Capítulo 17 Hora do Mergulho

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Quando acordam o sol está alto e não há nuvens no céu. O café da manhã está pronto, como um pequeno almoço e os dois desfrutam da hospitalidade dos nativos que querem agradar ao casal, trazendo frutas da região, como caquis, pães de farinhas pretas, ovos, panquecas, doces e salgadas, recheadas de queijo, de salmão defumado, deliciosos.

O barco os espera na praia com o senhor Roisse, que lhes dá boas-vindas.

Entram mar a dentro, num ponto além dos recifes e param para mergulhar. Os equipamentos são de novas concepções. O ar é acoplado num tubo que parece uma garrafinha de água e fica na parte lateral do corpo. Não pesa. As roupas são impermeáveis, com um tom róseo, de cor quase transparente. Yndit ao vestir fica maravilhosa nesse macacão colado no corpo.

Eles estão prontos para descer. Um cordão fino e luminoso desce junto ao equipamento deles. Roisse fica observando por uma câmera o trajeto. E o cenário é paradisíaco. Com recifes subterrâneos, de cores brilhantes, róseos, azuis, laranja, amarelos, verdes e furta-cor. Aparecem em seu entorno, enguias, peixes espadas, arraias lindas, polvos e cardumes de peixes que brilham à luz que transpassa as águas do mar. Ficam mergulhados por mais de duas horas, explorando toda a região.

Ao subirem um almoço de camarões, lagostas, peixes e cuscuz os espera, com um vinho da região, branco, espumante e de certa forma levemente frutado.

O barco entra por um dos canais penetrando numa região de pântanos onde eles ficam encantados com a vegetação. Os carvalhos majestosos, na beira do rio. Ciprestes e Tupelos saem soberbos das águas, deixando um rastro sombrio ao rio, abrigo para os pássaros que vem buscar o ecossistema para procriarem. Marrecos, mergulhões e garças azuis, tricolores e redish nos brindam com suas presenças, sobrevoando as margens, enquanto passamos.

Estou extasiado com a beleza do lugar. Não imaginava um ambiente tão aconchegante, mesmo que sombrio, de tão rara beleza. Yndit se encanta, batendo palmas a cada espécie de aves que vemos. Nas copas das árvores existe um colorido encantador de pontinhos que se elevam de cedros, tupelos, acácias, palmeiras e nos fazem ver um berçário de pássaros multicoloridos.

Uma garça desavisada pousou em nosso barco, brindando-nos com sua presença. Roisse joga um camarão para ela comer. Ela abaixa a cabeça depois de engolir, como num gesto de agradecimento. E eu aproveito para agradecer esse momento sublime e a região linda que Yndit escolheu para eu conhecer. Agradeço a ela esse gesto de bondade e bom gosto. Não imaginava que iríamos ver tantas coisas lindas num só dia.

Chegando à praia no final da tarde um passeio a pé pelas alamedas de flores nos leva a uma cachoeira onde tomamos nosso banho.

A água doce escorre em nossos corpos e retira o sal do mar e nos renova a energia.

Depois de um sono reparador, vamos a uma festa preparada para nós.

Músicas e comidas nos esperam. Mas, que dia intenso!!! Já não me vem à cabeça aquela sensação de desconforto com lugares e pessoas novas. Todas são amáveis e eu me sinto seguro ao lado de Yndit que está cada hora do dia mais bonita. O bronzeado do sol lhe caiu muito bem. Estou um pouco mais vermelho que ela. Fazia muito tempo que eu não pegava uma cor.

Lendeneuve quis dançar comigo. Yndit não se perturbou com ela.

− Lendeneuve, você é muito elegante. Há quanto tempo está com Pault? Pergunta Arthur enquanto vão até o centro, dançar.

− Já fazem 30 anos que estamos juntos.

− Tudo isso? Que maravilha!

SOZINHO NO MUNDOOnde histórias criam vida. Descubra agora