Capítulo 13

39 8 0
                                    


Me perdi durante muitos minutos, era inacreditável! Eu não queria mesmo acreditar na merda que estava a ver.
Era ela! Era a minha Dayane com outra mulher. O quê é tão pior do que isso? Engraçado como eu consigo me sentir tão mal com essa droga, parece que os sonhos são apenas sonhos, e realizá-los é só um pormenor.
O amor continua longe de mim, eu não consigo erguer as minhas forças para olhar na cara dela, foda! Filha da puta.
Eu queria ser uma autêntica estúpida e partir para cima dela e dar-lhe uma surra de verdade mas eu parei, eu não posso me revoltar com uma pessoa que simplesmente não me leva à sério, uma miúda explodiu o meu coração em apenas uma noite.
Suspirei, espera! Eu chorei mesmo. As minhas palavras começaram a sair sem término, eu precisava voltar no tempo e apagar esse presente ruim.
Eu não conseguia me mover no momento, e ela ficou estagnada a olhar para mim e finalmente a namoradinha dela questiona sobre a minha presença na frente delas e o porquê do susto por parte da Dayane.
Ela empurra à namorada para o canto e vem ter comigo.

-Yzel! Olha, eu.... não é o que estás a pensar, eu estava só a... (Disse Dayane)

-Por favor, agora não ! (Respondi)

-Me escute, não vás embora! Ela é só uma.... tanto faz, mas me escuta por favor. (Respondeu)

-Vai se foder! E vê se ardes na esfera do inferno. (Respondi)

-Yzeeeelllllll! (Gritou ela )

Eu queria ter lhe dito como sinto, mas eu preferi engolir as palavras e sair andando como se não tivesse visto nada! Eu sabia que aquele silêncio todo durante o dia me cheirava a estouros, como ela foi capaz? Corri para o banheiro e me fechei lá, a dor do amor corrói os ossos, arde como as chamas no inferno e apavora como se tudo fosse desabar em um terramoto.
Já comecei a pagar por ser uma traidora, sim! Agora eu sei como o Erick ia se sentir se descobrisse essa minha aventura, passei anos a colocar a culpa aos outros na verdade quem é a causadora por essa infelicidade toda sou eu! Como esquecer tudo isso? Eu a amo, eu não sei como arranca-lá da minha cabeça, fodam-se todos!
Já passou tempo demais, e eu tinha de estar em casa mas estou aqui, presa nessa rede de sentimentos malditos que eu não devia ter sentido nunca.
Recebi várias ligações da Steyce pois estava a minha procura mas eu não queria ver ninguém, o mundo começou a ser um incômodo no mesmo instante, e eu só desejava não ter nascido.
Dayane insistia em querer falar comigo para inventar desculpas e mentir sobre o que vi, sério? Como eu pude me deixar levar pelos encantos de uma garota sensual e altamente perigosa ? Nossa! Ela me deu uma lição hoje, talvez por hoje eu não queria mais olhar para a cara dela.
Enxuguei as lágrimas e saí do banheiro, tudo me parecia uma roda em que eu não queria ser o ponto de partida, estava em pedaços e mal sentia o meu coração bater.
Dayane correu a gritar por mim com lágrimas nos olhos, eu fingia não estar a ouvir, o que quer agora? A noite que supostamente seria a minha reanimação acabou no chão, alguém está a pisar sem dó os meus sentimentos, tenho pena de mim e pelos anos que fiquei quieta no meu canto sem mesmo poder soltar a voz e dizer que quero ser livre.
Steyce mal podia falar, estava doida, bebeu durante a festa toda e teve sexo com um homem desconhecido, ao menos ela ganhou asas para voar na felicidade eu simplesmente me borrei de maquiagem.
Andei lentamente e senti uma mão a tocar em mim! Olhei para atrás e vi que era um homem com um charme de matar, alto de cabelos encaracolados e pele castanha, tentei evitá-lo mas a tentação do momento me fez continuar aí. Ele parecia um idiota lindo que não tomava uma atitude para falar alguma e pousou a olhar para mim, achei chato, eu queria que ele me agarrasse e tirasse aquela tristeza de mim.
Já não restava paciência em mim e saí sem perguntar nada sem mesmo que ele disse alguma coisa, fiquei sozinha naquela discoteca que embora estivesse cheia eu me sentia no meio do nada, a dor me tornava mais covarde.  Me isolei no ressentimento e bebi um pouco da vingança do destino, não pense que tudo nos será impune, sempre que jogarmos trigo ou joio em terra fértil ele não morrerá.
É preciso ser muito ágil, se quiser viver suas vidas você precisa não errar nas desculpas que dá, ou então você poderá se confundir. Não sabia como responder sobre o facto de ter passado a noite fora de casa sem ao menos ter ligado para avisar, quando somos machucados por uma paixão somos capazes de perder tudo por sentir desleixo e desamor, nos tornamos fracos e obedientes do desespero é a pior sensação ninguém é tão forte ao ponto de fugir da vontade de morrer quando o coração se quebra.
Será que a Dayane sente o mesmo que eu? Acho que não! Eu não posso mais me enganar com uma menina que ainda não aprendeu a sobreviver à fortes tempestades, é ridículo acreditar no amor quando se tem duas pessoas para se amar ao mesmo tempo.

