São Paulo
O grande problema de ser o chefe todo poderoso em todas as suas empresas, ser considerando o imbatível, pragmático e sério, é saber que você não passa de uma farsa, pois quando se chega em casa e encontra a irmã oito anos mais nova, e sabe que ela manda e desmanda nas suas escolhas, como se na verdade, você não passasse de um fantoche nas mãos dela é algo, no mínimo, vergonhoso.
De fato, quem não me conhece tão bem possui em mente a ideia de que sou um homem obscuro, um ser humano regado de defeitos; que me conhece intimamente, sabe que eu amo a minha família acima de tudo e é por esse motivo que aceitei o lugar do meu pai à frente das empresas. Não que meu Pai tenha deixado de trabalhar, porque o velho não para nem que o mundo acabe, mas digamos que, ele resolveu se dedicar à minha mãe depois de tanto se comprometer com o crescimento dos negócios, pois foi gracas a Billy Young que a Diamond chegou onde está, sendo referência em jóias de design único e sofisticados.
O que acontece é que eu uní o útil ao agradável quando tive que cuidar dos negócios da família sozinho. Precisava me ocupar, viver para o trabalho e meu Pai precisava se dedicar ao casamento, então entramos em comum acordo para que isso acontecesse e eu aceitasse o cargo mais alto da empresa. Por mais que eu tenha trabalhado dobrado no início, raramente parar em casa por viver mais no meu escritório e ter uma vida corrida, gosto do que faço. Embora hoje eu leve uma vida mais sossegada por delegar muitas funções importantes para as pessoas de confiança que escolhi a dedo, já cheguei a duvidar sobre a minha vontade de administrar uma das maiores empresas do ramo de jóias do mundo e errei no pensamento. Está na minha veia ter o controle sobre os negócios, sobre as pessoas e suas escolhas consumistas. Gosto do que faço, mas ultimamente há em mim o desejo de me prender a outras áreas, sossegar, mas é complicado quando o medo é maior que o desejo de mudar.
Depois da minha família, o meu trabalho é a minha vida e, é por esse motivo que estou sentado na grande poltrona da sala, terminando de tomar meu copo de whisky, olhando o movimento distante do trânsito caótico de São Paulo, esperando July terminar de se arrumar para sairmos a um bar no centro da cidade que ela diz ser de um "amigo". Espero mesmo que seja um "amigo" porque adoraria ter que socar a cara do infeliz se ele decidir avançar o sinal com a minha anjinha na minha frente, mesmo que eu não seja um ciumento possessivo com ela, é difícil aceitar que a minha pequena dentuça cresceu.
Checo a hora no meu Rolex, bufo impaciente, faz mais de uma hora que July me intimou sobre a nossa saída, alegou estar quase pronta, mas pelo visto, ainda faltava muito para que isso acontecesse. Desconfio que a minha anjinha tenha me enganado com o intuito de não me fazer voltar atrás com a promessa de que sairíamos juntos para curtir a noite paulistana.
A minha semana foi muito ocupada, estressante, cheia reuniões com pessoas imcopetentes - outras nem tanto- e desde que cheguei a cidade de São Paulo na Segunda-feira, não tive tempo para fazer absolutamente nada além de resolver problemas sobre a seguranca das joalherias da Diamond no Brasil. Dessa forma, a minha semana "normal" terá um início promissor hoje, mas, se a minha irmã não decidir sair em menos de meia hora, creio que a garrafa de whisky estará vazia e o meu estado sóbri um tanto comprometido.
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A Última Chance (DEGUSTAÇÃO)
RomanceDisponível na Amazon Link: https://www.amazon.com.br/dp/B09SLVTQD8/ref=cm_sw_r_awdo_navT_g_MYB0PVTNKZEX2RY4GHCQ Lucas Maia foge de relacionamentos como o Diabo foge da cruz e tem como religião a vida de solteiro, mantendo-se o mais longe possível...