🌵 4 - Lucas

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Hoje é Sábado

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Hoje é Sábado... mais uma vez! Mais um dia de bar lotado, de muito trabalho, casa cheia de pessoas que querem curtir uma noitada com os amigos; outro que desejam apenas encher a cara e afogar as mágoas em silencio; casais felizes, paqueras disfarçadas, outras nem tanto. Sempre a mesma coisa!

Uma semana depois — a semana do grande beijo, como intitulei —  e William Young me atormenta feito uma espinha de peixe presa na garganta;  só quem já ficou com uma entalada na garganta que sabe o que estou falando. O cara é uma daquelas espinhas que só saem com aquelas rezas bem feitas. Para mim é estranho estar tão incomodado com o fato de ter sido rejeitado de forma rude e grosseira. 

Eu estou um trapo essa semana. Primeiro por não ter dormido direito diante do cansaço da exigente semana de trabalhado no bar, onde tive que mudar parte do encanamento da cozinha, pressionando os pedreiros para o serviço estar pronto antes do fim de semana, e terceiro, por ter acontecido algo que jamais eu fiz ou senti na vida: vontade de procurar alguém, para ser mais preciso, procurar William.

Pensei em mil maneiras de me desculpar por tê-lo beijado, o que por fim, não aconteceu, já que no fundo, não me sinto arrependido, estava mesmo era procurando uma desculpa plausível  para vê-lo. A verdade é que eu queria mais, mais dos lábios macios, do seu cheiro amadeirado, do seu cabelo sedoso, da pele quente, da lingua exigente. Eu sou assim, quando quero algo, fico com aquilo na cabeça vinte e quatro horas, como se minha vida dependesse disso. Mas, depois que eu tenho, se torna algo normal e sigo adiante por ter conseguido e, justamente por esse motivo não fui atrás de William, já que ele deixou bem claro não querer algum tipo de envolvimento com "homens". Também há o fato de que William não é qualquer pessoa, pois acima de tudo, ele continua sendo o irmão da minha melhor amiga, não apenas mais uma das minhas paqueras dificultosas que dispenso depois de noites de sexo.

— Que merda! — Brado alto encarando a tela branca do computador,  desenhada com pequenos quadrados das planilhas de contas enviadas pelo escritório de contabilidade  que cuida das finanças do bar.

Passa das dez e meia da noite e,  desde às sete eu estou preso no escritório tentando organizar as planilhas dos pagamentos a serem feitos na semana. Por conta da correria, atrasei as papeladas e minha cabeça está lotada por tantos afazeres. Não estou com paciência para ficar no barulho, já que minha cabeça, por si só, está parecendo um carnaval. Os pensamentos não se alinham com a minha vontade de resolver o meu trabalho.

Odeio quando estou com a mente dispersa, com dificuldade para me concentrar.  Me sinto cansado, além de toda a exigência profissional, usei a academia como sedativo, malhando até sentir os músculos pedirem um descanso.
Suspiro passando a mão na cabeça em agonia, ouço baterem na porta, peço que entrem e Moisés coloca metade do corpo para dentro.

A Última Chance (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora