Jogue as Cartas

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Meu celular desperta às quatro e meia. Fui dormir cedo para dormir bem e ir à casa de Jack, para arranjar um jeito de marcar outro encontro com ele. Há algumas mensagens de Mendson na caixa de entrada, mas nem dou bola. Ele já não tem mais essa moral toda comigo.

Levanto e me troco. Olho pela janela. Hum, está chovendo. Mas não quero saber, visto um jeans justo uma camiseta também justa, sutiã e calcinha comuns. Solto meus cachos e ela estão lindos, bem modelados. Desço para a cozinha. Como um pedaço de bolo de erva-mate e tomo café com leite. Saio às cinco e dez e dirijo sem pressa até a casa dele. Monto campana por um bom tempo. Finalmente, o vejo. Sete horas da manhã e ele sai . Jaqueta de couro preta, um jeans simples, tênis e óculos escuros. Uau, ele é um bad boy! 

Já parou de chover. Abre a porta do seu Jaguar XJR e acende um cigarro. Dá a partida e eu manobro o meu carro para ir atrás dele. Ele dá umas voltas e segue para um bar que eu conheço e eu o sigo com cautela para que não me veja. Ando mais para frente para não levantar suspeitas e estaciono o carro para voltar ao bar à pé.

Quando entro no estabelecimento, ele parece envolvido numa discussão com um cliente. Parece até que vai puxar a arma. Mas o homem me nota e fica me encarando, deslumbrado e isso é o suficiente para Jack perder o interesse na discussão. Seu queixo cai quando me vê e parece feliz em me reencontrar. O homem que escapou por pouco vaza do bar, mas Jack não está nem aí pra ele.

Vendo que sua reação foi positiva,  finjo que não o conheço, para que se remoa, embora eu queira transar loucamente com ele.
Jogo meus cachos na direção de seu lado para que ele não veja meu rosto e peço um copo de room.

Quando sou servida, ele se aproxima. Parece nervoso e isso quase me faz sorrir. Dou o primeiro gole e fico girando o dedo em círculos na borda do copo. Vejo-o rapidamente
colocar o braço no balcão para que eu veja sua mão. Está perto demais, e seu perfume me faz quase me atirar em seus braços. Ele é muito cheiroso.
Ah, o poder do desejo! Vejo que ele saca da carteira, uma nota de cem dólares e diz secamente para o dono do bar:

- Aqui amigo, deixe o room da morena por minha conta. E fique com o troco.

Não digo nada, mas esboço um sorriso e sua atitude posterior, foi levantar a mão e tirar meu cabelo da frente de meu rosto.
Desvio, virando o conteúdo do copo goela abaixo, virando as costas para ele secamente, e como ele fez a gentileza de me pagar o room, vou embora. Só espero que ele venha atrás.

E vem. Me segue determinado e ponho meu óculos no rosto e ando tranquilamente, indo para onde deixei meu carro, com as mãos no bolso da minha jaqueta, sentindo o ar úmido de Los Angeles em mim e me  limito a olhar para a frente. Ele continua me seguindo obsessivamente e de propósito, com um sorriso travesso no rosto, começo a rebolar. Disposta a despistar o meu perseguidor, adentro um beco e espero ele passar. Quando aparece, puxo-o pela gola da jaqueta de couro e encosto ele com violência na parede.

- Está me seguindo por que? -  digo com aquela voz que falei com ele há cinco dias atrás.

- Você deveria se mostrar mais grata pelo room que te paguei. - ele dá uma de espertinho.

- Você não me respondeu. -  digo com rispidez para parecer com raiva.

- Quero saber seu nome. - ele diz, finalmente cedendo.

Rio da sua cara provocando seu estranhamento.

- O que um gogoboy iria querer comigo? Pensei que homens como você se limitassem a agir profissionalmente, mas você é ridículo! - digo secamente.

- Ora, vamos, me diga seu nome! - ele se exaspera e segura meu pulso que está na sua gola, pressionando com força com a mão.

- Não interessa meu nome. - digo mais fria ainda.

Damaging Bullet Hearts - Versão Monik Stivens Onde histórias criam vida. Descubra agora