"A música é a literatura do coração.
Ela começa onde o discurso termina"
- Alphonse de LamartineCapítulo 1
Luke
Minhas botas de cowboy batiam desajeitadamente pela calçada esburacada enquanto me movia entres as filas de ônibus de turismo.
Um rock alto explodia à minha volta, ecoando pelo apertado estacionamento. Roadies e técnicos esbarravam em mim e conversas zuniam por seus walkie-talkies e headsets. Como viam a credencial pendurada em meu pescoço, não perguntavam onde eu ia nem se poderiam me ajudar.O sol intenso de junho bateu em minhas costas, aquecendo a pele que a alça fina da camiseta de verão não protegia.
Resmunguei e dei um puxão em minha mala de rodinhas enquanto sentia que o violão que carregava no meu lado direito era pesado como chumbo.
Rock Nation era um dos maiores festivais de música do país.
Centenas de bandas se apresentavam, durante três dias inteiros.Fanáticos por música acampavam no meio do deserto como se recriassem Woodstock. Bem, foi o que me disseram.
Não era como se eu estivesse há dois dias com milhares de estranhos fedorentos e encardidos. Vim em um avião de Austin, Texas, e peguei um taxi depois.
Meu único interesse aqui é ver Michel Cliff, uma banda que estava no topo da parada de rock cristão.
Os três integrantes são: Ben, Jack e Gabe. Por acaso meus irmãos mais velhos e razão de eu estar caminhando em um estacionamento no meio do deserto.
Transpirando muito, perdido e frustrado não é bem o jeito que eu imaginava ficar quando meus irmãos me convidaram para me juntar a eles na turnê de verão. Não era a primeira vez que eu viajava pelo país com eles desde que começaram a chamar a atenção há dois anos, mas era a primeira vez que precisava decidir se a vida sem raizes de um músico era realmente para mim. Após cantar bem pra cacete, como meu irmão Ben disse para os executivos da gravadora, me ofereceram o lugar de vocalista da banda. A vaga abriu porque meu irmão mais velho, Jack, deixou a banda para se casar e entrar no seminário.
Após empurrar minha mala, parei e tirei o violão dos ombros.
Protegendo meus olhos do sol forte com a mão, olhei para os ônibus.
Acredite, quando você viu um ônibus de turnê já viu todos. Poucos tem orgulho do nome da banda que os lembram que estão muito longe de casa.Agora, eu estava de cara com fileiras e mais fileiras de ônibus estacionados tão juntos que mal poderia me mover entre eles.
O número de identificação dos ônibus estava preso em cada parabrisa em um papel multicolorido.
Pela minha vida! Eu não conseguia me lembrar que número deveria procurar. Cacei meu celular em minha bolsa e li a mensagem de texto de Jack:Não poderei encontrar você como planejamos. Estou morto depois do show das 4h. O passe estará na bilheteria. Venha para o ônibus. É o 419. Sairemos às 9h, com ou sem você.
Com um gemido frustrado, joguei o celular na bolsa. Na maioria das vezes, os meninos tem mais consideração por mim. Acho que eles pensam que como não é a minha primeira vez na estrada, deveria tomar conta de mim mesmo.
Normalmente, eles tentariam me pregar peças como se eu tivesse dez anos em vez de vinte e um.- Onde diabos está o 419? - rosnei.
- É... o quanto você quer ver Blaine Bennet? - uma voz perguntou atras de mim.
Virei-me e dei de cara com um roadie sorrindo perversamente para uma garota seminua. Com a oportunidade de estar perto de seu ídolo, ela pressionou seu corpo contra ele ainda mais.
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Angel | Muke Version
FanfictionPara Luke Hemmings, o plano era para ser simples: juntar-se à banda de seus irmãos na última etapa de sua turnê de verão e decidir se ele estava finalmente pronto para os holofotes e fazer parte da banda. Claro que ele nunca imaginou que ao entrar n...