Capítulo 31

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O som da ambulância era tão sinistro, aquelas pessoas todas em minha volta, a aflição dos médicos para me fazer reviver, sim! Eu fui atropelada.
Acho que a dor de levar um embate não é tão forte do que perder a vida na alma, confesso que eu não quis acordar em momento algum.
Eu senti uma mão quente que pedia para eu viver em voz alta, me pedia perdão jurava que me amava, lá no fundo quando as últimas linhas da vida começam a enfraquecer todo mundo se esforça para dizer o quanto te ama, mas eu senti que aquelas palavras eram sim verdadeiras.
Quando acordei, já estava no hospital eu tinha muitos pendentes para resolver comigo mesma, olhei em volta não tinha nada apenas uma cabeça deitada em minha mão!
Era o Erick, ele apenas suspirou por me ver acordada temia questionar se eu estava bem, eu via a culpa nos olhos dele não vou negar que às vezes tudo o que uma mulher quer é que um homem se sinta culpado.
Ele esperava ansioso que eu dissesse alguma coisa, mas eu apenas permaneci calada. Ele passava a mão no meu rosto e eu sabia perfeitamente que ele estava torturado ao me ver naquela cama e indefesa.

-Obrigada! (Disse eu)

Ele começou a chorar!
Eu não queria que ele voltasse a falar aquelas coisas que me magoassem embora que sejam desabafos eu não queria ouvir.

-Porquê me agradeces? (Perguntou)

-Que tal por tudo? (Respondi)

-Como assim? Não tens nada que agradecer. (Respondeu)

-Eu sei que não! Porque para mim ser feliz sempre foi ter uma aliança no dedo, andar de mãos dadas e contar para alguém como foi o meu dia no trabalho. Hoje eu olho para nós e vejo como tudo é tão diferente, eu consigo definir O amor agora, que tal começar por ele ser uma mentira? (Respondi)

-Yzel.... Escuta, pare! Tu não estás em condições de dizer alguma coisa. (Respondeu)

-Não me importo, eu não queria acordar sabias? (Respondi)

-Eu te amo e tu sabes! (Respondeu)

-Mas você foi embora! (Respondi)

-Engraçado, você só leu o bilhete que eu havia deixado na cozinha, eu escrevi a uns meses e esqueci-me dele por cima da mesa, eu não ia embora! Não mais. Eu pensei que tu tivesses lido o bilhete que eu deixei por cima da nossa cama com os presentes. (Respondeu)

-Mas então tu não foste embora? E a moça que estava contigo? ( Perguntei)

-Não Yzel, eu saí para trabalhar como todos os dias, e aquela moça é a minha nova sócia e é casada com o meu melhor amigo que esteve em tempos em nossa casa o doutor Maurício. (Respondeu)

-O quê? ...........(Perguntei)

-Isso mesmo que você acabou de ouvir. (Respondeu)

Não sei se o mundo é pequeno ou se o destino conspira de propósito contra mim. Eu parei até de respirar, e de lembrar que eu fodi aquele médico como se o mundo fosse acabar, porra! A vida é uma filha da puta.
Algo me diz que o Erick sempre soube de tudo mas finge para ver até aonde eu irei chegar com essa farsa.
A minha pressão começou a subir ele correu para chamar os enfermeiros. Quando somos descobertos ou quando pressentimos que estamos prestes a ser descobertos o nosso ego começa a atirar as culpas para outras pessoas.
Quando os médicos entraram no meu quarto pediram para que o Erick saísse, engraçado como a vida pode terminar em um segundo!
Deram-me uma injeção e eu me acalmei, eu não aguentava mais toda aquela confusão a minha vida estava por um fio e os pensamentos cobriam toda a minha existência eu não queria mais ver à luz.
Eu queria pensar em outra coisa, queria pensar em mim, eu não conseguia nem mesmo me pedir perdão por todas essas coisas que eu passei, quem é a Dayane afinal? Quem é o Doutor Maurício? O que a Steyce tem a ver com tudo isso?
Meu ciclo de amigos e amores cheirava-me a esturro, cada vez mais era impossível descobrir quem estava a jogar comigo.
Steyce chegou ao hospital feito doida, confesso que eu não conseguia ser mansa com ela, minha indiferença falava mais alto e eu não conseguia sentir nada. E de pensar que ela também foi falsa comigo, as nossas estratégias sempre foram bem elaboradas mas o Erick sempre esteve a par de tudo, quem é à Steyce?
Eu desconheço todo mundo, sempre achei que eu era a toda poderosa e que ganharia esse jogo, mas afinal, sempre fui a idiota neste meio.
Eu sangrava pela cabeça, chegou uma altura em que eu arrancar o aparelho de oxigénio, estava com pensamentos suicida e ninguém ainda havia notado, comeu a ficar deprimida e os meus olhos acordavam inchados e sem brilho de vida. Estava mesmo a morrer, foi então que eu decidi não partir enquanto não descobrir a verdadeira história deste amor impossível.
Cada história é uma história, por isso eu sou de acordo que para ser feliz é preciso ser surdo, mudo e cego, assim seremos capazes de não acreditar que as desilusões existem.
Nem todos conseguem acertar, às vezes acabamos por morrer sem ao menos conhecer o prazer que se tem quando dormimos no peito que bate os nossos sentimentos, o prazer de respirar o conforto que a voz da pessoa que amamos nos transmite. Estou aqui, e o meu dinheiro não conseguiu me preencher nem uma única vez, nem mesmo conseguiu comprar o coração de alguém para mim.

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