-Yzel... Anda cá mulher, a gente já volta tá bom ? ( Disse Steyce totalmente bêbada)

O estado dela era tão engraçado que eu não sabia nem por onde começar a ajudá-la, estava com um estranho e não sei para onde iam, tive que interferir o passeio dos pombinhos para irmos à casa.

-Vem cá Steyce, você bebeu demais, vamos para casa. (Respondi)

-Casa? Mas a noite ainda nem sequer terminou. (Respondeu)

-Por hoje chega, olha o teu estado. (Respondi)

-Viste o meu namorado novo ? (Perguntou)

-Não acredito! Esquece isso, vamos é embora daqui. (Respondi)

Pedi para que o moço deixasse ela comigo, e então a carreguei pelos ombros. Vi a Dayane em uma discussão com a namorada, chato ter deixado a noite delas em tapas né, mas mereceu agora preciso ir para a casa, o moço que estava aos beijos com a Steyce não queria mesmo sair de perto, insistia em ajudar e quis até levá-la à casa.
A festa estava super cheia, eu não me senti feliz em nenhum momento e olha que eu estava linda, tem momentos que nem a nossa beleza exterior é motivo para nos sentirmos capazes de conquistar a felicidade, então é aí que começa a perda da auto-estima.
Não conseguia pensar em outra coisa à não ser recomeçar, a cabeça andava as voltas e nunca achava a saída de tudo isso, ouvi alguém chamar por mim e não senti vontade nenhuma de parar para um debate.

-Yzel, por favor fale comigo! (Gritou Dayane desesperada )

-Me deixa em paz. Você provocou tudo isso, mentiste para mim, gastei as minhas energias ao me preocupar contigo, me diz agora! As dores e o mal estar passou assim tão rápido? (Respondi)

-Eu posso explicar, eu te amo! Respondeu)

-O que é o amor para ti? A partilha? É isso? Ver o quanto um coração se quebra em mil pedaços por você ? (Perguntei)

-Não é nada disso, apenas me empolguei e aconteceram essas coisas, não passou de beijos. (Respondeu)

-Isso é para eu me convencer que beijos são só beijos e nada mais? Ou seja, devo eu encarar essa traição como apenas uma novela em que o meu papel é de ser a idiota? (Respondi)

-Yzel, por favor, nós podemos resolver isso da melhor maneira, me perdoa por amor de Deus. (Respondeu)

-Para ti as coisas são assim tão fáceis ? É assim que se resolvem as coisas na vida de barbie? (Respondi)

-Eu não quero te perder, e aquela mulher não é minha namorada não significa nada para mim eu te juro! (Respondeu)

-Claro que não significa, ao ponto de me evitares o dia todo, mentires para mim, eu só queria ter a tua atenção saber como estavas, podias ter-me dito que ias sair eu logo previa que alguma merda estavas a aprontar, mas porra! Porquê comigo? Caralho Dayane! Deves achar mesmo que todos estão aos teus pés e que devem simplesmente acreditar e aplaudir a palhaçada que fazes. (Respondi)

-Eu não que isso acontecesse... foi só beijos e mais nada. (Respondeu)

-Foi só beijos? Me dá um segundo. (Respondi)

Ela ficou sem entender o porquê de eu ter pedido um segundo, coloquei a Steyce sentada em um sofá e então tomei a pior atitude da minha vida!
Olhei para a Dayane com lágrimas nos olhos e com muita raiva, sem pensar puxei o moço do lado e o beijei bem na frente dela.
Perguntei-lhe:

-Como te sentes agora? Foi só um beijo. (Perguntei)

-Não acredito que tu fizeste isso! (Respondeu)

-Agora estás a dar uma de vítima? Me diz como te sentes porra? (Perguntei)

-Vou-me embora! (Respondeu)

-Não! Tu não vais a lado nenhum, eu ainda não terminei. (Respondi)

-Pare com isso por favor, já chega ! (Respondeu)

Me pareceu divertido vê-lá sofrer com aquilo, comecei a me estragar no moço mesmo sem o conhecer e sabendo que ele andou com a Steyce a noite toda.
Eu estava louca de raiva, e quando volto a beijar o moço, vejo o inesperado bem na porta da discoteca a aplaudir com ironia.

-Bravo! Bravo, bravo, muito bem! (Disse ele)

-Aguardem pelo próximo capítulo, e por favor me ajudem a tornar este livro conhecido basta clicar na estrelinha para votar.

-Erick? (Disse eu)

As Mentiras Do Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora