Por enquanto.

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  Por enquanto.

        13/12/2018. 15 horas.

( Woodyh Oliveira )

Toda noite, quando adormeço...

A morte vem se deitar comigo.

Embora fria quer me envolver...

Em seus carinhos de matar.

E quer que eu adormeça.

Para sempre nos seus braços.

Quer que eu beije

Seus lábios gelados.

Acha que me aflige a solidão.

Não acha o bastante

Eu desfrutar da minha própria companhia.

Há sempre um novo dia.

E com ele vem a vida.

Me seduzindo, me excitando…

E todo amanhecer,

Acabo me apaixonando.

Me envolvendo e me despertando

Para o novo.

Ainda tenho esperança e gratidão.

Apesar de tudo,

Para continuar, tenho tesão.

E desde ontem eu digo:

Essa noite não!

Ainda não!

Eu sussurro:

Não se preocupe, morte.

Seja bem-vinda para me visitar,

Porém não force a minha partida.

Não estou pronto ainda.

Minha vontade de viver é de matar...

Qualquer desejo de desvida.

Sempre há um outro dia.

E o dia certo virá,

Para eu não mais acordar.

Por enquanto, deixe-me viver e despertar.

Ainda é cedo para eu não mais acordar.

Cada noite que durmo, é só um ensaio...

Para o descanso eterno.

Por enquanto, deixe-me vivendo.

O auge do espetáculo pode esperar.

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