Capítulo 11

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         Noah caminhava pelo Central Park segurando a mão de Madeleine

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         Noah caminhava pelo Central Park segurando a mão de Madeleine. Eles conversavam, riam e já estavam mas confortável um com outro. Amava aquele olhar curioso que ela demonstrava quando explicava algo sobre monumentos históricos ou algo simples sobre o modo de se viver em Nova York. E aquele sorriso que se alargava mais quando ria de algo engraçado. Não se lembrava de uma única vez que houvesse saido com alguma mulher para apenas um passeio por ali. Um homem que vendia rosas vermelhas os interceptaram o caminho. - Que tal comprar uma rosa para sua bela namorada? O homem o pergunta. - Ele não... - Sim, eu quero. Noah fala lhe interrompendo e pegando a sua carteira no bolso para tirar o dinheiro. Paga e pega a rosa da mão do homem que lhe dão um sorriso largo e segue o seu caminho. - Para comemorar o nosso primeiro passeio por Nova York. Ele diz lhe entregando a rosa. - Obrigada. Diz e recebe com as mãos trêmulas.
         Madeleine cheira a rosa vermelha enquanto eles retornam a caminhar. Não devia ficar nervosa com um simples gesto de amizade. Claro, ela nunca havia recebido flores ao longo de sua vida e até achava que esses gestos românticos eram tudo ilusões, mas ao receber a rosa das mãos dele, sentiu a sua respiração falhar. Ela tentou corrigir o homem quando ele a chamou de namorada do Noah, mas ele próprio não tentou fazer isso. - Vamos tomar sorvete? Ele pergunta após o longo silêncio. - Sim. Responde olhando para os lados menos para ele ao seu lado. Andaram para voltarem onde a moto dele estava estacionada e logo Noah deu partida na motocicleta com Madeleine segurando a sua rosa com bastante cuidado para não cair ou voar.
        Noah estacionou a sua moto em frente uma sorveteira que era enorme. Ajudou Madeleine descer e adentraram as portas de vidro da sorveteira e logo foram recepcionados por uma moça loira de cabelos curtos que ao vê-lo ficou corada. - Sejam bem vindos ao sweet ice. A moça loira diz levando-os à uma mesa. - Obrigado. Noah diz e a moça se vai toda vermelha.
        Madeleine rola os olhos para cima ao vê a reação da garçonete loira. Será que ela ficava assim vermelha toda vez que ele se dirige à ela? Ou quando sorri? Tomara que não, não queria bancar a boba perto dele. Que Deus a livrasse de pagar um mico desses perto do Noah. - O que foi? Ele pergunta ao vê-la de cenho franzido. - Nada. Ela responde olhando para a rosa entre os dedos. - Depois daqui vamos para o bar? Noah pergunta observando ela girar a rosa nos dedos. - Sim, vamos. Ela diz sem olhá-lo. A garçonete volta com dois cardápios e um sorriso largo no rosto. - Podem ficarem à vontade, quando escolherem é só me chamar. Diz e pisca um olho para ele e sai rebolando. Porque ela não pulava logo no colo dele? Madeleine pensou um pouco irritada com o descaramento da tal loira. Achava isso uma falta de respeito, ele estava acompanhado, claro que eles eram somente amigos, mas se não fosse? Eles poderiam ser um casal apaixonados. Devia está louca! Eles um casal apaixonado? Impossível! - Madie? Noah a chamou e ela tirou os olhos do cardápio. - Sim? Perguntou. - Já escolheu? Ele pergunta com um sorriso discreto. Madeleine passa os olhos rapidamente pelo cardápio para escolher o sabor do seu sorvete, se estivesse feito isso antes e não pensando na loira oferecida, não estaria em apuros agora. - Vou querer um sorvete de chocolate. Diz ao vê tantos sabores de chocolate, nunca na vida tinha ido à uma sorveteira que tinha tantos sabores de sorvete. - Eu vou querer de flocos, meu preferido. Ele diz sorrindo. Meu Deus, que ele parasse de sorri daquela maneira para ela senão iria acabar igual a loira. Noah a chama novamente com um gesto de mão e ela vem rapidamente com o mesmo sorriso de orelha à orelha. - Já escolheram? Pergunta segurando uma notinha. - Ela vai querer um sorvete de chocolate e eu de flocos. Diz e ela anota e sai novamente rebolando. - Se prepare para provar o melhor sorvete de sua vida. Ele diz e pisca um olho para ela. Ela sente as faces arderem e com toda a certeza deve está com o rosto corado naquele momento.
