Capítulo 5: Pimenta.

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   Serenity tinha acordado cedo como de costume, olhou para o  espelho mal conseguia abrir os olhos. Lavou o rosto, foi até a cozinha fazer o café da manhã, o coração acelerou no rápido pensamento da garota sobre o beijo.

  Conseguia sentir a sensação dos seus lábios tocando na de Yori, e aquele perfume da pele dele em contato com a dela, causando arrepios e desejo eternos.

- Bom dia. - a voz de Gabriel fez com que Serenity despertasse do transe. 

- Bom dia. - respondeu tentando disfarça o susto que havia levado.

  Gabriel caminhou até ela e abraçou-a, ela retribuiu mas por um momento desejou que Yori estivesse ali. O casamento, com quase 2 anos, estava começando à apresentar certos problemas; Gabriel era muito ciumento e não suportava ver Serenity sair arrumada para trabalhar, sempre queria que a mesma mandasse mensagem para ele no decorrer do dia para que ele pudesse ocupa-la o máximo de tempo possível, ela estava se sentindo estranha quanto à isso. Ambos com 20 anos de idade, decidiram encarar a vida adulta em um salto arriscado, e casaram-se com a promessa de viverem felizes para sempre, de sempre respeitarem um ao outro. Eles não possuíam o sobrenomes um do outro, Gabriel até deu essa sugestão mas Serenty apenas quis continuar como estavam.

  O fato de Yori ter aparecido na vida de Serenity foi uma chance para que a garota pudesse ter uma aventura de verdade, pois ele fazia com que ela se sentisse viva. Ela sabia que apesar de tudo só o relacionamento dela estava abalado, as vezes ela se pegava imaginando como ele seria perto dela suspirava por não ter a sorte dela, e não poder acordar com um bom dia todos os dias, mensagens ou até mesmo não poder ouvir a voz dele a hora que ela quisesse. Nunca iria ouvir um "eu te amo", ou receber um carinho sempre, poder segurar as mãos em publico não era bem a melhor opção; te invejo muito sua vadia má, que sorte, pensou Serenity. 

  Ela sabia que quando concordou em ser amante, não tinha direito de sentir ciúmes da esposa dele... Mas como? Nem sempre conseguimos mandar no coração, Serenity tentava disfarçar mas suas caras e bocas a entregavam na mesma hora. Um sentimentos que á corroía por dentro.

   Após terminar de tomar café, foi tomar banho, enquanto a água percorria seu corpo ela olhava para si mesma,  olhava para o corpo, será que meu corpo é realmente bom? Ele sentiria desejo ao e ver nua? pensou. Ela olhava agora para o chão enquanto as gotas caiam incessantemente, pensou em Gabriel e na relação, pensou que por muitas vezes ela queria apenas uma transa e ele não satisfazia ela ou nem sequer procurava-a. Serenity, com os punhos cerados deixavam a água levar toda sua raiva. 

  Ela saiu do banho e Gabriel estava bem na sua frente, ele se aproximou com um gesto de carinho, a mão procurava o corpo da garota, que se afastou recusando o carinho. Ele à segurou pelo braço e prendeu contra a parede, ela empurrou-o mas Gabriel voltou a prensa-lá beijando contra sua vontade, ela apenas não queria, não assim, não daquele jeito. Serenity deixou uma lágrima escorrer no canto do olho. Gabriel se afastou e encarou seu rosto, agora pálido. A toalha estava no chão e seu corpo nu tocava a parede fria que ficara molhada. O garoto abaixou e pegou a toalha, ela tomou dá mão dele e o olhou com um olhar de desprezo e caminhou até o quarto no qual se trancou. Após se arrumar, colocou seu melhor perfume e passou creme no corpo, apenas sentia que aquela dia apesar de ter começado ruim iria ter um final feliz.

  O rádio tocava um música que chamou a atenção de Serenity, fazendo com que aumentasse o volume para provocar o marido, para que o mesmo escutasse a letra da música claramente:

  ''[...]A minha mão já não tá mais na sua; A gente anda pela rua separados; Nem parecemos namorados Aliança virou enfeite de dedo; A nossa cama agora é só pra dormir mesmo; E no carro parece que eu tô levando um simples passageiro; Estranho você me beija e minha boca estranha; O seu carinho parece que arranha; O seu abraço é tão solto, não consegue me prender[...]''  

Por tudo Não EsquecereiOnde histórias criam vida. Descubra agora