Vago.

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Vago.  

      

        22/11/2018. 15 horas 40 minutos.

                  ( Woodyh Oliveira )

Estar vago não é estar vazio…

Desocupado…

Estar só não é estar sozinho…

Abandonado…

É sentir em si que mesmo só,

Estou comigo e bem acompanhado.

É por opção que não me sinto rejeitado.

E nem é estar à procura, desesperado.

Ficar um tempo só é um privilégio.

É uma oportunidade de curtir a dor, a perda, o amor por si mesmo,

O auto redescobrimento,

Os erros cometidos, os acertos,

É ver os pontos positivos e negativos.

Um novo renascimento.

É fazer um balanço, uma auditoria.

Não abro mão de ficar só.

Pois só comigo, poderei

Entender as nuances sem pressa.

Independente de ter.

Sou alguém que tem e que dá amor.

Ainda que não haja reciprocidade.

Ainda que seja uma raridade.

Amor é acessível para todos.

É um direito, uma prioridade.

Amor próprio também é uma necessidade.

Doeu muito no meu jeito de sentir.

Sim, eu sofri…

Chorei, me arrebentei…

Rompimentos, mudanças

Causam estragos, mas passam

E nos deixam melhores,

Talvez não para nós mesmos,

Mas para os outros.

É  engraçado sem querer ser dramático.

Me refiz e quando eu achar que devo,

Vou em frente, mergulhar em novos abraços sem medo.

Somos humanos, imperfeitos

E é isso que nos faz perfeitos

Para novas tentativas.

Descobri.

Que ninguém é livre para partir…

Não respeitamos

A vontade do outro decidir.

Que não queremos que ninguém nos deixe.

Nos deixamos quando pensamos assim.

Que o nosso egoísmo é capaz de ferir,

De destruir o encanto de um relacionamento.

Nosso egoísmo a todo instante nos trai, Nos impede da plenitude da felicidade.

A gente aprisiona por vaidade.

Pela necessidade de possuir…

Pelo medo de ficar só.

E pela incapacidade de entender que a grandeza está em nada ter.

Porém de pertencer.

Percebo que somos maus,

No momento em queremos ser bons.

Preocupados com as opiniões alheias.

Para que vejam que temos alguém.

Para que vejam que somos de alguém.

Por capricho não queremos que vá.

Foi assim que comigo eu rompi.

Deixei que me deixassem para admitir

Que eu só precisava de mim.

Que a outra podia acrescentar,

Multiplicar, dividir.

E quem quiser que fique,

Sem eu precisar forçar, pedir.

Não há nada para provar pra mim.

Que seja voluntária a vontade de ficar.

De vir e ir.

Deixo a porta aberta para entrar e sair.

Mas que não me leve para muito longe

Para eu me perder,

Para me deixar sem mim.

Aprendi amar sem apego

E sem ser refém da solidão.

Aprendi a viver.

Agora vivo, corro mais riscos.

Eu vivo muito sem muito.

E se me tirarem tudo de novo.

Ainda terei a mim para recomeçar.

Posso estar sem companhia,

Entretanto não estou só.

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