Capítulo 1: O começo da jornada.

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     Já estava quase na metade do dia e Serenity aguardava a resposta dos entrevistadores. Assim como ela, haviam muitos candidatos ansiosos, até que uma das entrevistadoras  saiu da sala e pediu para algumas pessoas à seguirem, a garota não foi chamada para ir na remeça de pessoas. Droga,  pensou,  já havia descartado à hipótese de ser contratada após 10 minutos aqueles que estavam com a entrevistadora saíram  cabisbaixos, dizendo que não foram aceitos pois não tinham o perfil da empresa. 

  Serenity desta vez foi chamada, seu coração pulava do peito e suas mãos suavam, até ouvir as doces palavras saírem pela boca daquela mulher que tinha um pouco menos de 1,60 m com uma cara amarrada, finalmente abrira um sorriso.

- Vocês que sobraram, todos... Passaram! Parabéns! -quando ouviu estas palavras o sorriso e as lágrimas saíram juntos e misturados, Serenity limpou o rosto com lenço que pegou em sua bolsa. 

-Vocês começaram segunda-feira, até o final desta semana vocês terão que entregar aqui na empresa todas as documentações necessárias, fora exames médicos exigidos pela empresa - a entrevistadora continuou, agora estava séria novamente - entenderam?

   Todos responderam que sim em unissom. Ela entregou uma papelada para todos constando tudo que era necessário para ser entreguem para a admissão.   

    Serenity mal havia pisado  o pé na rua e já procurou na lista de coisas o que ela poderia adiantar; ''copias dos documentos'' leu. Por sorte, havia uma banca de jornal perto onde conseguiu tirar umas copias, foi para casa onde encontrará seu marido deitado no sofá jogando no celular, ao vê-la largou o celular imediatamente para recepciona-lá. 

- E então como foi? - ele perguntou ansioso.

- Eu consegui!!! - disse pulando em seus braços.

- Estou tão feliz por você, amor. Me conta como foi lá?

- Depois, pois agora eu vou correr atrás de todas as documentações possíveis - disse retirando a papelada entregue pela entrevistadora - vou correr hoje e amanhã para entregar tudo até  sexta.

    Gabriel pegou os papeis e o olhou com muita atenção, depois devolveu para Serenity.

- Boa sorte. - disse se jogando no sofá e pegando novamente o celular.


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    O relógio despertou cedo, antes que o marido fosse trabalhar, Gabriel trabalha com seu pai com capitaria. Serenity se arrumou rapidamente, tomou seu café da manhã apressada enquanto conferia a mochila, ela iria fazer o exame em Suzano depois de tudo no mesmo dia ela iria entregar toda a documentação para a empresa.

   Quando estava prestes a sair seu marido a olhou, deu-lhe um tapa nas costas desejando boa sorte. E assim, ela seguiu apressada até a estação.

    Ela conseguiu pegar o trem até que rápido, sentou e aproveitou para checar novamente estava tudo certo só faltava do exame. Ela respirou fundo e sorriu animada pois havia conseguido emprego no banco, na parte administrativa. Pegou o celular e colocou os fones e ao som de Falling in Love  do ex-grupo de Kpop 2ne1.

    Finalmente, depois de tanto andar achou o maldito lugar. Entrou, o lugar parecia ser bem bonito só ao ver a recepção ficou de boca-aberta, o piso de madeira e as paredes brancas e pretas com alguns vasos aqui e ali. Entregou alguns documentos, a mulher pegou conferiu um por um enquanto digitava no computador, entregou-os de volta a Serenity sem tirar os olhos da tela. Levantou-se e pegou um papel que acabara de imprimir, ao lado do teclado correu a mão até uma lata onde havia canetas, ela tateou-as até pegar uma, circulou o andar e a sala onde iria fazer apenas exames de rotina. Entregou o papel e entregou para a garota, nem sequer olhou seu rosto, só explicou rapidamente para que a garota se virasse sozinha.

     Apesar de ser cedo, Serenity achou que haveria mais gente na recepção.

- Que bom, ao menos vai ser rápido e eu vou poder entregar os documentos antes do previsto - pensou em voz enquanto entrava no elevador. As portas abriram e ao olhar o corredor cheio de pessoas que estavam com ela na entrevista e até alguns rostos novos, ela ficou surpresa, foi até o balcão de atendimento e se deparou com uma fila enorme.

   Que ótimo, se eu não sair daqui de noite estou no lucro, pensou revirando os olhos. 

   Foram 3 horas de espera para finalmente começarem os exames, estes por sua vez mal duraram 25 minutos. Assim que conseguiu o documento para entregar na empresa, lá foi Serenity em plena 17 horas correr para pegar ônibus e depois trem para ir até Jardim America onde ficava a empresa na qual iria trabalhar. O tempo parecia que estava voando e ela tinha um prazo para entregar, se não ela teria que ir sexta. Correu até chegar, sentou na recepção depois de pegar uma senha. 

    Já mais aliviada por todo seu esforço ter válido à pena, aproveitou para relaxar um pouco enquanto aguardava ser chamada, pegou uma barra de cereal da bolsa e comeu bem devagar, para degustar cada mordida. Finalmente o monitor mostrava o número: 325. 

    Estava feito. Voltava para casa feliz, porém cansada. Pegou o celular já dentro da condução e viu algumas mensagens em seu Whatssap  era de Gabriel:

''Discuti com meu pai... Não irei mais trabalhar com ele! Não quero saber, então faz favor de não perguntar sobre isso, não quero que toque no assunto quando você chegar. Eu estou agora na casa da minha avó, irei dormir aqui.''

    Serenity respirou fundo, só queria que seu marido estivesse em casa quando chegasse e a recepcionasse com carinho, pensou que ao abrir iria ter pelo menos ''eu te amo'', mas não. Chegando em casa, ela teve que lavar a louça e ainda fazer comida pois nem isso Gabriel foi capaz de fazer, estava esgotada.  O celular toca, é ele.

-Alô?

-Alô. Chegou bem?

-Sim... Porque você não faz as coisas aqui em casa? Você bem que podia ter vindo direto para casa né, eu estou exausta né meu... - reclamou.

-Eu tive um dia daqueles e eu estou bem mais cansado sabia? Precisava conversar com minha vó, pelo menos ela me acalma e me entende.

-E eu não?- disse com um tom firme.

-Vai começar? Vou desligar, tchau.- disse Gabriel com um tom de voz agressivo.

   A garota deslizou o dedo para encerrar a chamada, bufou com os olhos cheios de lágrimas disse em voz alta:

-Que babaca de merda! - ela olhou novamente para a tela do celular, agora bloqueada - ao menos até chegar segunda poderei ficar em paz... Segunda será um novo dia.






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