Eu andei até a ponta do penhasco
Tão monstro na boca do povo
Nunca me foi duvidado
O preto me dava o sono de quem tava cansado
E o cheiro não era de perfume
Nem de mulher
Nem de sabão
Ele não soprava o bafo em minha cara
Ele me reconhecia
E me chamava...
Era um silêncio que me transmitia
E isso era bomPorque eu via minha vida inteira
Na beira da morte
Pra me lembrar de todas as felicidades
Chorava uma lágrima de cada vez
Porque eu não queria que o choro acabasse
E o vão da minha queda
Já não era arejado
Nem sólido
Nem covarde
Era a hora que eu já podia virar de costas
E progredir o meu lançamento...
A queda era mais lenta que o próprio movimento
A queda era lentaLírios esfregavam as minhas costas
E pediam licença
Pra me agradar o dobro
Pq cada bela flor que passava
Virava de volta pra mim
Falava o seu nome
E me sorria com o sorriso do rosto dela
Pra deixar cada vez mais lindo
O suicídio do poeta