Via de mão dupla.

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Via de mão dupla   03/02/2018

        ( Woodyh Oliveira) 22 horas 30

Tem coisas que são óbvias

E sem complicação.

A vida é feita de idas e vindas,

Chegadas e partidas...

Tudo é parte de outra parte.

Aproveite a estadia...

O nada é o todo

Do tudo que sempre finda.

Pessoas e coisas passam.

É necessário ser assim.

Todos vem e vão...

Eternamente, ninguém fica.

A não ser nos pensamentos,

E nas memórias esquecidas.

Dos que ficaram para trás.

Há duas categorias:

Os primeiros e os últimos.

Uns parecem que sempre estiveram.

Alguns com jeito de que não chegaram.

Outros que nunca foram.

E muitos que nunca virão.

Tantos que somem sem existir.

Quantos ainda estão por aí?

Vou ali, quem sabe não volto já.

No mais quem tem certeza?

Fique o tempo que tem que ficar.

Dure no tempo que tem que durar.

Fique o que acha que pode,

Ou que imagina que deva.

Sem dever nada a ninguém.

Aproveite o máximo.

A vida pode ser longa,

Viver é mínimo.

Principalmente aos que estão ocupados em não fazer.

Faça a estadia das outras pessoas

Ser a mais agradável possível.

A vida só se multiplica

Quando é dividida.

Quando é compartilhada

Sem dúvida, dívida...

Já me achei perdido.

A resposta é a minha pergunta.

Uns vem e vão...

Alguns sem querer ficam

Por um tempo...

Na breve eternidade que não dura...

Que não resiste.

No nunca, jamais

Vou te abandonar.

Como se fossem donos de si e senhores do tempo,

De todos os fenômenos e das forças maiores.

Somos ingênuos?

Ou nos enganamos achando que temos mais horas que os outros?

Que temos a imortalidade

A nossa disposição?

Desapegue-se, liberte-se!

Eu deixo os outros em total liberdade

Com aquele direito básico de ir e, (se quiser), vir.

Só os que foram podem voltar.

Ame o tanto que puder...

Se esforce, contudo,

Não queira aprisionar ninguém.

Essa atitude é do ego

E é muito triste e mesquinha.

Aceite de bom grado.

Agradeça por quem chega e por quem vai.

Por quem se ausentou e se distanciou sem dar explicação.

Pelos que talvez, venham

Pelos que ainda estão por vir.

Saibamos perder.

A gente só perde aquilo que por um instante tivemos.

Lembremos que nada nos pertence.

Nem pessoas, objetos e nem lugar algum.

Aceite para não haver sofrimento

Que haja só gratidão.

É a vida dos encontros e das despedidas.

A chegada é o prenúncio da partida.

Todos estamos de passagem.

Cumprindo as normas da viagem.

Curta a paisagem.

Deixo ir quem quer ir.

E aceite, soltando os que querem ficar.

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