XXXII

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Eu estava sentada em um banco de hospital, com a cabeça baixa, e pensando no que mais a vida ainda iria preparar para mim? E principalmente me perguntando de quantas formas diferente ela ainda ia me foder. Eu esta apreensiva, confusa, afinal eu vi Rachel, sem consciência, no chão da cozinha, talvez se eu não tivesse parado para escutar noticias sobre Caroline, eu tinha ido para casa mais cedo, e talvez impedindo que algo de ruim acontecesse. Senti as mãos de Suzanne sobre meu ombros, me confortando, me ajeitei na cadeira e a vi me dando um sorriso acolhedor. 

-Ela vai ficar bem- dizia 

-Se eu tivesse ido para casa mais cedo- abaixei minha cabeça novamente e apertei meus olhos 

-Você não teve culpa, Alex! Só vamos torcer agora para ela ficar bem

-Eu errei com ela,Suzanne. O que ela tem comigo é uma mentira. Ela precisa de alguém que a ame de verdade. 

-Alex, eu sei que você deu seu máximo. E ela sabe disso, depois de toda a confusão que houve, ela sabe... e estava com você porque gostava de você  e estava disposta a lhe dar o tempo que for para algo surgir ai dentro.

-Eu sou um monstro, Suzanne!

-Você não é !

-Eu sou, eu deveria estar no lugar dela. Eu deveria morrer.. 

-Não fale besteira, Alex 

-Alex Fell! - A medica de meia idade chamava meu nome assim que dobrou o corredor 

-Sou eu!- levantei rapidamente ficando em sua frente. 

-Você é parente da paciente? 

-Sou noiva, doutora. 

-Ela não tem parente além de você? 

-Tem, mas... 

 

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-Ela tem a mim!

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-Ela tem a mim!

Meu coração palpitou ao ouvir aquela voz novamente, Caroline surgia atrás de mim, e eu apenas estava imóvel esperando ela se aproximar, eu não a via  a quase dois anos e ouvir sua voz me levou a uma nostalgia sem tamanho. 

-Olá, Alex! -Ela disse roubando todas as minhas forças, as que restavam 

Caroline era sempre bem vestida,com um vestido estilo tubinho azul, os cabelos negros lisos e soltos, e seu batom vermelho me arrasava. Eu mal podia acreditar que Caroline Blosson estava em minha frente novamente, e era incrível que mesmo depois de tudo, ela ainda provocava as mesmas sensações em mim. 

-O caso da Rachel é bem complicado e serio, o seu desmaio foi provocado pelo estreitamento das artérias coronárias, que levam sangue rico em oxigênio para o coração- a medica dizia com um tom serio me deixando mais preocupada e sem esperanças-  chamado de cardiopatia isquêmica, essa doença é bem silenciosa e eu acho muito difícil que a paciente não sabia que portava essa doença, ela se manisfesta com dores fortes no peito, apneia e entre outros sintomas, pelo quadro que Rachel chegou a essa hospital, os sintomas já haviam se manisfestado, mas por algum  motivo a paciente não comunicou... 

-E o que  você pode fazer para salva-la? - perguntei preocupada. 

-Vamos precisar fazer uma cirurgia de revascularização. É uma cirurgia complicada, que requer muito esforço dos médicos, então a unica coisa nesse momento que ela precisa é que orem por ela.  Vá para casa, volte amanhã, hoje ela vai passar por muitos exames, ela não vai estar em condições de falar com ninguém.

A medica se foi me deixando a sós com Caroline, eu não voltei a  encara-la, apenas caminhei para o lado de Suzanne, que me aguarda no banco ao lado, sentei, e abaixei a cabeça novamente. 

-Ela vai ficar bem- disse Suzanne novamente. 

-Eu sinto muito, Alex- Caroline se aproximava e dizia palavras de conforto 

-Não preciso que você me conforte- disse grossa me reerguendo na cadeira

-Rachel é minha irmã, então, você querendo ou não eu vou permanecer aqui. 

-Eu quero que você se foda!. 

Levantei-me da cadeira brutalmente e sai, caminhei até a lanchonete do hospital e pedi um café. Eu estava um caco, eu queria ter esperanças em relação a Rachel, mas nem eu própria tinha esperança em mim.  Como Caroline ainda podia ter tanto efeito sobre mim? Era fascinante como ela ainda continuava a mulher linda e sedutora de sempre.

-Acho que você já encontrou a Caroline- disse Melissa chegando e puxando uma cadeira para se juntar a mim. 

-Sim, a encontrei. 

-Eu sinto muito, Alex. Eu odeio a Rachel, mas eu não desejo o mal dela 

-Eu sei, eu só quero que ela fique bem 

-Todos nós queremos. 

Voltei para casa, eu estava exausta, eu precisava de um bom banho, e de uma bebida forte. Por um momento eu pude sentir a falta de Rachel, a casa era tão mais alegre com ela, limpei a  mancha de vinho que estava no chão da cozinha, e eu não consegui conter as lagrimas, sentei-me no chão perto de onde a encontrei, e servi-me de uma bebida forte, e a senti descer quente em minha garganta. Minha vida estava de cabeça para baixo novamente, e por mais que eu não amasse Rachel, foi com ela que comecei a construir um futuro, fiz planos, e agora eu não acreditava que eu iria realizar tudo sozinha. Ouvi a campainha tocar, mas eu preferi que ela tocasse, não queria atender, eu não queria a companhia de ninguém, eu apenas queria ficar sozinha, mas me irritei com a insistência, e levantei-me furiosa para atender. 

-Será que eu não posso ficar em pa...- 

Minha fala foi interrompida quando eu vi Caroline em minha porta, com os cabelos em forma de rabo de cavalo e seu perfume que me invadia, novamente vi meu coração acelerar, mas que droga de feitiço essa mulher tinha?  

Minha fala foi interrompida quando eu vi Caroline em minha porta, com os cabelos em forma de rabo de cavalo e seu perfume que me invadia, novamente vi meu coração acelerar, mas que droga de feitiço essa mulher tinha?  

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Querida Caroline...Onde histórias criam vida. Descubra agora