FIRST LESSON

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SOL P.O.V

    Eu acordei com o sol forte entrando pelas frestas da minha janela. Eu não havia esquecido da tarde de ontem, muito menos da promessa que eu havia feito tanto à ela quanto ao meu subconsciente.

    Me levanto da cama, tomo um banho e enquanto preparo meu café da manhã, minha mente começa a trabalhar de verdade. Eu prometi que a ensinaria a como viver, mas como faria isso?

    Primeiro: o que seria ensinar alguém a viver? A princípio, minha ideia era que ela renascesse no dia de ontem. Pudesse ver como a vida é de uma nova forma, de uma nova vida. E nessa nova jornada, eu seria o tutor.

    Segundo: o que eu deveria ensinar? Bom, essa é uma boa pergunta. Para que um depressivo melhore, precisamos que os seguintes passos sejam realizados: autoaceitação, traçar metas de vida, buscar sua felicidade, ocupar sua mente e se auto-completar, não necessariamente nesta ordem. Então era exatamente isso que eu iria ensiná-la a como fazer.

    Terceiro: quanto tempo isso vai durar? Do jeito que eu imagino que as coisas estejam fluindo, acredito que um mês para cada lição seja algo relativamente necessário, no mínimo.

    Quarto: como eu deveria fazê-lo?

    Acho que percebemos de forma clara que eu não sou o mais especialista nisso, mas eu ia tentar. Se ninguém até o presente dia tivesse a humanidade de ajudá-la como ela merece ser ajudada, eu terei.

    Quando meu café já estava pronto, coloquei em cima da mesa e me sentei na cadeira. Em que ordem eu deveria passar as lições? Talvez buscar a felicidade, ocupar a mente, traçar metas de vida, autoaceitação e por último, se auto-completar.

    Ao terminar de comer e deixar o prato sujo na pia, peguei meu material da faculdade e meu celular. Antes de sair, enviei uma simples mensagem à Lua e depois corri em desparada para não chegar atrasado.

    "Lua, estou indo para a faculdade. Sairei de lá às 13hrs, me encontre na velha ponte do lago. Espero que esteja pronta para a nossa primeira lição~"

LUA P.O.V

    Por quanto tempo dormi?

    Eu já havia esquecido do quão era bom ter paz em casa. Talvez essa seja o único ponto positivo de tudo isso.

    Quando olhei no relógio, já eram doze e meia. Sendo bem sincera, eu ainda estava afim de dormir, mas logo que olhei na tela do celular, vi uma mensagem de um número desconhecido.

    Eu não cheguei a pensar duas vezes, era Sol. Eu sabia disso, afinal ninguém mais pretendia me mandar mensagens. E eu achei que ele também não pretendia.

    Me apressei de verdade assim que percebi que ele estaria me encontrando na ponte. Não importa o quanto eu estivesse destruída, eu nunca deixaria alguém me esperando, não importa onde for. Tomei um banho, vesti algo simples e peguei meu celular junto aos fones, depois fui caminhando até a ponte.

    Meu vestido, meu cabelo e meus olhos eram da mesma cor. Isso poderia ser considerado extremamente bizarro, mas era a coisa mais normal que me acontecia no momento. Sinceramente, era muito estranho como isso acontecia. Eu costumava ser uma filha da lua por ter cabelos longos acinzentados e olhos também cinza, mas não achei que encontraria um filho do sol também.

    Sol... Cabelos ruivos, olhos levemente alaranjados. Ficava até difícil dizer que ele não possuía nada de interessante. De certo modo, não éramos nada parecidos, éramos opostos, mas o que é irônico mesmo é que a lua é um astro luminoso, precisa sempre da luz do sol para que possa brilhar.

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