Muito antes do fim

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Muito antes do fim 

    ( Woodyh Oliveira ) 

      29/04/2020    01 hs 17

Esse relacionamento… 
Durar mais, não poderia.
Perdurou mais do que devia. 
Existiu com a impressão… 
De que nada existira. 
Esse amor não aguentaria,
Por muito tempo, não seguraria. 
Só era verdadeiro porque havia mentiras…
Que ironia. 
A verdade o que seria?  
Era real enquanto era possível crer em fantasias… 
João era um vão… 
Para o buraco de Maria. 
João, jamais o João.
Maria, nunca a Maria. 
Maria tinha um vazio, 
Cheio daquilo que não a preenchia. 
Os dois se violentaram, 
Por vaidade, insistiam.  
Era o que não era.
Uma eterna espera...
De promessas vazias. 
O nunca vir do que não vinha. 
Nunca foi, 
Não seria.
Amor suicida.
Dois homicidas.
Vítimas carentes… 
De suas próprias companhias. 
Dois insanos, 
Acreditando que aconteceria.
Forçando o que não se força. 
Enterrando o que não morria. 
Compatíveis demais. 
Não poderiam ser, 
Incapazes de fazer. 
O que não se faz. 
Um aborto provocado, 
Felicidade interrompida. 
O que queriam? 
Não sabiam. 
O que sabiam… 
Não se conheciam.
Vácuo, espaços, espasmos… 
Cristais despedaçados.
Corações fragmentados. 
Ciclo que repetia.
Risadas embriagadas, 
Sexo, anestesia, 
Gozos compulsivos...
Vidas num abismo.
Sem saída.  
Dois maníacos masoquistas.
O ódio era o que os unia.
Suportar?
Não suportariam.
Se enganar? 
Era o que mais queriam.
Mais cedo ou mais tarde
A corda arrebentaria… 
Acabaria. 
Criminosos não passariam. 
Se algo houvesse? 
Para mais de um dia? 
Seria trágico o fim. 
Quem acreditaria? 
Mas como se não houve começo? 
Se é para acabar?
Então para que começar? 
Se o final é chorar.
O amor já nem nasce. 
E morre assim, assim. 
Acaba sem começo. 
Muito antes do fim. 

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