Dia seguinte...
— Ai, que raiva dele. — Rick diz, ao meu lado. Ele encarava Félix, que tomava seu café.
— Eu nem preciso dizer que eu já sinto raiva a tempos, né? — digo, me ajeitando na cadeira.
Félix passa pela a gente e me olha fixamente. O olho por canto de olho e ele vai em direção a sua sala.
— Tá encarando o quê, querido? — indaga, quando Félix já tinha saído do nosso campo de vista. Dou uma pequena risada.
(...)
O resto do meu dia de trabalho foi monótono. Peguei meu casaco e pus entre meu braço. Saí da empresa e entrei em meu carro. Rick já tinha ido embora.
Esperei o elevador abrir e entrei. Porém, antes das portas se fecharem, vejo quem eu menos queria ver, entrar no mesmo. Félix...
Ele entra, com um sorriso de canto, e aperta um botão. Evito olhá-lo.
— Cadê seu namorado? — ele indaga. Não ia respondê-lo, porém ele me olha. — Eu falei com você.
Continuo calada.
— Eu falei com você, garota! — diz, apertando meu braço.
— Não vê que eu não quero falar com você? — digo.
— Que triste... já está falando. — ele diz, debochando.
— Me solta! — ele ri debochado e larga meu braço. Passo a mão onde ele tinha apertado e acaricio. Estava doendo. Como a vez em que Shawn me salvou.
— Me responde. Cadê seu namorado? — indaga novamente.
— O Shawn não é meu namorado.
— Duvido nada que já tenha se entregado pra ele. Pra ele você se entrega, pra mim, não, né? — diz, irritado. As portas do elevador se abrem e eu aproveito isso para sair. Porém, ele puxa novamente meu braço. — Me responde, merda! — ele diz. Os seguranças e a recepcionista olham para ele. Quando ele percebe os olhares, faz uma carranca e me solta.
— Eu tenho nojo de você! — deixei claro e saí. As pessoas ainda estavam olhando. Entrei no meu carro e parti para a casa, com minha cabeça a mil.
As lágrimas insistiam em cair, mas eu prometi para mim mesma que não choraria mais por esse canalha, babaca, vagabundo...
Estacionei meu carro em frente ao apartamento e fiquei dentro dele. Assim que estacionei, começou a chover.Liguei para Nash, mas ele não atendeu. Ah, é... ele e Taylor estão completando dois anos de namoro. Com certeza saíram para algum lugar ou estão em um momento só deles.
Mas, por um motivo desconhecido, meus dedos já procuravam pelo contato de Shawn. Assim que o achei, apertei o botão de ligar e o típico som repetente soou. O som da chuva se misturava com esse barulhinho.
Assim que ouvi a voz de Shawn, sorri aliviada. O motivo pelo qual eu estava ligando para Shawn, eu não sei. Só sei que a coisa que eu mais quero, nesse momento, é ouvir, ao menos, sua voz.
— Alô? — ele diz.
— Oi, Shawn! — digo, e, sem perceber, dou um sorriso bobo ao ouvi-lo.
— Ah, oi, Sarah! Como vai?
— Mais ou menos. — respondo.
— Como assim? O que aconteceu?
No começo da ligação, estava decidida a falar sobre o que Félix fez. Mas agora estou em dúvida. Shawn já tem seus problemas, suas coisas para resolver. E enchê-lo com isso só vai aumentar ainda sua lista de problemas. Afinal, todo mundo tem problemas.
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Meu erro
RomanceAo receber a notícia de que sua irmã, infelizmente, morreu no parto, Shawn Mendes decide ficar com seu sobrinho e criá-lo como se fosse seu filho. Anos se passam e, até o momento, o garoto não sabe que sua mãe faleceu quando o mesmo nasceu. É difíci...