Apenas um Hotel

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Sou a responsável pela sua estadia em meu estabelecimento. Fui eu, que te trouxe até aqui. Sou a única, que te abriga nessa inicial parcela de sua jornada. Sou o único hotel, em meio a esse longo trecho de autoestrada. Sou o único trecho de autoestrada possível, você não pode tentar traçar outro rumo, esse é o único existente. Meu hotel, se estende até o final do trecho da autoestrada. Este trecho, você irá seguir todo aqui dentro. Após sua entrada, a porta de entrada foi trancada, você não pode tentar sair por ela, você não pode voltar. Sua única escolha, é a porta de saída, e ela fica no final da extensão do hotel. Meu hotel, é vazio, não tem mobília, apenas dois objetos, um na porta de entrada e outro na porta de saída. Na entrada, uma espada, na saída um presente. Não me veja como um psicopata, apenas caminhe até a porta de saída, não corra, não olhe para trás.

Vejo que enfim chegaste. Antes de abrir a porta, toma este presente ! Você não pode recusar, mas pode não gostar. A caixa e o pacote são horrendos, feitos por seus semelhantes, que aqui já passaram. Muitos, apenas olharam a caixa e o pacote, então o ódio inundou suas cabeças, sentiram-se forçados, agarraram a caixa, e passaram pela porta. Desafortunados, nunca mais poderão abrir a caixa, e desfrutar do verdadeiro presente. Não faça o mesmo, não julgue o presente pelo pacote. Apenas pegue-o, e desfaça o pacote, como se fosse o mais exuberante já visto. Mirando dentro da caixa, seus olhos brilham, um bilhete único, uma passagem, só de ida. Você me abraça, e sai pela porta, mais feliz e convencido do que nunca. Mas antes de te deixar sair, dou-lhe a mão. Não me apresentei na sua entrada, só posso na saída. Finalmente, abro a boca, e te digo: ''Eis a lacuna que alguns chamam de vida!''.

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