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-Não acredito nisto! -exclamou o Zé depois de o ter vencido pela segunda vez em mais uma partida de Fifa. -Há alguma coisa que não saibas fazer? -reclamou, causando uma gargalhada geral em todos os presentes.

-Cozinhar. -interveio o André divertido e lancei-lhe um olhar mortífero.

-Como assim, André Miguel? -questionei fingindo que estava chateada.

-Desculpa, bebé. -disse aproximando-se de mim. -Mas os teus dotes culinários são questionáveis. -completou deitando-me a língua de fora.

-Não acredito que estás a dizer isso! Eu sou uma excelente cozinheira. Progredi muito desde a última vez que estivemos juntos, ok? -proferi convencida.

-Acho que vais ter de me provar que isso é verdade. Amanhã à noite? Por mim está ótimo! -falou fazendo-se de convidado. -E não te preocupes que depois eu trato da sobremesa... -sussurrou com malícia ao meu ouvido para que mais ninguém ouvisse e não consegui evitar gargalhar.

-Essa foi tão fraca. Isso resulta com alguém? - questionei divertida.

-Só quero que resulte contigo. -sorriu com ternura depositando-me um beijo rápido nos lábios.

-Não se esqueçam que estamos aqui, pombinhos! - interrompeu o Afonso.

-"Só quero que resulte contigo" - imitou o Hugo, atirando-se para o colo de Afonso e fingiu que o ia beijar o que provocou, de novo, uma gargalhadas. Era impossível não adorar aqueles idiotas.

-Estejam calados, putos! - ordenou o André tentando manter-se firme, mas acabou por não resistir àquela cena e começou a rir-se com os restantes.

Tínhamos passado grande parte da tarde apenas em competições na playstation, já que todos os rapazes me julgaram um alvo fácil e tive de provar que era capaz de os derrotar. O almoço tinha sido sushi, apesar de todas as reclamações do Hugo quando fizemos a encomenda, pois segundo ele comer peixe cru é "repugnante". Apresentações são dispensadas, é a rainha do drama: Hugo Barata.

A verdade é que já tinha saudades destes rapazes. Sempre me senti muito integrada na família do André. E aquecia-me o coração os olhares ternurentos que obtia da sua parte sempre que me via interagir de forma tão autêntica e natural com os seus primos e irmão.

-Que tal irmos até à praia? -questionou o Tiago, já aborrecido por estar há tanto tempo em casa.

-Claro que sim, deixa-me ir já vestir o meu biquíni é que nem está um frio de rachar lá fora nem nada! -respondeu Afonso com o sarcasmo que lhe é tão característico, sem desviar o olhar do plasma enquanto jogava.

-Podíamos ir na mesma, passeávamos e tomávamos um café num daqueles bares à beira mar. - falei concordando com o Tiago.

-Eu acho uma excelente ideia! -disse o André abraçando-me por trás. -Vá, vamos lá!

-Mas é claro que achas! -proferiu o Zé revirando os olhos e gargalhou. -Se a Ana dissesse que devíamos todos saltar de um precipício porque é radical, tu ias concordar com a sugestão! -brincou atirando uma almofada ao André.

Quando finalmente conseguimos convencer os restantes a ir até à praia seguimos até aos veículos. O Afonso levou o Zé, o Hugo, o Tiago e o Filipe, enquanto eu e o André fomos sozinhos no seu carro.

Seguimos atrás do carro de Afonso e eu cantarolava distraída a música "love of my life" dos Queen que estava a passar na rádio. As recordações que aquela banda me traziam faziam-me sorrir. Costumava ouvir Queen com o meu pai, já que aquela era a sua banda favorita de todos os tempos.

Game On | André SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora