eu estava. Por um momento pensei que poderia ser algo como um encontro, mas a julgar pelo jeito que conversavam, parecia que a outra mulher era uma amiga. Não que eu ligasse. Se não fosse um encontro, ótimo. Se fosse, bom, alguém escolheu a mulher, a hora e o lugar errados. Sorri olhando para ela, que agora definitivamente sabia que eu a olhava, já que escondeu seu rosto atrás do menu, como se eu não soubesse que ela o fizera para evitar meu olhar.

- Senhorita Jauregui? - Desviei minha atenção da mulher rapidamente. Orlov olhava para mim como se já fosse a vigésima vez que me chamava. - Eu e meus associados decidimos que fecharemos o negócio. Quando pode fazer a entrega do produto? - Sorri abertamente para o velho.

- Perfeito! Dentro de alguns dias o receberá, não se preocupe. - Com um movimento delicado, capturei a taça de vinho que antes estava sobre a mesa, a erguendo na altura de meus ombros, sustentando um sorriso que agora por algum motivo se fazia mais fácil de fingir. - Ótimo fazer negócios com o senhor.

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