8 - Confronto no Topo do Mundo

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Os dois avistaram uma escadaria que levava ao mirante e Alícia ia correndo até lá quando Lucca a segurou pelo braço. Ele lhe lançou um olhar que pedia para manter a calma, pois os dois sabiam o que encontrariam lá em cima. Sacaram as armas e subiram. Com certeza, eles não esperavam duas dezenas de homens armados apontando para a porta.

        O primeiro impulso dos dois foi disparar, abatendo dois capangas e atraindo a fúria dos dezoito restantes. Uma saraivada de balas atingiu a parede externa e dentro da escadaria, quando os caçadores voltaram, buscando abrigo. Ismael, que se encontrava atrás de seus homens, fez um gesto com a mão metálica, exigindo o cessar fogo.

         – O relógio, menina. – O chefão do crime exigiu, sentado num canhão velho. – Agora.

         – Lá vai! – Alícia lançou um objeto esférico, que um dos homens apanhou desengonçado.

         – O que foi isso? – Lucca Sussurrou.

         – Vamos. – Ela disse apenas.

         O objeto explodiu nas mãos do homem, liberando uma enorme nuvem de fumaça. Os dois se aproveitaram da confusão para avançar, disparando e abatendo e incapacitando pelo menos quatro enquanto corriam ao redor do mirante, para depois buscar abrigo atrás de um bloco de pedra. Alguns bandidos foram atingidos por fogo amigo no meio da confusão.

         – Tem outra dessas? – Lucca perguntou, quando a fumaça começou a dispersar.

         – Muito complicado de fazer. – Alícia se levantou e abateu mais um. – Bastante volátil. E você, não tem nenhum brinquedo útil aí?

         O rapaz sacou uma arma sinalizadora e disparou. O impacto derrubou mais um e cegou temporariamente os outros homens.

         – Diferente. Mas efetivo. – Mal a garota fez a observação, e uma bala passou zunindo perto da sua cabeça. – Essa foi perto, cretino! – Jogou uma faca de arremesso que ficou cravado no pescoço do atirador.

         Os bandidos, confiantes pela vantagem numérica, não buscaram proteção a princípio, e seus números foram encolhendo com a mesma velocidade que o bloco de concreto que os dois usavam como cobertura se desfazia, e a munição também. Logo eles teriam que buscar um novo abrigo. Ismael Benatti assistia a tudo com tranquilidade inabalável.

        Lucca então avistou algo balançando na torre de rádio instalada no mais distante dos três morros que formam o Pico do Jaraguá.

         – Acho que estou vendo Elisa. – Lucca disse depois de derrubar mais um.

         – Onde? – Alícia preparava outro dardo.

         – Lá do outro lado. Na torre de rádio.

         Alícia avistou a torre instalada na beira do precipício, e lá estava ela, pendurada por uma corda que, por sua vez, estava amarrada a uma estaca no chão, defendida por um dos homens de Ismael. A garota não pensava mais. Saiu em disparada, derrubando outro homem no caminho.

        Lucca correu para ajudá-la, alvejando outro homem que a tinha na mira. Sua arma descarregou e ele viu Ismael se levantar e disparar, acertando de raspão a batata da perna da garota. Ela caiu sobre os corpos dos bandidos que abatera. Lucca foi rendido por um dos homens que haviam e soltou sua arma no chão.

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