Capítulo 01

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SERENA






Não sei onde estou, mas sei que estou aqui nesse cubículo escuro por dois dias. É uma espécie de porão, as vezes escuto vozes se aproximando mas não vejo ninguém. Não recebi água ou comida, muito menos tive direito a tomar um banho ou cuidados médicos.

Dois dias, faz dois dias que o meu tio me violou e depois se aproveitou de quando eu desmaiei e me trouxe para sei lá onde.

Ele deixou trancada, usando apenas um roupão sujo de sangue e o meu colar Âmbar que pelo menos ele não o tirou de mim. Ainda sinto dor no meu sexo, ainda tenho os cortes no rosto e ainda tenho vestígios de seu gozo no meu rosto, me lembrando de toda a sujeira que ele fez. Me sinto impura e podre.

Como qualquer garota eu sonhava com minha primeira vez, sonhava com alguém que me amasse e me desejasse e que fosse recíproco. Então, eu entregaria meu corpo, mas o monstro do Brian o tomou de mim. Ele me acolheu, conquistou minha confiança e então... Me destruiu.

— Olá pombinha. — Sua voz, antes reconfortante, agora me enoja.

Desta vez, para minha infelicidade ele abre a porta. Vejo claridade pela primeira vez desde que aconteceu, e ainda é escuro. Não respondo, nem sei se tenho mais voz, mas para minha surpresa eu ainda tenho lágrimas.

— Nossa, você está um horror, onde está minha menina tão linda? — Eu não consigo olhar para ele. — Eu tenho duas surpresas para você. — Ele parece esperar uma resposta, como consegue ser tão cínico? — Pode entrar.

Assim que ele fala, Melissa entra pela porta e eu a encaro com uma mistura de sentimentos. O que ela faz aqui? Ele abusou dela também? Mas ela não parece triste e muito menos... surpresa ao me ver e nesse estado.

— Me-melissa? — Gaguejo descobrindo que ainda tenho voz, mesmo que quase inaldivel. 

— Oi Sel. — Ela é seca.

— Eu não-não estou entendendo.

— Ainda tão ingênua pombinha? Mesmo depois do nosso momento lindo? — Brian volta a falar me trazendo novamente aquele reboliço no estômago. — Sua querida Mel, me ajudou.

Eu não sei o que doeu mais, a traição dele, ouvir essas palavras, ou olhar no rosto da Melissa. Porque no momento que eu olhei para ela, eu soube que era verdade, ela estava com ele. E eu não fazia ideia do porque e nem de que forma.

— Como? — A voz sai fraca enquanto as lágrimas saem descontroladas.

— Bom Serena, não podia deixar que você abrisse a boca depois do que aconteceu. Eu tenho uma esposa e uma empresa, sou conhecido, não podia estragar minha imagem e minha vida por causa de uma pombinha mesmo que ela seja muito gostosa. — Quanto mais ele falava mais o vômito subia pela minha garganta e menos eu entendia onde a Melissa entrava. — Eu não posso deixar você voltar para casa Serena.

— Mi-nha mãe, como está a minha mãe?

— Desolada, pela morte da filha caçula. — Ele responde e suas palavras começam a ecoar em minha cabeça. Meus olhos se arregalam e eu não tenho força para responder, morte? Ele vai me matar agora? Depois de tudo eu vou apenas ser assassinada? Eu não mereço isso, minha vida mal começou. — Não pombinha, não vou matar você. Sua amiga iria passar a tarde com você, lembra? Infelizmente ela chegou e encontrou a casa incendiada, apenas um corpo. A bela Serena De Lucca.

A Melissa sabia que eu seria estuprada, ainda me ajudou a ser sequestrada e forjar minha morte. Minha melhor amiga, alguém que eu conhecia desde criança, que eu nunca permiti que fizessem mal, participando na pior coisa que poderia acontecer a um ser humano. A minha Mel.

Âmbar - A jóia por trás da máscara / #1 Séries Jóias [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora