Capítulo 12

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Bruna
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- Vai, Lily, você já contou tudo lá embaixo, o que é que tem de tanto suspense? - Luna perguntou já se jogando na cama que eu sabia que era de Scorpius por conta da mala ao lado da cama.

- Eu não posso nem guardar os detalhes pra vocês que já vem a ingratidão, não é? - A reclamação veio seguida de um grito de Luna ao Lily se jogar em cima dela.

- Então, vamos logo com isso. Nem fofocar a gente sabe. - Sentei na outra cama, mas assim que o fiz, senti algo embaixo de mim.

Quando no tato tentei encontrar o que estava me cutucando, encontrei uma espécie de caderno embaixo de uma coberta, e, ao notar que as garotas estavam entretidas na conversa, minha curiosidade falou mais alto e e o abri.

O descompasso que me atingiu e a surpresa foram proporcionais. Eu estava naquelas folhas. Em diversos ângulos, em diversos tipos de posições. Eu sei que deveria pensar que isso é um tipo de perseguição, mas eu não conseguia enxergar nada além da ternura daquilo. Encarei as meninas para ver se mantinham a conversa, e levei um susto ao ver Rose encarar as páginas com os olhos levemente arregalados.

Fechei rapidamente o caderno e o pus embaixo das cobertas, tentando fingir que nada havia acontecido. Meu coração continuava acelerado, e agora eu sentia como se tivesse invadido uma privacidade, e de certa forma, eu fiz isso.

- Eu queria correr. Mentira, eu não queria correr. Tipo, a felicidade era muita e eu queria correr, mas não era correr pra longe dele. Ah, vocês entenderam. - Lily olhava pro teto com as mãos sobre a barriga, mas eu não conseguia prestar atenção. Apenas encarava Rose num pedido mudo de ajuda, o qual eu sabia que ela respondia um "calma" com o olhar.

- Vocês não, né, eu, porque as outras não tão nem prestando atenção. - Luna nos dedurou e ambas começaram um discurso sobre como nós éramos ingratas e intragáveis.

- A Bruna não acordou muito bem hoje, aí ela tá meio calada. - Rose tentou me ajudar, e logo minha prima levantou e passou a me encarar.

- Como assim não tá bem? - Luna tinha o olhar preocupado e me analisava na tentativa de encontrar algo errado.

- Eu acordei meio enjoada, acho que foi algo que comi na festa, só isso. - Tentei despistar, sabendo que poderia muito bem ter jogado a chance de explicação no lixo. Tomara que fosse convincente.

- Se você tivesse uma vida sexualmente ativa, eu me preocuparia. - Luna deu uma risada alta, porém logo parou e voltou a me encarar. - Tenho que me preocupar?

- Não, né, idiota. - Reclamei jogando o travesseiro nela e vendo-a cair para trás na cama.

- Eu acho que a gente já vai dormir, meninas. - Rose me puxou pela mão e caminhamos até a porta do quarto. Eu não sei como conseguimos sair sem as outras duas falarem algo, mas elas estavam muito mais ocupadas em discutir sobre como aquela cama era mais confortável do que as do andar de cima. Foi aí que lembrei que a ideia de ficar naquele andar tinha sido minha. Péssima ideia, Bruna.
Rose me parou no corredor e pôs a mão na boca tentando suprimir um sorriso.

- Eu sabia! Aí, eu quero mais um namoro pra ontem! - Ela deu uns pulinhos animada sacudindo as mãos.

- Para, estranha! A gente nem sabe de nada e... - Sua cara de tédio me parou.

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