Capítulo 17

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Já era quase fim do dia, e chegar à casa era o meu maior desejo, eu sabia que estava a ir longe demais com o meu drama, e ao mesmo tempo era tudo muito engraçado, por outro lado eu precisava de sexo para descontrair e acalmar o meu stress.
A velocidade do carro era de 130km, meu medo saltava pela garganta na verdade eu não tinha a mínima noção do quanto eu estava a alterar o Erick, eu me tornei a maior preocupação dele.
Por fim estávamos em casa!
Fiquei a olhar o meu telefone a espera de que a Dayane respondesse ao menos a minha mensagem, parece que não será hoje que eu terei uma resposta, e isso me causa uma ansiedade inútil, começo a me enraivecer e a explodir por dentro.
Tomei uma atitude e voltei a escrever para ela:

-Diga algo! (Escrevi)

Tem um momento em que não precisamos que a pessoa responda a nossa mensagem, saber que ela viu é suficiente, mas nesse preciso instante eu desejo uma resposta.
Eu me desliguei completamente da minha vida social e familiar para desfrutar dos meus deslizes, e agora sei que nem todos os erros têm concerto!
Eu queria que alguém fosse sincero o suficiente para admitir que a vida é uma mentira, somos escravos de coisas que ouvimos mas nunca vimos, e essa dependência toda só prova que estamos em um mundo em que o mais idiota é considerado o mais sábio. Faz um tempo que eu já não cuido do meu marido, tenho deixado as coisas andarem e mal vejo as coisas dele, não observo o telefone dele, não pergunto para onde ele vai e nem com quem sai, já não existe mais o ciúme na verdade já não existe nada! Quando algo ou alguém invade a nossa cabeça é impossível ter espaço para coisas velhas, e aos poucos deixamos para atrás aquilo que um dia já foi valioso para nós.
Apesar de tudo, meu marido é muito prestável embora tenha trabalhado muito ele nunca deixou de fazer o seu papel diferente de mim, estou apaixonada por outra pessoa e não sei como dividir isso, estou com os sentimentos confundidos e me sinto mal por saber que no final um de nós sairá ferido da história. Não me rendo à julgamentos da sociedade se eu mesma posso me julgar à todo o tempo, o desamor nos deixa deprimidos e se submeter ao que já não nos cria frio na barriga é sofrer por medo de acabar sozinho.
Finalmente recebi a resposta:

-Podemos nos encontrar e conversar? (Escreveu Dayane)

-Claro! Quando e aonde ? (Respondi)

-Na esquina principal de Bordéus. (Respondeu)

-Pode ser amanhã ao meio dia? (Respondi)

-Sim, claro! (Respondeu)

-Até amanhã. (Respondi)

-Até amanhã. (Respondeu)

A frieza das pessoas é tão radical, em momento algum ela quis saber se eu estava bem, deve ter coisas mais importantes para questionar do que eu.
Fiquei calada por muito tempo a pensar em como seriam as coisas aqui em casa daqui para frente!

-Jantar prontinho para a mulher mais linda do mundo. (Disse Erick)

-Sempre tão fofo, o bebé vai amar ter uma pai como tu. (Respondi)

-E também vai amar ter uma super mãe como tu. (Respondeu)

- ... Acredito que sim. (Respondi)

Ele é incrível, mas muito seco às vezes! Somos recém-casados e não vejo a hora de ser livre outra vez, a culpa não é dele talvez não seja de ninguém ou então seja só minha por estar a viver esse vazio.
Ainda estou chocada pela forma que a Dayane escreveu para mim, eu não senti o calor do amor naquelas letras e parecia que já não existia mais sentimentos por parte dela, e isso me deixa tão mal assombrada principalmente ao lembrar a traição dela. Lá fora se ouvia o Snoff a ladrar com muita persistência, estávamos prestes a servir o jantar mas aquela barulhada toda lá fora chamou a nossa atenção!
Erick quis ir ver o que se passava mas algo tocou em mim e o impedi:

As Mentiras Do Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora