Querida Caroline...

II

Eu mal podia acreditar em quem estava na minha frente, MARGOT.

Ela estava bem mais bonita do que antes, agora com seu cabelo até os ombros e com aquele olhar que só ela tinha.

-Oi meu amor- disse ela, após terminar seu beijo quente e falar sem tirar a mão da minha nuca.

-O que faz aqui? – disse retirando suas mãos

-Eu consegui uma bolsa em Harvard. Eu mal acreditei que eu ia te ver novamente- sorriu

-O que? Você já cursava administração na universidade do Canadá.

-Sim, eu só fiz minha transferência. Enfim, longa historia. Estou com saudades- Margot disse envolvendo seus braços no meu pescoço e aproximando minha cabeça para um beijo.

-Espera- afastei-a- E o seu namorado? – Disse tropeçando nas palavras, pois então percebi que realmente eu estava bêbada.

-Ah, aquilo foi uma aventura. Esquece isso, estou aqui para você agora.

-Por mim? Você me traiu!- elevei a voz e cambaleie para trás

-Você esta bêbada? – perguntou segurando meu braço

-Bêbada? Me solta! Eu não tenho mais nada com você.

Sai daquele corredor às pressas

-Espera! – ouvi sua voz fina ecoar e logo sumir, pois o som da banda ficava mais alto a cada passo que eu dava.

Minha cabeça girava e eu havia esquecido onde estava à mesa de Melissa, e me perguntei quando foi que aquele bar lotou? Eu só conseguir ver a saída e caminhei até ela. Eu precisava voltar para o dormitório, eu precisava de um banho e um café, e mal podia acreditar que eu tinha ficado bêbada. Eu estava vendo as coisas duplicadas e sorrindo para pessoas que eu nunca havia visto na minha vida. Atravessei a rua cambaleando e senti um carro se aproximando em alta velocidade, as luzes brancas do carro me cegaram, então me encolhi protegendo meu corpo, pois meu instinto sabia que eu ia ser atropelada. Senti o carro freiar bem em cima de mim, provocando-me um alivio imenso em meu corpo.

-Presta atenção! Seus olhos estão na bu...

-Bunda? – ouvi uma voz familiar surgi enquanto a porta do carro se abria. O ser pálido e agora com cabelos soltos e negros caminhava em minha direção

-É- falei enrolada- Na bunda, professora blosson.

-Você esta bêbada?-perguntou ela

-Bêbada? Eu? Quem esta bêbada aqui?

-É você esta bêbada. Vem, entra no carro

-Não vou entrar no seu carro. Você vai me sequestrar e chupar meu sangue – disse

-O que? – ela sorriu- chupar seu sangue?

Pela primeira vez eu vi seu sorriso, e ele era tão radiante mostrando seus dentes brancos e perfeitos.

-Sim, você é uma vampira!

-Vem, Alex-Caroline colocou a mão em minhas costas e me conduziu até o carro- entra!

Não lembro muito o que aconteceu, mas eu me lembro de ter dormido no banco do passageiro. E que Caroline me levava para um lugar iluminado, porém em silencio.

Já sóbria, lembro do copo de café e um casaco em volta de mim, uma lâmpada enorme em cima, iluminava a mesa onde nos encontrávamos, e logo percebi que estávamos em uma lanchonete que ficava a poucos quarteirões da universidade.