Cinco

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Capítulo 5

Luke

Quando me fechei no banheiro imundo, tentei controlar minhas emoções. Senti como se estivesse num carrossel com defeito. Num minuto Michael demonstrava interesse por mim e no outro já se pegava com uma garçonete qualquer. Que merda ele quer da vida? Ou melhor, acho que a pergunta é: o que eu quero? Como eu poderia estar remotamente interessado num imbecil desses? Eu tinha que ser louco para pensar que alguém como Michael Clifford se interessaria por mim de verdade ou desistiria de ser um puto.

- Sou tão idiota! - Exclamei

Quando terminei de usar o banheiro, respirei profundamente antes de sair. Eu meio que esperava que Michael estaria me esperando para tentar se explicar, mas, mais uma vez, ele me desapontou. Ele tinha voltado à mesa e estava com o queixo apoiado na mão enquanto os outros caras conversavam e riam.

Me sentei e não me atrevi a olhar para ele. Tentei ocupar minha mente com o celular, mas sentia seu olhar me queimando. Até que o calor de seu corpo chegou ao meu quando ele se inclinou, se aproximando e me fazendo perder o fôlego.

- Anjo, sobre o que aconteceu...

Ele foi interrompido por seu telefone. Um olhar no identificador de chamadas o fez se ajeitar em sua cadeira.

- Algo errado, cara?

- É Sally. - Michael respondeu antes de sair do restaurante.

Mesmo me odiando por isso, perguntei:

- Quem é Sally?

- A tia de Michael - Calum respondeu com uma careta. Ele bebeu o resto da sua cerveja e acrescentou: - Espero que isso não seja significar que há algo errado com uma mãe dele.

Segui os caras para fora do restaurante. Jake ainda não tinha chegado, então nós o esperamos embaixo do toldo. Examinando a noite, vislumbrei Michael na escuridão. O seu celular estava pressionado contra as suas orelhas enquanto andava pelo estacionamento. Com sua mão livre, ele gesticulava descontroladamente. Seja lá o que sua tia estava dizendo, era claro que o deixava muito chateado. Assim que ele terminou a ligação, Jake chegou.

- Michael! - Calum chamou.

Sem dizer nada, ele veio até nós. Desta vez não abriu uma porta ou me ajudou a entrar. Em vez disso, desapareceu no banco de trás, sem dizer uma palavra. Entrei e mordi o interior da bochecha. Deveria esquecer que ele foi um idiota e perguntar o que aconteceu? Embora parte de mim quisesse xingá-lo, enfrentei o que sentia e me virei para olhá-lo. Sua expressão estava obscurecida

- Está tudo bem? - tentei perguntar.

- Sim - ele murmurou.

- Percebendo que ele não estava a fim de conversar, eu me ajeitei no assento, olhando o para-brisa. Os caras entraram barulhentos no carro, Michael não disse nada. Quando o carro estacionou ao lado do ônibus, ele saiu e caminhou por passos largos.

- Me pergunto que mosquito o mordeu? - Calum questionou antes de sair também.

Todos haviam descido quando Jake tocou meu ombro. Virei-me surpreso.

- Lukey, conheço Michael, e pelo jeito que ele está agindo, estou com medo de ter acontecido algo com sua familia. Ele não se abre facilmente, mas se conseguir tenta descobrir o que está havendo?

- Mas você viu que ele não falou nada quando perguntei.

- Mas continua tentando, por favor.

Angel | Muke VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora