Loki permaneceu mais um tempo no abraço, sentindo suas madeixas negras serem acariciadas suavemente. Apesar da tensão do momento, em que era procurado pelos guardas e provavelmente sua punição seria deverás pior do que antes, ainda sentia que também era um momento mágico, infestado de amor e carinho. Quase se esqueceu de seu plano por um instante, quase se rendeu ao irmão.
Por um momento começou a pensar se valia mesmo à pena se vingar, se aquilo lhe faria se sentir melhor. Sabia que se machucasse algum dos Vingadores, Thor ficaria chateado, sabia que se matasse Jane Foster, o loiro não o perdoaria jamais, mesmo que eles não tivessem mais nenhuma relação. Mas isso durou apenas uns minutos, quando se lembrou de tudo o que já passou, das vezes que o irmão o machucara, dos Vingadores o menosprezando, de seu falso pai, mentindo para si esse tempo todo, das pessoas o olhando torto por ser um mago e das vezes que apanhara dos amigos do irmão. Loki não abandonaria seu plano, aquela vingança se tornara seu objetivo à um ano. Aquele plano já fazia parte si, e executa-lo era essencial.
Com cuidado, se afastou do loiro, que o encarava confuso, e sorriu ladino. Loki estava pensando em como se livrar do irmão sem machuca-lo, afinal, ainda o amava. Passou a mão por suas próprias vestes as ajeitando, nunca deixara se ser vaidoso.
- Irmão... – Uma ideia surgiu, se fosse um desenho animado, provavelmente apareceria uma lâmpada acesa em cima de sua cabeça. – Você se lembra da vez que me transformei em cobra?
- Claro que sim! Você tentou me matar. – Um riso suave pode ser ouvido, o moreno também riu com aquilo.
- Devo dizer que, aprendi a virar outras espécies. – Num movimento rápido, Loki se transformou em uma cobra, uma mamba-negra. Sem que Thor percebesse, por estar admirando o animal à sua frente, Loki se clonou, diversas e diversas vezes.
Thor olhou maravilhado, o irmão realmente lhe deixava cada vez mais impressionado. Aos poucos, cada clone de cobra, foi se transformando no próprio Loki, menos um, que passou despercebido por Thor. Era o verdadeiro, fugindo do loiro. Sabia que se continuasse por muito tempo ali, acabaria se rendendo.
Ao chegar em uma distância considerável “segura”, o moreno voltou a sua forma real. A essa altura, Thor já deve ter percebido a farsa. Se sentiu mal por não sequer ter dado um último beijo no irmão, mas isso passou quando ouviu os passos em sua direção. Usando sua magia, conjurou duas adagas e se pôs em posição de combate. Eram os guardas, pelo menos seis deles, resolveria rapidamente.
- Príncipe Loki, rendasse agora e não torne as coisas mais difícil. – O chefe daquele pequeno grupo de “cães reais”- como pensava Loki – Se pronunciou. Sua voz estava trêmula, com certeza sabia que o príncipe podia usar magia contra eles, mas não sabia o quão forte poderia ser seus poderes.
- Me render? Hahaha! Vocês são engraçados, mas confesso que tem força de vontade. – Uma piscadela sugestiva veio da parte de Loki. – Okay, o teatro acabou! Podem voltar ao palácio.
- Recebemos ordem real senhor, temos que leva-lo de volta. – O tom de voz do guarda ainda era oscilante, ele tinha medo de Loki.
- Sinto muito, mas isso não irá acontecer. – Aos poucos, sua mão foi ficando num tom azulado e logo esticou-a em direção à tropa ali e os congelou.
Sabia que não tinha muito tempo, saiu dali rapidamente e seguiu em direção à Bifrost, estava pensando em congelar Heimdall também, assim poderia partir sem nenhum problema.
Enquanto isso, Thor que já havia descoberto que eram clones e que seu irmão verdadeiro não estava ali, o procurava desesperadamente. Não acreditava que Loki teria o traído novamente, depois de tudo, de seus sentimentos terem sidos expostos, dos toques, do beijo. O loiro se sentia péssimo mas tinha que continuar, precisava encontrar Loki à todo custo.
Parou ao ver uma das tropas congeladas, o irmão passou por ali. Nem sequer ajudou os guardas, estava com pressa demais para aquilo, correu pelo caminho que julgava ser o correto. Não demorou para estar na ponte do arco-íris ( que fora reconstruída à quase um ano), olhou mais adiante e avistou Loki usando seu poder de gelo para congelar o guardião da Bifrost, Heimdall. Thor correu, o mais rápido que conseguia.
- Irmão! Pare! – Gritou ofegante ao chegar na entrada do local, vendo o moreno posicionando a grande espada na entrada, onde permitiria que uma passagem para qualquer um dos nove reinos fosse aberta.
- Thor, você não desiste mesmo não é? – Sorriu irônico e o olhou fixo, queria observar aquele belo par de olhos mais uma vez.
- Sabe que desistir não é do meu feitio.- Se aproximou brevemente parando quando Loki apontou o cetro para ele.- Para onde pretende ir?
- Por que acredita que irei lhe contar? Thor... Adeus irmão. – Antes mesmo de Thor conseguir correr, Loki pressionou a espada contra a entrada e uma passagem o puxou para seu destino.
Loki se foi e Thor não conseguiu impedir, embora ainda tivesse tempo de correr não foi possível, já que sem que tenha percebido, o irmão mandou um clone congelar suas pernas. Como sempre, o moreno estava um passo à frente do irmão, podia não ter a força e nem a adoração de todos, mas possuía inteligência e astúcia. Loki era sistemático, planejava tudo calmamente, não se esquecendo dos mínimos detalhes e seguia seu plano fielmente, pelo menos até que algo não desse certo, caso acontecesse, ele mudaria pouca coisa do roteiro original mas sempre seguindo seu primeiro conceito.
Se orgulhava de sua inteligência. Apesar de não ser filho de sangue, acha que herdou à mesma de Frigga. Que o criou com todo amor e carinho. Era única que realmente o amava de verdade, claro, exceto Thor.
Seu jeito sistemático e inteligente, tornava Loki mais vantajoso sobre o irmão, além de claro, sua magia colaborar junto ao título de “deus da trapaça”.
[...]
- Caros mundanos, eu, Príncipe Loki Laufeyson, de Jotunheim, vim para Midgard com a missão de lhes dar um líder! Sejam devotos à mim, e lhes darei tudo o que quiserem....
Continua....
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I'm not your brother
Novela Juvenil"Você não é meu irmão!" Foram as últimas palavras que Loki, o deus da mentira e trapaça disse à Thor, seu irmão adotivo. O deus da trapaça estava sendo condenado à passar o resto de seus dias em uma prisão, nas proximidades de Asgard, afinal, nos úl...