Assim que entrei em casa notei que não havia ninguém. Subi rapidamente as escadas e ao entrar no meu quarto deixo a mala em um canto, os tênis em outro e me jogo na cama. Fixo o olhar no teto e foi inevitável não pensar nela. Eu queria mais. Eu quero mais. Quero mais um beijo, mais um abraço, mais um toque. Quero voltar no tempo e aproveitar dez vezes mais o tempo com ela. Quero ela. O sorriso que estava em meus lábios ao me lembrar dela desaparece quando lembro da cena daquele beijo. Eu devo ter machucado ela com aquelas palavras, mas, não é nem metade da dor que eu senti quando vi eles se beijando.
Meu estômago começa roncar e só ai me lembro que só havia tomado café da manhã até agora. Saio do meu quarto, vou em direção a cozinha e procuro algo para comer. Encontro um bolo de cenoura com chocolate - com certeza minha mãe fez para a minha chegada - corto um pedaço e me sento para comer.
A porta da sala bate e ao olhar para frente dou de cara com minha mãe. Ela me olha, sorri e diz:- Fiz especialmente para você o bolo, você gostou? - ela pergunta e eu me levanto para dar um abraço nela.
- Está delicioso como sempre - me solto e volto a sentar. Ela se senta na cadeira a frente e corta um pedaço do bolo para si.
- Como foi a viagem?
- Foi legal... Lá é um lugar bonito, a família da Cléo é bem animada - respondo com uma certa animação para esconder minha frustação do último dia.
- Fico feliz por você ter se divertido...
- E como andaram as coisas por aqui? - pergunto - Senhora me disse que iríamos conversar assim que eu chegasse.
- Era para eu e o seu pai conversar com você e o seu irmão sobre isso - ela respira fundo - Mas seu irmão já sabe e seu pai não está aqui para contar junto comigo.
- Quer esperar ele chegar? Eu não tenho pressa.
- Seu pai não vai chegar.
- Como assim? - pergunto sem entender.
- Eu e o seu pai, nos separamos.Eu já sabia que aquele casamento não duraria muito. Mas não posso negar, eu fiquei muito triste com a separação dos meus pais. Eu sei que não é saudável um relacionamento cheio de brigas meus próprios pais diziam isso. Mas eles continuavam sendo meus pais e eu estava acostumada com os dois, ali, junto comigo... agora tudo irá mudar.
- Mas, você está bem com isso? - pergunto.
- Eu estou bem. Foi para o bem da nossa família essa decisão. - ela sorri doce
- Então, não tenho mais nada a dizer a respeito disso.
- Filha... - ela diz baixo - Eu preciso de você nesse momento. Preciso que seja forte e que entenda.
- Eu entendo mãe. Eu já sabia que vocês acabariam nisso - digo e ela me olha assustada - só é muito novo para mim.
- Eu imagino... Mas logo você se acostuma.
- Eu vou para o meu quarto tá bom? Quero dormir um pouco.
- Tudo bem - ela diz - Eu vou tomar um banho. Até o jantar.Saio da cozinha e volto para o meu quarto. Pego meu celular em cima da cômoda, me deito e mando uma mensagem para o meu melhor amigo, Diogo que mesmo nós não conversando frequentemente sempre me ajuda quando preciso.
Whatsapp On
Malu: Tá vivo ainda?
Diogo: Por incrível que pareça sim.
Malu: Está ocupado hoje? Preciso conversar.
Diogo: Pra você dizer que precisa conversar o papo é sério mesmo. Estou livre hoje. Deu sorte em !
Diogo: Me encontre às 18h naquela praça de sempre.
Malu: Ok. Muito obrigada.
WhatsApp Of.Ainda era três e meia da tarde. Resolvo arrumar as roupas da minha mala enquanto a hora não passa. Termino de arrumar as roupas eram cinco horas, então decido tomar outro banho para encontrar Diogo.
Visto uma roupa simples. Apenas um jeans e uma camiseta qualquer. A hora passa voando, desço correndo as escadas para avisar minha mãe sobre a minha saída. Ela estava na sala, sentada olhando para o nada.
- Mãe?
- Oi? - ela se desperta de seus pensamentos.
- Estou saindo para encontrar o Diogo ok?
- Você vai demorar para voltar?
- Não muito.
- Tome cuidado!
- Pode deixar.
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Por outros olhos (Lésbico)
RomanceEu apenas me apaixonei. Eu apenas me apaixonei por Cléo.