Capítulo 9

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Rose
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Eu estava cansada. Não havia imaginado que voltar tão tarde da festa faria com que meu sono se estendesse. Sempre fui de acordar cedo, mas o dia havia sido longo. Levantei sem fazer ideia do horário, apenas olhei para o lado e vi que Bruna ainda dormia tranquila. Quem seria eu para acordá-la.

Desorientada, abri a porta do quarto, e me dirigi ao banheiro. Também não tive noção de quanto tempo demorei, mas quando ouvi um baque surdo no andar de baixo, abri a porta sem pensar em nada e encarei as escadas, tentando descobrir o que havia sido.

- Bom dia, Rose. - A voz suave de Scorpius me desejou, e me virei rapidamente, tossindo para evitar a voz rouca matinal.

- Bom dia, Scorp. - Um estalo em minha mente pareceu me despertar, quando por um momento, tentando parecer mais apresentável, notei que ainda estava de camisola. Arregalei os olhos ao mesmo tempo que ele soltou uma risada baixa, porém pude notar que seu rosto ficou avermelhado. - Então, eu acho que vou...

Apontei para qualquer lugar, porém antes de conseguir pensar em andar, a voz de James resmungando alguma coisa foi se aproximando, e o meu nervosismo não cabia em mim.

- Ele vai surtar se te ver assim perto de mim. Vem. - Foi tudo que consegui ouvir de seu sussurro apressado, antes de sentir sua mão agarrar a minha e ele me puxar para o quarto mais próximo; o que ele dividia com Alvo.

Assim que ele fechou a porta, o mais silenciosamente que conseguiu, eu olhei para trás e vi meu primo em seu sono pesado completamente apagado.
Quando virei meu corpo novamente, Scorpius estava se afastando da porta, e o choque que demos foi inevitável. Tentei ao máximo suprir o barulho que sairia da minha boca, enquanto a mão dele segurou minha cintura para me dar apoio. O movimento foi o suficiente para estremecer todo o meu corpo, e eu me perguntava como um ato tão simples conseguia me deixar daquele jeito.

- Você tá todo arrumado. - Falei baixo ao notar que ele estava cheiroso e vestia roupas que não eram constrangedoras como as que eu trajava.

- Digamos que sou adepto de banhos extremamente cedo. - Ele sorriu para mim, e aquela visão tão perto me derreteu por dentro. - Rose, eu queria fazer algo naquele dia.

- Fazer o quê? - Eu sabia que dia ele estava se referindo. Eu queria a mesma coisa. O seu corpo próximo ao meu só acelerava e confirmava as coisas.

- Posso te mostrar? - Ele pediu, colocando a outra mão diretamente em minha nuca e puxando meu rosto para perto.

Não consegui responder. Fechei os olhos e assenti levemente. Senti o seu calor mais próximo, e meu lábio inferior ser puxado levemente. O arrepio que me deu me atingiu em cheio, fazendo com que minha reação fosse subir minhas mãos para seus cabelos, ficando ainda mais perto.
Quando colei meus lábios ao dele, num ato não mais que singelo, o barulho de Alvo se revirando na cama fez com que eu me afastasse bruscamente, quase externando toda a minha frustração e o tremor que eu ainda sentia.

- Eu vou sair, acho que ele está acordando. - Cochichei rápido, já caminhando para a porta, sentindo meu rosto ficar quente.

- Rose. - Ele puxou meu braço, me fazendo fitá-lo. - Eu quero isso.

- Eu também. - Suspirei, tocando na maçaneta, não conseguindo esconder a tristeza.

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