          Noah queria que Madeleine relaxasse um pouco, assim poderiam conversar normalmente e ele poderia saber um pouco mais sobre ela. Naquele momento ela estava tímida e mal olhava para ele e parecia ficar um pouco inquieta quando a garçonete loira se aproximava. - O que achou do Central Park? Pergunta tentando puxar assunto. - Achei lindo, muito diferente do que via na TV. Ela responde sorrindo. - Tem vários lugares ainda, podemos marcar outro passeio. Fala e ela o olha séria. - Não quero incomodá-lo. Ela fala e desvia o seu olhar. - Não será nenhum incômodo. Diz  sorrindo de lado. - Está bem. Ela diz um pouco sem graça. A garçonete volta com uma bandeja com os dois sorvetes em uma tigela de vidro,colocando-os na mesa na frente de cada um e sai com um sorriso sexy para Noah.
        Madeleine arregala os olhos ao vê o tamanho das bolas de sorvete. Nunca que conseguiria tomar aquilo tudo! Pegou a colher de plástico e a levou a boca provando o sorvete. Ela fecha os olhos ao sentir o gosto maravilhoso de chocolate. Noah tinha razão era o melhor sorvete que ela provava em sua vida. Quando ela abriu os olhos sentiu tudo girar ao seu redor ao vê a expressão no rosto de Noah. Que olhar era aquele? Ele parecia estar com dificuldade para respirar. Desviou os olhos para o seu sorvete ao sentir mais uma vez suas faces arderem.
         Noah voltou a si ao vê o desconforto de Madie ao notar o seu olhar de desejo. Sim, desejo. Vê-la apreciando o sorvete de olhos fechados o fez sair da terra por um instante, a sua expressão de prazer ao experimentar o sorvete, o fez imaginá-la em outra situação, e não tinha nada a ver com sorveteria. - E aí gostou? Perguntou tentando quebrar a tensão entre eles. - Sim, realmente é muito bom. Diz um pouco tensa. - O que fazia no Colorado? Pergunta é toma um pouco do seu sorvete. - Bom,na maioria do tempo eu ficava com meus irmãos. Fala e leva uma colherada à boca. - Minha mãe trabalhava em uma fazenda, eu já falei sobre isso. Diz dando de ombros. - Nunca saia com amigos, festas? Indaga curioso. - Somente festas de aniversário, o Colorado é um lugar muito diferente daqui, pelo menos onde eu moro. Fala e toca na rosa em cima da mesa. - Você é... não tem... namorado? Ele pergunta meio sem jeito. - Não, nunca tive. Diz e olha sem graça. - Nunca? Pergunta perplexo. Madeleine sorri e desvia o olho para o lado onde havia um casal em uma mesa próxima à dele. - A vida lá era bem difícil, a da minha família não era diferente, eu tinha que ajudar minha mãe em casa depois que meu pai morreu. Fala com a voz embargada.
        Madeleine ainda sentia falta do seu pai. Colin era um homem forte que fez de tudo por sua família, trabalhava duro em uma fazenda para colocar comida na mesa, muitas vezes ia ao trabalho doente. Até que numas dessas doenças ele não conseguiu mais ficar de pé, e logo sua mãe o levou ao médico onde pediram um monte de exames, no qual descobriu um câncer no estômago em estágio avançado. O mundo Madeleine caiu quando soube que o câncer de seu pai não teria cura, não podia acreditar que iria perdê-lo. Seus irmãos ainda eram muito novos para não ter um pai. Não demorou nem um mês e Colin acabou falecendo em casa mesmo, pois ele não quis ficar internado em um hospital para fazer o tratamento. Sua mãe ia até fazer um empréstimo no banco para pagar o tratamento dele, mas seu pai negou e disse que preferia morrer em casa, já que o câncer estando avançada não adiantava fazê-lo. Quando seu pai morreu foi tudo dolorido, vê sua mãe tentando ser forte para não assustar os seus irmãos e ela. E depois de sua morte as coisas começaram a apertar bastante, logo sua mãe procurou emprego na mesma fazenda onde seu pai trabalhava. - Eu sinto tanta falta dele. Diz sentindo às lágrimas descendo pelo seu rosto. - Eu sinto muito Madie. Ele diz e toca a sua mão apertando com carinho. - Se eu perdesse o meu pai meu mundo cairia. Diz acariciando a sua mão. - Mas eu era feliz lá, apesar de tudo. Fala com a voz emocionada. - Minha mãe é tudo para mim, eu faço tudo por ela. Continua após um breve silêncio. Noah sorri. - E você está aqui por ela. Fala baixo. - Sim, é verdade. Fala emocionada. - Qual é o seu maior sonho? Noah a pergunta. Madeleine morde o lábio pensativa. Ela sempre foi pés no chão, nunca se deu ao luxo de poder sonhar com algo que realmente queria, pois sempre se preocupou por coisas que seriam banais para uns até mesmo para o próprio Noah. - Não sei. Diz com sinceridade. - Não sabe? Nenhuma faculdade? Ou casar? Pergunta franzindo o cenho. - Eu nunca me dei o luxo de pensar sobre isso, para mim o mais importante sempre foi o bem estar da minha família. Fala e leva à colhe com o sorvete até a boca. - Mas agora as coisas mudaram, então você pode sonhar. Diz a olhando com intensidade. - Primeiro quero conseguir um emprego. Diz sorrindo de leve. - Minha mãe não está ajudando nessa parte não? Pergunta soltando uma risada. - Ela diz que não preciso me preocupar com isso, que sou a sua companhia. Fala retribuindo o sorriso. - Ela foi assim com a gente também. Fala e toma o sorvete. - Acho que não vou conseguir tomar esse sorvete todo. Ela diz e dá um risinho olhando a tigela quase cheia. - Nada disso, irá comer até explodir. Diz e gargalha baixinho.
