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Taehyung

Tudo o que eu queria era que Park Jimin me deixasse em paz.

E tudo começou nas férias de verão antes do início da quarta série.

Recostei minha cabeça na janela do carro observando as casinhas coloridas da minha nova rua, quando vi um garotinho fantasiado de dinossauro sentado na calçada de sua casa.

- Chegamos! - Meu appa Dong alertou estacionando o carro em frente a nossa nova casa.

- O que acharam crianças? - Minha omma Hyun indagou.

- Eu gostei daqui - Meu irmão mais velho Seokjin respondeu descendo do carro.

- Eu e você iremos pegar os nossos pertences, enquanto seu irmão e sua mãe vão para dentro e começam a arrumar tudo - Referiu-se a mim, assenti correndo para ajuda-lo.

Para mim foi o começo de quase meia década de reclusão estratégica e desconforto social.

- Oi, eu sou Park Jimin - O garoto de cabelos cor de mel, o que estava na calçada agora a pouco subiu no caminhão de mudanças e começou a mexer em tudo.

- Ei! O que está fazendo? - Dong perguntou tentando esconder sua irritação.

- Não querem ajuda?

- Não - Meu pai respondeu curto e grosso - Tem coisas de valor aí.

- Posso levar essa? - Indagou mexendo novamente nas caixas.

- Não, não. É melhor você ir pra casa, seus pais devem estar preocupados - Mais uma tentativa falha de fazê-lo ir embora.

- Eles sabem que estou aqui e disseram que tudo bem.

Eu e meu pai nos entreolhamos e não levamos muito tempo para perceber que o garoto não tinha noção.

- Vai ficar apertado aqui com três pessoas - Voltou a insistir.

- Tudo bem - Respondeu não dando a mínima.

Eu ia parabeniza-lo pela coragem porque noção claramente ele não tinha nenhuma, quando como um mini godzilla ele derrubou umas três caixas com seu estúpido rabo de dinossauro, meu pai respirou fundo tentando manter a calma e me mandou ir ajudar a minha mãe.

Só assim o menino iria embora certo? Errado. Jimin começou a me seguir pelo quintal, ele não parava mesmo, eu ia dar um fora nele quando aconteceu uma coisa estranha.

Em uma tentativa de me esquivar acabamos sem querer dando as mãos, ele me encarou e sorriu, seus olhinhos agora pareciam duas linhas. Não dava para acreditar que eu estava de mãos dadas com um garoto que eu nunca tinha visto na vida. Como é que eu vim parar nessa?

- Ora, já conheceu o meu filho - Por sorte minha mãe apareceu.

No fim eu fiz a única coisa que um homem pode fazer aos oito anos de idade: Corri para trás da minha omma.

Mas meus problemas tinham apenas começado, se eu achava que tudo se resumiria a apenas um verão, estava completamente enganado. No minuto que eu entrei na sala da senhorita Dahyun, Jimin correu em disparada até mim.

- TaeTae, você chegou - Me agarrou eufórico, criando o apelido que me perseguiu por vários anos da minha vida.

Ficou claro que a escola não seria um refúgio, eu fui marcado para sempre, todo recreio era a mesma musiquinha irritante:

- TaeMin, um, dois, três, quero ver um beijo de vocês - As crianças cantavam enquanto eu fugia de Jimin que corria desesperadamente atrás de mim.

Meu primeiro ano na cidade foi um desastre, e os três anos seguintes não foram muito melhores. Mas finalmente na oitava série eu entrei em ação. Eu tracei um plano.

- Yuna! Yuna espera - Chamei indo de encontro a morena.

- Oi Tae - Ela respondeu abrindo um largo sorriso.

Eu a convidei para ir comigo ao cinema.

Pra poder apreciar a genialidade do plano, vocês tem que entender que Jimin odiava Seo Yuna, mas eu não entendia o porque, ela era uma gata, talentosa e muito gente boa.

O plano era a Yuna comer comigo, nós dois andarmos juntos um tempo, até Jimin perder o interesse. Tive que fazer um certo esforço já que de dez palavras que a garota falava eu não entendia onze. O importante era que Jimin não parava de nos fitar incomodado.

Eu e Yuna estávamos atravessando o corredor, quando notei que Jimin arrumava seu armário, na mesma hora agarrei a mão da garota ao meu lado, fazendo ele desviar o olhar para nós.

Estava tudo indo muito bem, até meu melhor amigo talarico Yoongi ficar interessado na Yuna. A lealdade perdeu para o desejo e aquele traíra contou para Yuna meu plano todo.

- Idiota! - Ela disse deferindo um tapa em meu rosto.

Ela não aceitou muito bem.

A notícia chegou até Jimin, que logo recomeçou com os olhares, só que dessa vez foi pior. Ele que nas aulas sentava atrás de mim começou a me cheirar, isso mesmo, a me cheirar, o que ele queria? Minha única esperança era o ano seguinte, novas pessoas, escola maior, talvez ficássemos em turmas diferentes.

E tudo finalmente acabaria.

Flipped | vminOnde histórias criam vida. Descubra agora