Capítulo 25 [Shawn]

1.3K 73 19
                                    

— Desculpe o atraso. — digo, assim que adentro no restaurante em que eu e Diana combinamos de nos encontrar.

— Não se preocupa... — ela diz, sorrindo de lado.

— E aí? Ficou sabendo do ocorrido num restaurante que o Félix e a tal Sarah estavam? — ela indaga, como se estivesse interessada nesse assunto.

— Ah... vi. Vi, sim. — digo, sorrindo forçado.
— Eu sabia que aquela Sarah não prestava... — ela resmunga e eu respiro fundo para não respondê-la grosseiramente.

— Mas, então... já fez os pedidos? — indago, querendo sair daquele assunto.

— Não. Estava te esperando. — ela responde. Eu assinto e chamo um garçom que estava passando. Faço o pedido, assim como ela, e ficamos conversando, enquanto esperamos que a comida fique pronta.

Ficamos conversando assuntos aleatórios e, em nenhum momento, tornamos a debater sobre o assunto em relação a Sarah e o Félix. E eu fiquei satisfeito com isso. Porque esse assunto está me fazendo muito mal, sempre que eu toco nele. Enquanto conversamos, sinto a mão de Diana em cima da minha e o seu olhar fixo em mim, enquanto mantém um sorriso de lado.

— Diana, o que você... — tento perguntar, mas, de repente, ela tira a mão de cima da minha.

— Não vou forçar a barra. — ela diz, ainda com o sorriso de lado. Fingi um sorriso e vimos o garçom vindo com a comida. Agradecemos e ele se retirou. — Mas, então... você foi para o desfile da Roxprime? — ela indaga.

— Fui, sim... — digo, cortando um pedaço da carne. — Você também foi?

— Fui... não te vi lá. Talvez seja porque eu saí cedo. — ela responde. — Aliás... você viu a Sarah? — indaga. Tenho a impressão de que assuntos relacionados a Sarah são os preferidos dela.

— Vi, sim. Ela foi uma das modelos, ué. — respondo.

— Não estou falando disso. Estou falando antes ou depois do desfile. Você a viu? — diz, parecendo ainda mais interessada.

— Ah... vi. Mas não falei com ela. — respondo a verdade. Não sei nem para quê eu estou respondendo, já sabia ter cortado esse assunto.

— Vocês não estão se falando? — ela pergunta, me encarando fixamente.

— Eu... não sei. — digo, franzindo o cenho. Diana está estranha, isso é fato.

— E ela... — ela faz menção de perguntar algo, mas eu a interrompo, já exausto de ela fazer tantas perguntas.

— Diana, por que está fazendo esse tanto de perguntas? — indago, a encarando. Óbvio que eu estranhei esse comportamento dela. Tenho certeza de que ela não gosta da Sarah, então por que ficar perguntando tanto sobre ela?

— Ah, desculpa... não imaginei que não gostava de tocar nesse assunto. Não vou perguntar mais. — ela fala e eu assinto, sorrindo fraco.

Algumas vezes conversamos, mas, na maioria do tempo, o jantar foi um total silêncio. Quando terminamos, seguimos até onde nossos veículos estavam.

— Bem, tchau... — ela se despede.

— Tchau! — digo sorrindo fechado. Ela me puxa para um breve abraço e sussurra em meu ouvido:

— Amei nosso jantar. — ela diz. Quando nos desvencilhamos, ficamos próximos o suficiente para a situação ficar um pouco estranha. Ela me encarou e diretamente seu olhar não estava mais em mim, e sim nos meus lábios. Quando menos esperei, ela selou nossos lábios. Foi um ato rápido, que nem eu mesmo tive noção

No começo eu não retribui, mas, depois, eu decidi ceder. Não sei o que deu em mim, apenas cedi, colocando minhas mãos em sua nuca. Talvez eu me arrependa depois, mas a real é que eu não estou pensando direito ultimamente. Eu posso dar uma chance para Diana, hun?