         Como era bom estar com Noah ali conversando e rindo como bons amigos. Grace havia falado que ele sempre foi um cara bom, divertido e muito atencioso e naquele momento podia vê esses lados dele, e adorava cada um desses lados. Ele tomou todo o seu sorvete e quase a fez tomar o dela também, mas ela não conseguiria nem pôr mais uma colher em sua boca. - Vou pedir a conta. Ele diz e chama a loira oferecida que quase corre ao seu encontro. - A conta por favor. Ele pede e ela diz o valor. - Obrigada, volte sempre. A moça diz ao receber o dinheiro.
           Saíram da sorveteira e logo pegaram a estrada para ir ao bar Rashford. Noah nunca havia se divertido tanto ao lado de alguém como se divertiu com Madeleine. Ela era sincera e quando sorria toda a sua preocupação sumia daquele lindo rosto.
         Ele estacionou a moto em frente ao bar e após ajudá-la sair, se dirigiram para dentro. O bar ainda estava fechado e apenas Will se encontrava lá ajeitando mesas. - E aí Will. Noah diz cumprimentando-o. - Oi Noah, oi Madie. Will responde sorrindo para eles. - Veio dá uma ajudinha? Pergunta ajeitando as cadeiras ao redor da mesa. - É só uma visita Will. Noah diz sorrindo. - Fique à vontade Madie, se quiser ajudar nem precisa dizer. Fala e recebe um soco no braço de Noah. - Já basta explorar o Cris, agora quer fazer isso com a Madie? Pergunta fingindo irritação. Will gargalhou alto. - Primeiramente quem chamou o Cris foi você, e outra detalhe ele não é explorado, aliás ele sempre está por aqui. Fala e devolve o soco no braço do irmão. - Isso é verdade. Diz e faz uma careta. - Então chega de conversa e vem me ajudar que logo vamos abri. Diz e joga um pano em direção a ele que agarra no mesmo instante. - Eu que sou explorado aqui. Diz e sorri.
       Madeleine sentou-se em um banco em frente ao balcão dos drinks. Acompanhou atentamente Noah ajeitando cadeiras e limpando mesas, sempre trocando farpas com Will, era lindo de vê a união dos dois. Aquelas briguinhas não eram nada, eram coisas de irmãos. De vez em quando ele olhava para ela e sorria, um sorriso de fazer todo o seu corpo tremer. Podia ficar ali apenas olhando ele trabalhando, ele combinava com aquilo, fazia com amor mesmo sendo tão cansativo, mas pelo seu olhar ele estava realizado. Viu ele sumir pela porta que ficava atrás do balcão e logo voltar com duas garrafinhas de água, ele abre uma e anda em sua direção. - Quer água? Pergunta entregando a garrafinha. - Obrigada. Diz e a pega abrindo-a. - Já, já abriremos. Ele diz e dá um longo gole. Caramba! Até tomando água ele ficava sexy, assim não ficaria sã. - Logo a Jena chega por aqui. Ele diz e se apoia no balcão olhando-a atentamente. Madeleine toma um gole de sua água. - Pensei que os bares abriam somente à noite. Diz depois de um tempo. - A noite sempre é melhor, mas abrimos às dez da manhã e ficamos até o meio dia e só voltamos às seis da noite. Diz sorrindo de leve. - Entendi. Fala baixo. - Você nunca foi em um bar? Pergunta curioso. - Não, no Colorado as mulheres de família não frequentam esses tipos de lugares. Fala sem graça. - Sério? Ele a indaga franzindo o cenho. Madeleine apenas afirma com um gesto de cabeça. - Aqui não temos isso, acho que todos tem o direito de querer frequentar os lugares que querem. Fala sério. Madeleine estava indecisa em relação à qual expressão daquele rosto era mais linda, se era o sorriso tímido, ou o riso largo que fazia covinhas em seu rosto, ou a expressão séria, concentrada e até mesmo a expressão brava. Não, gostava de todas, não tinha sanidade para escolher isso.

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