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Jimin

As manhãs de domingo são tranquilas em nossa casa.

Meu pai dorme até mais tarde, minha mãe não prepara o café, e quando meu irmão fica até mais tarde tocando na banda, ele não acorda antes do meio dia.

Mas aquele domingo eu acordei meio estranho, eu deveria fazer alguma coisa para afastar os sentimentos confusos sobre Tae que começavam a aparecer.

- Conseguiu mesmo, estou orgulhoso - Meu pai falou ao sair pela porta e olhar o jardim que eu pacientemente molhava.

- Obrigado pai - Sorri satisfeito - Onde vai? - Perguntei ao vê-lo abrir a porta da camionete.

- Ver seu avô na clínica.

- Eu quero ir também - Larguei o regador correndo em sua direção.

- Porque não fica e aproveita o dia com a sua mãe? - Sugeriu.

- Não pai. Eu quero ir - Insisti.

- Querido escute, seu avô não é mais o mesmo.

- Eu vou pai - O cortei.

- Tudo bem - Sorriu passando o braço ao redor de meus ombros - Vamos deixar um recado para sua mãe.

Finalmente entramos no carro e seguimos a estrada.

Fazia anos que eu não via o vovô, não sei bem o porque, mas era uma coisa que meu pai fazia sozinho.

Nós não conversamos muito no caminho, mas não me importei. Eu gostava de estar com meu pai, parecia que o silêncio nos unia de um jeito que as palavras não conseguiam.

Ao chegarmos, meu pai explicou que os residentes da clínica trabalhavam no jardim como parte da terapia.

Entramos, e enquanto caminhávamos no corredor branco em direção ao quarto meu pai falou:

- Leva um tempo para se acostumar, mas ele continua gente boa - Me puxou para um abraço e depositou um beijinho paterno em minha testa.

Quando abrimos a porta, meu avô estava sentado em uma cadeirinha de madeira.

- Filho! - Levantou-se sorridente e veio em minha direção me abraçando - Você diminuiu? Parece mais novo - Espremeu os olhos me olhando de cima a baixo.

- Pai, esse é seu neto - Chung sorriu chamando a sua atenção.

- Ah - Ele olhou para meu rosto e depois para o de meu pai repetidas vezes - Meu deus! Você está a cara de seu pai na sua idade - Deu um tapinha em meu ombro.

- Eu estava com saudades vovô - Falei o abraçando e sentindo aquele nostálgico cheiro de cereja - Cortaram a nossa árvore.

- Cortaram? - Me olhou surpreso e apenas balancei a cabeça positivamente - Que filhos da mãe.

- Pai! - Meu appa sorriu com a reação do mais velho.

Depois fomos dar uma volta na rua, fazia tempo que vovô não saía daquela clínica, sua pele estava bem branca pela falta de exposição ao sol.

Flipped | vminOnde histórias criam vida. Descubra agora