— O Henry me chamou para ir para a casa dele quando você chegasse... — Noah diz, enquanto assistimos um filme na TV.
— Faz tempo que vocês não se vêem... mas eu estou cansado. Cheguei um pouco tarde hoje e mereço um pouco de descanso. Mas eu prometo que amanhã, assim que eu chegar, eu te levo para a casa dele. Tudo bem? — indago. Ele sorri e assente.
Quando já estamos no final do filme, vejo que Noah adormeceu. O pego no colo e ouço a campainha tocar. Coloco ele em seu quarto e vou até a porta, a abrindo e vendo Sarah.
— Amor... — ela diz sorrindo e entra. Ela deposita um selinho em meus lábios e então vai até a sala. — Cadê o Noah? — ela indaga.
— Acabou de dormir. Estávamos assistindo um filme. — respondo.— Entendi... mas por que me chamou? — indaga.
— Bem... — nos sentamos no sofá e eu a encaro. — Você sempre pensou que eu fosse o pai do Noah. — eu começo e respiro fundo, me preparando para contar a ela toda a história. — Aliás, todos pensaram. — rio sem humor e Sarah franze o cenho, me incentivando a continuar. — Mas na verdade eu não sou. — digo e Sarah indaga:
— Como assim? Mas você... você não... — ela não consegue completar a frase com o cenho franzido.
— Noah é meu sobrinho. — respondo.
— Shawn... eu não estou entendendo. Por que você dizia para todos que você era o pai de Noah? — ela indaga.
— Porque eu criei ele. Cuidei de tudo, desde que ele nasceu. Levei para a escola, dei bronca quando tinha que dar, cuidei das más criações, o consolei quando ele estava triste com algo, e o ajudei em tudo. E de certa forma eu me apeguei... eu me apeguei e comecei a me considerar pai dele. Aliás, ele sempre me chamou de pai. Foi dele... ele sempre perguntava da mãe, mas eu sempre dava uma desculpa. Aí em um dia eu decidi que era a hora. Que eu devia contar a verdade e não mentir sobre mais nada. E aí eu contei. — eu abaixo a cabeça, temendo que as lágrimas desçam. — Aaliyah, minha irmã e mãe dele, morreu no parto. E eu não pude fazer nada... Aí Noah explodiu. O motivo do Noah ter agredido o Henry, foi por conta que ele estava frustrado com o que eu disse a ele. E eu peço mais uma vez desculpa por isso... — digo. Antes de eu continuar, eu sinto os braços de Sarah em volta de mim. Sem pensar duas vezes, a abraço também.
O abraço de Sarah tem muita semelhança com o de Noah. Me traz paz e segurança. Mas cada um tem seu jeitinho especial. Sarah parece com a minha irmã, confesso. Não em termos de aparência, mas em personalidade. Assim como Sarah, ela era tímida. Ruborizava por um simples 'você é legal'.
Eu não imaginei que eu estaria agora assim, com ela. Nós nos conhecemos em uma diretoria... acho que ninguém diria que nos apaixonaríamos um pelo o outro.
— Eu só quero que saiba que estamos juntos, e quando eu digo juntos, eu digo em todas os momentos de dificuldades e momentos de vitórias. E eu odeio ver você triste... — Sarah diz e eu sorrio, limpando algumas lágrimas do meu rosto.
— Você é maravilhosa, sabia? — eu digo e ela sorri. — Eu também não gosto de te ver triste, odeio ver você sem um sorriso no rosto. E eu quero e vou fazer de tudo para ver você feliz. — seguro sua mão. Eu a abraço e ouço ela sussurrar:
— Eu estou muito feliz apenas de estar com você.
— Saiba que é recíproco... — digo e nos desvencilhamos. Eu seguro seu rosto e a puxo para um beijo. Eu nunca vou me cansar disso... eu só quero acordar ao lado dela e ser feliz ao lado dela, de Noah e dos meus amigos.
(...)
Eu e Sarah estamos no meu quarto, enquanto eu leio o diário da Aaliyah em voz alta.
— Você deu um ET de pelúcia para ela? — Sarah ri, me olhando.
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Meu erro
RomantikAo receber a notícia de que sua irmã, infelizmente, morreu no parto, Shawn Mendes decide ficar com seu sobrinho e criá-lo como se fosse seu filho. Anos se passam e, até o momento, o garoto não sabe que sua mãe faleceu quando o mesmo nasceu. É difíci...