Prólogo

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—  Como você pôde fazer isso, Will? Nosso casamento seria em Setembro! —  As lágrimas escapam dos seus olhos levando todo o rímel e o lápis escuro, espalhando-os ao longo de suas bochechas rosadas toda a escuridão que eu causei por puro capricho.

—  Me perdoe Amber, me perdoe amor. Por favor! — Peço em desespero, a voz embargada pelo choro contido, as mãos trêmulas que tentam alcançá-la.

Não me toque, desgraçado! Você acabou com a minha vida, Will. Acabou com tudo! —  Seu grito ecoa pelo apartamento vazio. O nosso futuro lar, ou talvez, não mais.

Por favor, Amber. Fique calma! — Peço mais uma vez tentando alcançar o corpo esguio coberto pelo pesado sobretudo verde, o mesmo sobretudo que ela usou na nossa viagem para a Rússia, ano passado.

Calma? Você está me pedindo calma? -
— Sorri ironicamente alto, passando a mão nos cabelos compridos de cor acobreada. — Me diga William, você pensou em ter calma quando comeu aquela vagabunda da Lucy? Você teve calma para pensar que ela procuraria a droga da mídia para falar que tinha um caso com você? Pensou na nossa família, nos nossos amigos? Pensou em mim?

—  Me perdoe, me perdoe... —  São as únicas palavras que saem dos meus lábios, que ecoam na minha mente.

Vá para o inferno, William. Vai se ferrar! Essa farsa toda acabou. Essa merda acabou! Você, William Young, é uma mentira!

—  Amber, não... amor, por favor. Nós nascemos um para o outro. Por favor, não desista de nós por um mero deslize! — Peço ajoelhado ao seus pés, abraçando-a pela cintura, encarando-a com a visão turva das lágrimas que não consigo conter.

Nós? —  Amargurada me empurra, dando passos para trás, me afastando com puro semblante de nojo nas feições. Eu choro livremente, o peso dos meus erros recaindo sobre mim; o universo cobrando a alta dívida que tentei deixar para trás. —  O "nós" deixou de existir a cinco meses atrás quando você resolveu ter um caso com uma vagabunda interesseira faltando seis meses para o nosso casamento. Seis meses! A droga do "nós", William, deixou de existir ontem quando a sua puta resolveu entregar o caso de vocês, para que o mundo inteiro zombasse da namoradinha corna do magnata dos diamantes. Nós dois acabamos aqui, Will. Eu liberto você agora para viver o seu caso amoroso!

Amber vira de costas e caminha até a porta, sai sem olhar pra trás me deixando de joelhos no chão de porcelanato. Olho ao redor, limpo as lágrimas com força, esse seria o nosso lar, a nossa casa, onde os nossos filhos cresceriam. As paredes brancas seriam as testemunhas da nossa felicidade, dos momentos bons e dos ruins também, mas os nossos momentos. Fico de pé, me ergo com dificuldade, mas em mim grita a certeza de que farei de tudo para que ela me perdoe. Os meus passos ecoam pelo lugar vazio, meu sapato estalando a cada passada rápida e forte enquanto caminho em sua sua direção, mas não a alcanço a tempo, o elevador se fecha diante dos olhos tristes de Amber, minha linda Amber.

A Última Chance (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora