Desesperada por um emprego para se manter, Anabelle aceita um emprego de babá de trigêmeos.
Ao iniciar seu trabalho, seu maior medo é enfrentar as três criaturinhas e suas brincadeiras maldosas, mas o que Anabelle não sabia, é que o seu maior desafi...
- Quero que você cale a boca e escute - Foi o que eu disse assim que Sebasthian passou pela porta do meu quarto com as mãos nos bolsos.
Ele suspirou e deu um meio sorriso, sentando-se em uma cadeira ali perto e olhando no fundo dos meus olhos.
- Você pediu para me decidir, e eu me decidi. Mas se você quer mesmo algo comigo precisa saber da minha história. Saber do meu passado. E se depois de tudo isso, você ainda quiser ficar comigo, a resposta é sim - Comecei a falar e seu sorriso se abriu, me encorajando a prosseguir.
Eu queria aquilo, queria ver seu sorriso e não seus olhos frios, queria sentir seu corpo quente junto ao meu e não suas palavras frias. Eu o queria mais que tudo e nesses três dias que se passaram a saudade me consumiu por completo. Só dei por mim que eu estava surtando com sua distância quando eu me peguei roubando uma de suas camisas para dormir com ela.
Então eu tomei fôlego e contei tudo, tudo sobre mim, tudo que eu tranco a sete chaves para que ninguém saiba. Mas ele não era ninguém, não era qualquer um. Ele, era o dono do meu coração.
Depois de toda a minha triste e fracassada história contada, eu finalmente pude respirar normalmente e sentir um peso enorme saindo de cima dos meus ombros. Sebasthian me encarava sem esboçar nenhuma reação, apenas piscava vez ou outra por ser involuntário.
- Então... É agora que você diz que agora eu sou outra pessoa e você pode relevar todo o meu passado - Eu disse mordendo os lábios.
Ele ainda me encarava, surpreso de mais com tudo o que tinha saído da minha boca nos últimos dez minutos.
- Ou me mandar embora, não o culpo - Eu tentei mais uma vez.
Sua reação não mudou nem relaxou por nem um segundo.
- Só por favor, diga alguma coisa - Implorei.
Sebasthian então se levantou e veio até mim, com todo o cuidado me levantou e apoiou todo o meu peso sobre si, segurou meu rosto entre as mãos e sorrio. Havia algo em seus olhos, um brilho que eu nunca poderia comparar há algo.
- Te mandar embora? Anabelle, você mesmo disse mais vezes que posso contar que se arrepende de tudo. A cada dia que passa eu me surpreendo mais e mais com você, pois mesmo passando por tudo isso você consegue ser essa garota forte que não baixa a cabeça para homens cretinos iguais a mim. Eu te quero ao meu lado, e não vou relevar seu passado ou deixá-lo de lado pois ele só serviu para te transformar na mulher que é hoje. Ana, eu nunca me imaginei me entregando a alguém como estou me entregando a você, você é diferente de todas, você é única. Um anjo que mesmo com algumas feridas nunca deixa de proteger quem ama, e se você me permitir cuidar de você, cuidar de seus machucados, não fisicamente mas mentalmente, eu te prometo, que por mais errado que eu seja, eu vou fazer de tudo para que nunca mais você se machuque. Você é minha esperança Anabelle, minha rendição. Não vou dizer que te amo pois eu nunca soube o que é bem esse sentimento, e quando eu finalmente descobrir, eu falarei mas você pode ter certeza de uma coisa, eu estou completamente apaixonado por você, Anabelle Montgomery.
A cada palavra sua um sentimento de felicidade me acolhia, o calor que seus olhos transmitiam me aqueceu e quando dei por mim, estava chorando. Não de tristeza ou raiva, mas sim de alegria. Finalmente as coisas em minha vida estavam se encaixando.
Quando ele finalmente selou nossos lábios em um beijo calmo e repleto de sentimentos, foi a primeira vez em muito tempo que eu me senti inteira. Senti como se nada no mundo conseguisse me afetar, eu estava em uma bolha cor de rosa feita de aço reforçado que ninguém conseguiria romper. Só existia nós dois.
Bom, nós dois e mais três capetas que me fizeram pular de susto ao darem um grito muito desafinado em coro.
- Deveria trocar a aula de etiqueta por canto - Sussurrei ainda com o coração acelerado pelo susto.
- Papai e Ana vão se casar, papai e Ana vão se casar...
Então os três deram as mãos e começaram a pular e girar em torno de nós cantando repetidamente a musiquinha mais irritante que eles já haviam inventado.
- De novo não - Afundei minha cabeça em seu peito e ele começou a gargalhar.
- Crianças, esperam eu fazer o pedido formaente depois vocês cantam isso ai. Por enquanto mudam para namorar, aí fica mais certo.
- Não incentiva Sebasthian - Bati em seu peito e ele gargalhou mais ainda.
E as crianças como boas ouvintes, mudaram a música para "Papai e Ana estão namorando, papai e Ana estão namorando" e eu tive vontade de esganar o desgraçado que incentivou a isso.
Nunca mais terei paz na porcaria dessa casa!
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