Capitulo 10- Perguntando

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Estavam com saudades ???? Espero que sim, voltei e espero que minha inspiração continue já que meu computador voltou depois de meses no concerto. 

Bjss

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- Eu sei o que a senhora vai perguntar. – adiantou Blanco assim que entrei no carro.

- Esta com medo?- questionei o encarando. – Você esta afobado, nunca lhe vi assim.

- Não sei. É algo recente para ser tão.... tão forte. – revelou. – Eu sinto que estou traindo a memória de Nancy só de pensar em outra mulher.

- Você fez tudo que podia por ela, infelizmente ela se foi, você esta vivo e Drica cedo ou tarde vai necessitar de uma presença materna. - comecei. – Não estou dizendo que deve arrumar uma mulher por sua filha, mas se for alguém que você goste ela pode fazer parte da sua vida e da vida de Drica.

-Eu gosto dela, ela tem um sorriso tão sincero. – comentou. – Ainda é muito novo para mi, sei lhe dar com vários assassinos profissionais, mas não sei lhe dar com sentimentos.

- Eu só vou fazer uma única pergunta e quero que seja sincero. Eu preciso me preocupar com ela se envolvendo com você?

- Jamais. – respondeu. –Serei homem para não fazê-la sofrer, mas quero lhe dar com calma essa situação. É tudo muito recente.

- Você sabe que se você resolver se envolver com ela não será uma tarefa fácil. Alem dela nunca ter se envolvido com homem nenhum, sua única experiência é completamente dramática.

- Sei disso, prometo que terei toda a calma do mundo com ela se resolver me envolver. –garantiu. – Ela só é diferente de Nancy.

- Diferente bom ou ruim?

- Não sei, acho que não é uma diferença muito grande de personalidade é de sentimento. No momento em que eu a vi toda encolhida no canto chorando eu senti que deveria lhe proteger, senti que deveria dar a vida por ela caso fosse necessário.

- Já ouviu falar em amor a primeira vista?

- Amor é para pessoas boas, somos almas condenadas senhora. Meu único destino é o inferno. Não há salvação para assassinos, minha bondade nessa vida não é equivalente a um por cento do sangue que eu derramei.

- Talvez ela seja seu anjo de redenção.

- Acredita mesmo nisso?

- Acredito, talvez nos só estejamos perdidos por que acreditamos nisso, se aparecer algo ou alguém que possa nos dar esperanças de um futuro e nos conseguirmos acreditar nisso seremos salvos.

-A senhora ainda tem chance, não derramou muito sangue e recebeu seu anjo. Mas eu...

- Você é humano como qualquer outro Blanco. – interrompi. – Você peca e se arrepende, faz o que faz por que tem que fazer não por diversão.

- Ana Vitoria deve ser apenas uma amostra do que é o paraíso e deve ter vindo a terra apenas para me punir mais pelos meus pecados. Uma amostra do que eu recebia se fosse uma pessoa merecedora. Alguém para mostrar o que perdemos por nossos erros.

- Ana Vitoria adora crianças.

- Ela sorri como uma. Sem desinibição, algo puro e verdadeiro.

- Aposte suas fichas nesse anjo, talvez ambos possam salvar um ao outro.

- Não entendi.

- Ela se considera perdida e acredita que você seja o anjo enviado para salvá-la.

- Acho que ela não é muito certa das ideias.

- Algo que eu sempre admirei nela era o fato de enxergar bondade nas pessoas, mesmo nas almas mais perdidas.

- Você realmente acredita que eu posso salvar um anjo?

- Anjos também se perdem do paraíso. E eu nunca conheci ninguém melhor para proteger pessoas do que você.

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Depois da conversa com Blanco eu me sentia mais aliviada em relação ao meu segurança e minha amiga, ambos podiam construir algo juntos, algo lindo e duradouro. Para eles ainda restava esperança, Ana Vitoria era uma alma que havia sofrido pela maldade humana e precisava de alguém para ajuda-la a encontrar a luz novamente, já Blanco era uma alma totalmente absorta no lado escuro, havia se perdido há tanto tempo que nem ao menos se lembrava como era o outro lado. Ambos juntos iriam curar um ao outro e formariam uma família feliz, talvez minha amiga ate conseguisse que ele saísse dessa vida.

Mas ao pensar neles como uma família automaticamente comparei com a minha situação, eu não tinha salvação, havia vendido minha alma ao próprio lúcifer: um demônio na pele de um anjo. Havia tantas pessoas querendo minha cabeça em uma bandeja que qualquer um que ficasse ao meu lado por algum tempo se tornaria alvo apenas para que eu fosse atingida, tantos inimigos herdados de Scar exigiam minha morte, não apenas inimigos, amigos e aliados que não aceitavam que eu tivesse herdado os negócios dele, mesmo que fosse contra minha vontade.

Nesse momento eu pensei na cigana que eu havia encontrado naquela tarde na praia e em como as previsões dela pareciam estar se cumprindo: meu caminho e o de Ana havia se afastado e se cruzado. Ela havia dito que eu teria que fazer uma difícil escolha entre: o homem que salvaria minha vida que eu deduzia ser Scar e aquele que poderia me resgatar que nesse momento parecia ser Heitor.

Acho que nesse momento eu estava na encruzilhada que ela havia dito e que me faria lembrar-lhe dela. E qual seria minha escolha? Eu deveria fazer uma escolha isso era fato, mas qual seria ela ? Eu não tinha a menor ideia, claro que o destino sendo o filha da puta que era estava dando uma mãozinha nisso.

Ao invés de uma plaquinha me dizendo qual caminho escolher, ele havia me dado algo bem diferente que mudaria minha vida para sempre, mas o que restava saber nesse momento era se Heitor iria ou não fazer parte do destino.

- Senhora? – chamou Blanco me fazendo despertar dos meus pensamentos.

- Sim? – perguntei ainda meio aérea.

- Chegamos. – respondeu. – Tem certeza que deseja fazer isso? Podemos dar meia volta e...

- Não termine. – o interrompi. – Você sabe que isso precisa ser feito, de um jeito ou de outro.

- Independente do que acontecer ...

- Eu sei que posso contar com você e com Ana Vitoria. – garanti.

- Tem certeza que ira sozinha?

- Tenho.

- Se ele se negar a conversar, não se preocupe. Com seu aval o sequestraremos e o levaremos ao galpão.

- Não se preocupe, o maior defeito dele é ser correto. – respondi. – Correto ate demais. Ele vai me ouvir, depois corro o risco de ser presa.

- Mas..

- Blanco preste atenção, se eu não voltar em uma hora eu quero que você pegue Ana Vitoria e coloque o plano B em ação. Confio em você para isso. Tenho sua palavra de que caso eu falhe você ira assumir as rédeas?

- Sim, senhora. Mas não posso prometer que não vou meter uma bala na bunda dele. – resmungou e eu dei risada.

Estava na hora. 

SANTORINI - Ficar ou Fugir?Onde histórias criam vida. Descubra agora