Capítulo 8

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Cheguei ao hotel ouvindo One Direction. Infelizmente, quando cheguei já sabia cantar todas as musicas, o que me deixava com mais ódio. Falei para recepcionista meu nome e ela disse que eu tinha ficado na cobertura. Caramba, Amanda (eu estava irritada com ela ainda, não quero falar mãe) estava mesmo querendo me agradar. Eu tinha ficado com o coração leve depois de passar àquelas horas com os meninos, mas em compensação a cabeça só pensava em esganar eles, um rosto bonitinho por vez. Mas eu iria ligar para minha mãe, e para Kelly também. Eu já sentia falta delas, aquelas duas insuportáveis que moravam no meu coração. Peguei o primeiro elevador disponível e subi pra cobertura.

–Uau. – falei quando abri a porta. O lugar era incrível, a sala era esplêndida, mas o que mais me chamou atenção foi o piano, próximo da sacada, colocado na posição ideal para que eu pudesse compor observando Londres. Isso seria uma experiência incrível. Tinha também um violino pendurado na parede, eu poderia compor duplamente agora. Se bem que eu não era exatamente boa no violino, eu so tocava Neare of my Good, que era minha música preferida, e ficava linda no violino.

Fui pro quarto e abri o guarda-roupa. Taquei as roupas dentro das gavetas. Cabides me irritavam. Me joguei na cama e comecei a pensar. Eu estava em Londres para compor, pra ter a chance de tocar para uma platéia no teatro, mas ao mesmo tempo eu ainda tinha vontade de ver os meninos, e ainda queria procurar meu pai. Esse cara que me deixou. Uma lágrima silenciosa escorreu. Puxei o celular do bolso e comecei a percorrer os contatos procurando minha mãe, e varias vezes parei no telefone dos garotos, louca para ligar pra eles. Decidi ligar pra minha mãe primeiro.

Ela atendeu no primeiro toque.

–Oi filha linda. – ela disse com a voz embargada. Não me convenci, eu sou chata mesmo.

–Oi Amanda. – ah, ela absolutamente odeia quando eu faço isso – Como é que ta ai?

–Ta ótimo Ally, muito bom. Sua irmã não gostou nem um pouco do que você fez. –ela riu.

–Depois eu falo com ela. Ein... Estou com saudades. – falei sem graça.

–Eu também filha linda, eu também. –acho que ela sorriu, mas não tenho certeza.

–O encontro da Kelly é amanhã né?

–É sim, por quê?

–Oras, eu vou querer saber de todos os detalhes, pode falar isso pra ela. – falei rindo.

–Ah, claro vou falar.

Ouvi alguém bater na porta.

–Mãe, tenho que ir.

–Beijos filha, até mais.

Fui atender e era a recepcionista, ela trazia uma carta fechada nas mãos.

–Mandaram entregar pra você em mãos. – Ah, o sotaque dos ingleses era fácil até de entender, mas o dos Australianos? Pedi pra ela repetir quatro vezes até finalmente entender.

–Hmmm, quem? – perguntei.

–Era o segurança de uma banda famosa. – ela disse me estendendo a carta.

–Por acaso seria One Direction? –perguntei e ela assentiu. – Obrigada.

Peguei a carta e bati a porta. Rasguei a carta em vários pedaçinhos felizes que começaram a voar pela cobertura. Fui olhar o tempo lá fora. O vento era cortante, mas eu sempre gostei desse clima. Por eu ser de Los Angeles as pessoas esperam que eu seja super bronzeada, mas eu sou mais pálida que as britânicas. Cada um com seu jeito né. E eu esquisita como sempre. Decidi sentar em frente ao piano e fazer um rascunho de música. O ritmo lento que aumenta e do nada a música fica animada e acaba antes mesmo do publico perceber. Isso seria interessante. Comecei a tentar, mas as notas saiam grosseiras, elas tinham que ser suaves. Decidi tentar mais uma vez, mas eu estava muito nervosa pra tocar. Meu celular começou a tocar. Era Kelly.

–Oi.

–Oi maninha. – ela falou, mas parecia preocupada – To num dilema, que roupa uso amanhã?

–No seu primeiro encontro? –destaquei bem o “encontro”.

–Vai se ferrar – ela disse rindo –Precisa da sua ajuda.

–Aonde ele vai te levar?

–Num restaurante chinês muito chique no centro da cidade. Não sei o nome, mas ele reservou um lugar pra ficarmos lá.

–Ele é alto?

–Bastante, não lembra? – ela riu.

–Vai de salto, vestido ou saia de cintura alta. Mostra que você é meiga. –falei rindo.

–Vou sim. – ela riu também – Mana, tira fotos de Londres pra mim? E manda pro meu e-mail?

–Claro Kelly, queria mesmo andar por ai. Agora tenho motivo.

–Ah, mamãe mandou seu carro uma hora depois de você sair e eu queimei sua carta. Era ridícula.

–Sou sentimental.

–Dramática mudou de nome?

Soltei uma gargalhada e ficamos falando de coisas banais, até eu desligar e me deitar na cama macia, pensando. “Não consigo” pensei e fui tocar piano. Eu tocava uma música que eu tinha criado há uns dois anos atrás, o que me rendeu o segundo lugar num show de talentos. Claro que líder de torcidas gostosas iam ganhar da pianista. Estava mais calma depois de falar com a Kelly (estranho né), então decidi mandar uma mensagem pra Styles, não era exatamente simpatica, mas passava o recado.

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