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Tirei a roupa do mundo num arranque
Enfinquei na carne viva o gancho
E suspendi na corda o chorão
-Toma, covarde, toma esse puxão!

De gota em gota cai seu sangue
Devagar que eu me sacio e me mancho
Tudo de vermelho
E mantenho meu chicote em mãos

Ele implora, mas já é tarde demais
- Se proteja com os arranhaceus das suas cidades!
Agora que eu consegui dar a volta?
Agora que a altura do concreto não me empurra pra trás?

Mas o cimento já tomava conta do verde
O barulho que o mundo ecoava
Já não me conectava mais
E tudo indicava que a força dos homens já dominava ele
E por isso só depois da chicotada
-Satanás!

Ó mundo
- Por que não mandou suas tsunamis?
Por que não nos parou mais?
Não nos derrubou nas rachaduras de terremotos
Mas fez da tragédia humana
Suas causas naturais

Segunda parte:
(Este poema é nada que me domine, nem de fato minha opinião, é apenas a tristeza do sentimento de ódio.

Pobre mundo, isso é arte).

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