Every Midnight • nct dream.

[❃] . . . ᥴᥲρίtᥙᥣo 03

n/a: Primeiramente, obrigada por cada comentário e cada voto. Vocês me incentivam a continuar escrevendo.
Segundo, eu postei dois capítulos, pois esse aqui é mais curtinho; minha alma markhyuck trash precisava de um capítulo só deles. Obrigada pela atenção, boa leitura.

Após nadar, jogar e conversar o dia todo, Mark estava exausto. Ele se sentia eternamente grato aos amigos por proporcionarem um aniversário tão bom pra ele.

Mas no fim do dia, ela sempre ocupava seus pensamentos. Sua mãe, que o deixara tão cedo.

Ele se lembrava de poucos momentos com ela, mas era o suficiente para deixar um buraco em seu peito toda vez que ia se deitar.

Ela tinha cabelos castanhos que iam até o ombro, e sempre os prendia em um meio rabo de cavalo. Seus olhos eram pretos e brilhavam toda vez que ela falava ou brincava com ele. A Srta. Fell sempre dizia que o sorriso de Mark lembrava o dela. A única foto que ele tinha era a que estava no pingente de coração que ela havia dado à ele na última vez em que se viram.

Ele não largava aquele colar, e se tornou um hábito segurá-lo quando estava com medo ou ansioso.

Agora, ele estava sentado em sua cama, lendo algumas cartas que ela enviou à ele antes de sumir de vez do mapa. Fazia anos desde a última carta que ele recebeu. O garoto perguntou à Srta. Fell o que havia acontecido, mas ela sempre se recusava a responder. Uma parte de seu cérebro custava a acreditar que o pior havia acontecido com sua mãe, mas a outra parte dizia para não perder as esperanças, e ele estava numa constante guerra contra si mesmo.

Alguém bateu na porta, o tirando de seus pensamentos.

ー Sim?

ー Eu posso entrar? ー A voz abafada de Donghyuck falou.

ー Claro, esse é seu quarto também. ー Mark respondeu.

Donghyuck entrou relutante no quarto, e se deparou com as cartas espalhadas pela cama de Mark.

Ele caminhou até a cama e se sentou ao seu lado.

ー São as cartas dela? ー Hyuck perguntou e Mark assentiu.

ー Eu já me acostumei a estar sem ela, mas todo aniversário eu faço isso, então... Talvez tenha virado uma tradição ー Mark riu de modo fraco.

ー Ninguém se acostuma a ficar sem os pais, Mark.

ー É. Eu acho que não.

Após um longo silêncio, Donghyuck tirou do bolso um pequeno pacote.

ー Eu... Ah... Não pude gastar muito esse ano porque eu tô juntando dinheiro, então...

Mark o encarou.

ー O que?

ー Seu... Seu presente de aniversário ー Hyuck entregou o pequeno pacote para o amigo, que o pegou, surpreso. ー Não é algo muito grande, mas...

ー Tá brincando? ー Mark sorriu. ー Eu nem esperava receber nada.

Mark tirou do pacote uma pulseira com bolinhas pretas, e uma única bolinha branca. Havia um pingente de sol pendurado nela.

ー Ano que vem você vai pra faculdade e eu queria que você tivesse algo meu pra levar. Olha:

Donghyuck mostrou o próprio pulso, onde havia uma pulseira igual, porém com bolinhas brancas e uma única bolinha preta. O mesmo pingente de sol estava pendurado nela.

ー Eu também tenho uma.

Mark sorriu e o encarou.

ー Ela é linda. Obrigado, Hyuck. De verdade. Obrigado por estar sempre aqui por mim.

Donghyuck sorriu e encostou a cabeça em seu ombro, e ele sentiu o rosto arder.

ー As coisas vão ser diferentes sem você aqui ano que vem.

ー Vocês vão se acostumar. Não é como se eu fosse ir pra fora do país.

ー É, mas eu vou sentir falta mesmo assim. Vai ser estranho dormir sozinho. E nadar sozinho. E fazer qualquer coisa sozinho.

Mark riu.

ー Ei, só eu vou embora. Os outros vão continuar aqui, sabia?

ー Eu sei. Mas você é meu favorito.

Mark não falou nada. Entre todos os amigos, Donghyuck era de quem sentiria mais falta, e ele sabia disso. Estava acostumado com a presença do menino desde que chegara no orfanato. Os dois sempre procuraram um ao outro para o que quer que fosse, desde dúvidas em relação à escola até coisas mais sérias. Seu peito começou a apertar, e Mark precisou piscar várias vezes para afastar as lágrimas.

Ele não queria deixar os amigos.

Ele não queria deixar Hyuck.

ー Você também é meu favorito. ー Disse, com a voz fraca.