Capítulo 34

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Pessoas bem sucedidas têm sérios problemas com o amor, elas confundem presentes como recuperador de ausências e de vazio.
A manhã estava calma e pacífica, tudo estava bem principalmente o coração.
Eu era como nova, havia me esquecido completamente de tudo, e parece que agora o meu rumo é apenas um, embora que concertar o passado seja uma tarefa difícil.
Depois de tomarmos o pequeno almoço a conversa matinal estava tão presente e o interesse um do outro em conhecerem-se melhor era inevitável.

-Bem, acho que agora eu posso sair para ir trabalhar pois já cuidei e vou deixar em ótimo estado a minha mulher. (Disse Erick)

-Mas já? Eu não queria ficar sozinha hoje depois de tudo o que fizemos ontem. (Respondi)

-Meu amor, faz quase dois meses que a empresa não rende nada, eu estava falido por dentro enquanto você estava no hospital preciso ir e mostrar que estou vivo e que agora tenho forças para reconstruir tudo aquilo que perdemos. (Respondeu)

-Tudo bem, mas me diz... vais sentir a minha falta? (Perguntei)

-Ah, vou pensar nisso. (Respondeu sorridente)

-Eu sabia que não fazia falta. (Respondi)

-Querida, por favor! Tu és o meu mundo meu doce e é claro que vou morrer de saudades e acredita que voltarei cedo para te ver e ficar só com a pessoa que eu mais amo. (Respondeu)

-Eu te amo Erick! (Respondi)

-E eu a ti Yzel.  Até logo. (Respondeu)

Faltavam mais algumas semanas para eu me recuperar na totalidade, senti imensas saudades da Steyce mas eu não podia trazê-la de volta depois de tudo. Eu queria contar-lhe o quanto eu estava feliz, talvez eu seja apenas muito dramática e devia dar uma chance para ela.
Eu não aprendi a perdoar, e isso me deixa podre por dentro!
Tentei evitar e me dedicar apenas ao meu casamento mas infelizmente o meu coração batia em outro endereço.
Dayane! Minha linda paixão.
Saudades era tudo que eu podia classificar no momento, e a raiva era quase nula mesmo sem ao menos descobrir o que havia acontecido entre ela e o Erick. O amor é ingrato, ou seja, somos apenas escravos do prazer e quando estamos sujeitos a demonstrar amor nos fechamos feito flores com vergonha do sol.
Estava na dúvida se ligava para a Dayane ou se enterrava aquele sentimento.
Tinha saudades também da minha rotina, de tomar café nas horas livres e de manter uma boa conversa entre colegas no trabalho.
Eu tinha saudades de casa! Meu lar, meu doce lar, eu tinha saudades da casa que eu e o meu coração criamos.
A vida passa cheia de pressa e nós somos tolos  demais para perceber que ela não espera por ninguém, e nesse momento de conversa com o meu velho eu rolou uma lágrima do meu olho.
Cá estou eu, sem amigos, e sem família!
O mundo me ensinou apenas que a nossa única companhia é a dor, a alegria nem sempre chega e às vezes não temos a oportunidade de a conhecer. Faz muito tempo que o mundo é apenas um pedaço de pano sujo, procuramos perdidamente conforto ao invés de amor e isso só acaba com a força de sermos felizes um dia.
Apesar de tudo eu estava viva, não parecia tão linda como antes mas devo agradecer!
Abri as janelas e permiti que um ar novo entrasse em casa, Snoff! Droga!
Saí correndo atrás da peste, outra vez a arrastar as ceroulas da vizinha, engraçado.

-Anda cá Snoff! (Disse eu)

-Se este cão não for reeducado eu juro que lhe mato. (Disse a vizinha mais irritante)

Eu não sabia se o batia ou se morria de risos, o Snoff era o cão mais doido da vizinhança.

-Por favor Snoff, a mãe não pode correr. (Gritei)

Lá estava eu, de volta ao habitual , podia até dizer que odeio viver as mesmas coisas, mas garanto que nunca será enjoativo viver momentos engraçados todos os dias.
Eu não vou mentir que o amor dura para sempre, na verdade essa é a desculpa que demos para que ninguém possa perceber que só o costume dura para sempre.
Snoff não parava quieto e eu mal podia continuar a correr. O dia passava tão depressa e que mesmo estando sozinha eu pude notar como a vida passa a velocidade da luz.
Dei uma faxina na casa, coloquei uma música barulhenta e tentei criar a minha própria felicidade. Eu dançava e dava risadas tão altas, mas os meus olhos não me deixam mentir, eu estava diante de uma instância tremenda.
Afinal, sempre precisamos de alguém, sempre!
Amor próprio não é capaz de preencher certos vazios, o amor próprio não te fará sentir frios na barriga.
Ao som da minha música preferida eu ouço a campainha tocar.
Surgiu um espanto pois eu não esperava por ninguém, me afastei de tudo e todos e nem por isso alguém me havia procurado.

-Oi! Não batas a porta na minha cara por favor , só vim saber como estavas.

-O quê queres? (Perguntei)

-Quero recuperar a minha amiga, me desculpe! (Respondeu)

-Eu não sei o que te dizer, até dói responder-te. (Respondi)

-Yzel , eu não fiz por mal, você precisa de ajuda. (Respondeu)

-Então você veio até aqui para dizer que estou maluca? (Perguntei)

-Não! Mas eu sinto que não estás bem, e isso não será tão fácil para perceberes. (Respondeu)

-Se era só isso, então já podes ir embora Steyce. (Respondi)

-Por favor, podemos resolver isso. (Respondeu Steyce)

-Sim, diz! (Respondi)

-Eu nunca iria prejudicar-te, és e sempre serás a minha melhor amiga. Mas tu sabes que eu nunca achei normal esse teu deslize em querer estar com mulheres mesmo estando casada com um homem. (Respondeu Steyce)

-Espera aí! A senhora advogada agora me vai julgar? (Perguntei)

-Posso entrar ao menos? (Perguntou)

Difícil era mesmo deixar entrar mais uma vez em minha casa uma preconceituosa disfarçada.

-Ok. Entre! (Respondi)

-Yzel , eu soube através do Pablo que já havias recebido alta, eu fui várias vezes ver-te quando estavas em coma, mas de certeza que não sabias disso. (Respondeu)

-Não, não sabia mesmo. Obrigada! (Respondi)

-Eu sou tua amiga, eu vejo-te como ninguém alguma vez já te viu, essa tristeza que carregas tem muitos segredos, e para te sentires melhor tu jogas as culpas ao Erick. (Respondeu)

-E quem és tu para afirmar coisas que não conheces? (Perguntei)

-Tudo bem. Eu vim apenas fazer as pazes contigo, mas se isso é impossível tens razão, o melhor mesmo é eu ir embora. (Respondeu)

-Steyce, espera! (Gritei)

-Sim. (Respondeu)

-Também senti a tua falta. (Respondi)

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⏰ Última atualização: Sep 12, 2019 ⏰

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