XXVIII

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Eu estava na frente do filho do assassino de meu pai, meu coração palpitava a cada segundo que eu passava ali, olhando o sorriso de Ricardo e imaginando tudo de ruim. Meu sofrimento estava somatizado, saber que ele participou dessa tragedia em minha vida, apenas somou para eu odia-lo ainda mais, por Caroline te-lo escolhido. Na verdade, eu queria que Caroline fosse para o inferno, e desejava que todo o meu amor por ela, se transformasse em raiva. 

-Alex?Se veio procurar por Caroline, ela ainda está na universidade. 

-Eu vim falar com você, Ricardo- disse em um tom de seriedade, quase não me reconhecendo mais 

-Vejo que Suzanne já comentou nossa ligação. 

-Você sabia desde sempre quem eu era. Você sabia que eu era uma Fell

Nesse momento eu já estava dentro da enorme casa, a sós, com Ricardo 

-Sim, Alex. Eu sabia desde o começo. 

-E você não se sente culpado pelo o que houve? O seu pai matou o meu pai- comecei a alterar a voz 

-Sinceramente, não! - Disse na mais possível calma me irritando profundamente. 

-Você é um monstro, cara! Caroline está se casando com um monstro

-Ah, qual é, Alex. O infeliz do seu pai já está morto. Ele era um zero a esquerda mesmo, e foi a sua mãe que começou com essa historia toda, a sua mãe fez o meu pai trair a minha mãe. A sua família acabou com a minha primeira. 

-Você não tem o direito de falar assim, Ricardo- gritei 

-Eu falo como eu quiser, pois você está em minha casa. 

-Eu vou sair daqui e ir a delegacia! 

-Serio? Se a sua irmã que é do FBI não conseguiu me prender. Você acha que um policialzinho de quinta de uma delegacia nojenta vai conseguir? E isso foi a anos atrás, nem arquivo na policia tem, então você vai me prender com que provas? 

-Eu só vou sossegar quando eu vê você pagando pelo o que seu pai fez. 

-Me poupe, sua garota petulante. - gritou- Você e nem ninguém vai me prender, sabe por que? Porque eu tenho dinheiro 

-Alex!- Suzanne entrava desesperada pela porta da frente a minha procura, atrás dela Caroline. 

-Que ótimo- exaltou ele- as deprimentes irmãs Fell reunidas 

-Fica bem longe da gente, Ricardo!- disse Suzanne 

-Sabe, Suzanne, eu sempre quis reencontra-la. Eu sempre quis reencontrar a pessoa que mandou matar o meu pai. 

-Não fale coisas que você não sabe 

-Você mandou matar o meu pai!- afirmou- Ou Josh Fell, não era seu tio? 

-Eu era uma criança, Ricardo. Eu apenas contei o que eu vi. Eu não tive nada  a ver com a morte do desgraçado do seu pai. 

-Você contou!!- gritou- Você contou o que não deveria ter contado. Mas, você acabou falando demais, falou coisas que não eram verdades. 

-Eu vi seu pai, Ricardo. Eu vi seu pai com a arma que matou o meu, eu vi meu pai morto naquela noite-Suzanne elevava sua voz- eu apenas contei o que eu vi  

-O que você não sabe, Fell. - Ricardo agora caminhava e parava em frente a mesinha de bebidas, e se servia de uma - Que quem puxou aquele gatilho não foi meu pai, foi eu! - ele disse essa frase tão frio, e sem remoço algum. 

Eu mal podia acreditar no que eu estava ouvindo, por um momento senti minha visão escurecer, mas me apoiei na mesinha que tinha um enorme vaso de flor, eu precisava sair dali, eu não sabia o que fazer com tanta informação, eu estava diante do assassino do meu pai. Olhei para Caroline que agora me fitava incrédula, com os olhos cheios de lagrimas, me jogando um olhar de pena. 

Querida Caroline...Onde histórias criam vida. Descubra agora