Capítulo 3

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O silêncio em casa se tornava cada vez mais constrangedor, eu me sufocava com pensamentos enquanto o Erick preocupava-se mais com a porra do trabalho dele, me tornei numa viciada em pornô, era o único rémedio que acalmava o meu estresse. Eu queria um amor de muita aproximação, que apesar das ocupações tivessemos sempre um tempo para fazer fofocas sobre o nosso cotidiano, na verdade, eu me inspirava nos amores de instagram, eu sou mais que a palavra romântica e o que me faz estar de cabeça quente e o coração magoado é a realidade dura de saber que ninguém me amaria igual.
Embora o sentimento estivesse presente em nós, nosso casamento já havia caído na rotina e acabava sempre por ser enjoativo, de repente era mais um encontro de dois desconhecidos que viviam na mesma casa!
Erick olhava para mim como se tivesse pena mal sabia do esquadrão e os esquemas que viviam no meu inconsciente, isso acabaria logo com a farsa de ainda estarmos apaixonados.
Então meu telefone toca!
-Oi meu amor, preciso que me encontres hoje à noite no nosso restaurante preferido. Disse Erick!
- Mas amor, eu não estou sexy para sair. Respondi.
-Ah! Tu és linda de todas as maneiras, quero fazer algo diferente para esta noite. E vê se não te atrases desta vez! Disse ele.
-Está bem! Vou-me arrumar e ficar que nem uma mulher de aluguel. Respondi
entusiasmada e desliguei a chamada..

Era uma sensação de alegria e vazio ao mesmo tempo, e fiquei surpreendida com tal atitude do meu marido.
Toda mulher se atrasa nos encontros por uma razão:
- O reflexo no espelho fala com o nosso ego, embora tudo não passa de fantasmas nas nossas cabeças, tem dias que o espelho nos exalta no sentido diva, e tem dias que nem consiguimos nos encontrar.
E hoje é um desses dias em que a escuridão me ofuscava no espelho.
Escolhi o meu melhor vestido, sexy e transparente, tinha a intenção de comer o Erick em pleno banheiro do restaurante. Mas era mais difícil ainda chegar à tempo se não tivesse um cão rebelde que roubava os meus sapatos, e eu tinha que correr atrás dele feito louca.
Quando lá cheguei foi ótimo o resultado, ele estava lindo eu me mordia por dentro e por fora, me molhava de desejos e arranhava meu rabo de um jeito despercebido,  até que algo roubou-me a atênção! Meu sorriso parou imediatamente, o semblante caiu e perdi a postura. O que seria então? na outra mesa estava uma mulher que por algum motivo me tenha chamado à razão.
Tentei voltar em mim e fingir um novo sorriso pois não quis ouvir o meu marido a questionar sobre meu total apago, então ele puxou a cadeira e eu me sentei. Mas alguma coisa me fazia insistir em olhar naquela moça!
Finalmente ela olha para mim, eu quase me caguei de tesão e medo, era estranho aquele sentimento, meu comportamento à respeito era como de criança, eu endireitava o olhar mas meu instinto femenino voltava para ela. Erick fixou o olhar em mim e com ar de preocupado sussurrou:
- Princesa, o que se passa? Disse ele.
- Nada! Devo estar só a morrer de fome. Respondi.
-Mas pareces agitada, tem algo que me queiras dizer? Disse ele.
-Não querido! A sério, estou bem! Respondi.

Parece que eu não era a única que teimava no olhar, aquela mulher fazia sorrisos provocantes enquanto eu só conseguia imaginar a boca dela na minha vagina. Ouvi uns estalidos de dedos, e acordei.
-Yzel! Você está calada e distante, me conta o que se passa? Disse Erick.
-Preciso ir ao banheiro, a menstruação deve ter aparecido sem eu perceber. Respondi.
-Não demora! Já pedi o nosso jantar, sei que amas almondêgas de frango. Respondeu ele.

Saí com muita pressa da mesa e corri até ao banheiro, me senti inútil por ter mentido pela primeira vez ao meu marido, surgiu uma gargalhada em mim, parece que eu estava a erguer o que estava morto em mim. Pensei como chegaria até aquela moça, eu nunca beijei uma mulher e nunca senti atracção por nenhuma, quem sou eu? Foda!
Recebi uma mensagem do Erick:
- O jantar vai esfriar, e a noite vai terminar nesta seca que estás a provocar.
Preciso de uma estratégia para atrair aquela mulher, podiámos ser amigas talvez...
Voltei para o meu lugar.
É ridículo quando estamos em um lugar e temos que fazer o papel de sentinela, já me sentia estranha naquele jantar. Bebemos vinho e dançamos agarrados, mas meus  olhos e pensamentos estavam ligados na doce mulher que me desviara a atênção.
00:05 min... Hora de irmos amor! Disse Erick.
Arrumei a minha carteira e me diriji outra vez ao banheiro na esperança de que ela me pudesse seguir. Demorei uns 5 min, e a fantasia já me tinha passado, eu estava louca e se calhar interpretei mal aquele momento e saí apressada pois Erick me esperava.
Ao sair, o Garçon chama por mim e me entrega um bilhete, tentei chamá-lo para saber do que se tratava, mas ele saiu num tiro...

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