Quando a falta de ar se faz presente, nos separamos e, então, eu vejo Diana com um sorriso, creio eu ser bobo, estampado em seu rosto.

— Boa noite! — digo, querendo sair logo dali. Ela sorri e então eu entro em meu carro. Respiro fundo, com a cabeça apoiada no volante, e, então, quando eu consigo raciocinar tudo, dou partida até o meu apartamento.

Decidi deixar todos esses pensamentos de lado, pois, senão, acabaria explodindo de tantos acontecimentos.

(...)

Pego o diário da Aaliyah e volto a página que eu parei. Na página que eu estou, Aaliyah conta basicamente que seu dia não foi tão proveitoso, já que ficou doente. Na próxima página, ela diz que já melhorou e que está de volta às atividades normais. Conta também que se sente um pouco solitária... Bom, como eu disse, minha irmã não era muito de amigos.

Na outra página, ela conta que amou quando fizemos uma festa surpresa para ela. Eu lembro disso. Morávamos todos juntos e ela teve que ficar por mais um tempo na faculdade. Aí quando ela chegou em casa, foi surpreendida por uma festa que nós, eu e meus pais, fizemos.

Quando eu sinto que o sono está vindo, guardo o caderno e me deito na cama, encarando o teto. Após um tempo, acabo pegando no sono.

(...)

Acordo em um pulo, totalmente suado. Eu tive um pesadelo. E foi com a Aaliyah. No pesadelo estava a Aaliyah, a Sarah e o Noah. Eles estavam conversando. Quando, de repente, uma mão puxou Aaliyah e ela simplesmente sumiu. Logo em seguida outra mão puxou Sarah, que antes de sumir também, me olhou em súplica. Após isso, uma outra mão puxou Noah, que pediu socorro, antes de sumir, assim como a Sarah e a Aaliyah.

Eu não sei o que significou esse sonho, eu simplesmente não sei. Estou um pouco atordoado, e nem ao menos quando estou dormindo as coisas se ajeitam. Eu estou com um pouco de medo desse meu pesadelo... Afinal, nele, estavam, além dos meus pais, as pessoas mais importantes da minha vida. E eu já perdi a Aaliyah e a Sarah. Não posso perder Noah também.

Me levanto em um pulo e abro a porta, indo em direção ao quarto do Noah. Vejo ele se remexer na cama e me encarar com os olhos semicerrados, talvez pela claridade da luz em seus olhos.

— Noah... — suspiro feliz e vou até ele.

— Oi... o que houve? — ele indaga e eu nego com a cabeça, respondendo:

— Nada. Apenas... apenas vim te acordar. — digo.

— Ah, me dá só uns minutinhos... — ele diz, se remexendo e deitando novamente.

— Noah... — o repreendo e ele, relutante, se levanta, coçando os olhos. Dou em breve abraço nele e ele segue até o banheiro.

Respiro fundo e sigo até meu quarto, entrando no banheiro. Faço minhas higienes e saio com uma toalha enrolada na cintura. Ouço meu celular tocar e o pego, atendendo a ligação. É Jack Gilinsky.

Cara... já olhou alguma rede social sua? — ele indaga.

Bom dia pra você também... — digo.

Ah, desculpe aí... bom dia. Enfim... já olhou alguma rede social?

— Não. Acordei a pouco tempo. — digo.

Você e uma tal de Diana estão em tudo quanto é site. Tiraram uma foto de vocês dois se beijando. E, bom... todos estão achando que vocês têm algo. — ele diz e eu arregalo levemente meus olhos.

— Como assim?! — indago retoricamente.

Vê aí as redes sociais. Falou! — ele diz e desliga.

Vou até meu Twitter, onde já vejo que fui marcado em uma foto. Quando abro ela, a tal foto em que eu e Diana estamos nos beijando está estampada na tela. Merda!

Meu erroOnde histórias criam vida. Descubra agora