eleven

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Os dois estavam esparramados na cama de Magnus. A casa dele era simples mas Alec adorava ficar ali. Trazia-lhe tanta paz, tanto conforto. Era por causa de Alec, ele tinha certeza.

— Eu gosto tanto de ficar abraçado com você assim... — Alec disse baixinho, quase sussurrando no ouvido de Magnus, o que lhe causou arrepios.

— Eu sei, eu também gosto — Magnus falou, abraçando Alec mais a ele. Não queria o soltar. Não queria nunca mais o deixar ir. Era viciado em Alec, não havia nada que ele não faria para ficar perto dele. Ele queria estar sempre com ele. Não tinha mais nenhuma dúvida sobre isso.

— Principalmente saber que eu sou o único que pode ver você desse jeito — Alec falou se referindo a Magnus que estava totalmente nu ao seu lado na cama. Magnus riu baixinho, fazendo carinho nos cabelos de Alec. Ele também gostava que apenas ele podia ver Alec daquela forma. Gostava que apenas Alec podia vê-lo daquele jeito. Ele gostava da intimidade que cada dia crescia mais entre eles. Os dois ficavam mais íntimos e com isso, mais apaixonados. Magnus sofria toda vez que Alec não estava por perto, ele queria Alec o tempo todo. Queria poder ouvir sua risada e olhar em seus olhos sempre, todos os minutos, todas as horas.

— Eu gostaria que você pudesse morar comigo — Magnus falou impulsivo. Era verdade, ele gostaria de poder acordar todos os dias e olhar Alec, gostaria de cozinhar ao lado dele, de tomar banho com ele. Gostaria de abraça-lo durante a noite, de poder ouvir sua respiração enquanto dormia.

Alec lhe olhou e riu. Magnus ficou sério.

— Espera, você tá falando sério? — Alec disse totalmente surpreso e já parando de rir. Magnus e olhou e sabia que as suas bochechas estavam corando. Ele olhou para o chão e suspirou.

— Estou... — Ele disse baixinho, Alec ficou em silêncio. Magnus não o olhou, estava com medo de olha-lo e ver algo que não queria. Medo de perde-lo. Magnus podia aguentar tudo, menos perder Alec.

— Magnus... — Alec disse, ele puxou o rosto de Magnus com as mãos e o fez lhe olhar. Ele tinham um olhar angustiado que fez o coração de Magnus doer. — Nós nunca poderemos.

Aquilo foi como se milhões de facas tivessem perfurado o seu coração. Magnus o olhou.

— Por que? Nós poderíamos dar um jeito... Ninguém precisaria saber o que somos e... — Alec o calou com um selinho. Magnus, apesar de amar beijar Alec, sabia que Alec apenas fez aquilo para o calar.

— Não podemos — Alec concluiu. Ele não parecia nem um pouco abatido. Magnus pensou que ouvir ele o dizer que queria morar junto poderia ser algo que fizesse Alec ter algum tipo de reação. Mas ele não expressava nada. Ele escondia seus sentimentos tão bem que Magnus odiava quando não podia desvenda-los. Magnus então ficou com raiva.

— Você nem sequer quer tentar — Magnus disse. — Você não quer? É isso? Não quer morar comigo?

Alec riu e Magnus ficou furioso.

— Pare com isso! — Magnus disse, quase gritando. — Você usa essa máscara fingindo que não está sentindo nada mas eu sei que é mentira! Pare de fingir, Alexander.

Alec estava sério agora, mas não dizia nada e isso incomodava Magnus. E então Alec levantou da cama e começou a se vestir, Magnus sentiu um pânico tomar conta de si e levantou também.

— O que você está fazendo? — Ele perguntou, em pé na frente de Alec, que nem o olhava.

— Me vestindo.

— Por que?

— Porque eu vou ir para casa.

— Alexander...

— Não! — Alec gritou e Magnus se assustou. — Você não pode fazer isso comigo!

Magnus o olhou confuso e um segundo depois Alec estava chorando. Magnus tentou saber o que fez de errado mas não conseguiu nada. Ele queria chorar também apenas por ver Alec naquela forma, ele queria poder abraçar ele mas Alec apenas parecia querer ficar longe dele. Magnus não entendia, ele queria tanto entender. Ele queria poder ajudar, ele não sabia pelo o que Alec estava chorando e vê-lo daquela forma estava quebrando o coração de Magnus em mil pedaços.

— Fazer o que? Eu só quero ficar com você! — Magnus disse, a ponto de chorar.

— Você sabe muito bem que nunca vamos ser isso — Alec falou e Magnus entendeu completamente o que “isso” significava. Eles  nunca poderiam ser reais. Nunca poderiam se casar, ter filhos, nunca poderiam andar de mãos dadas e dizer que namoravam, que eram noivos, que eram casados. Eles nunca poderiam ter nada. — Você não pode fazer isso, Magnus! É egoísta da sua parte me dar esperanças!

— Alec eu não quis...

— Você não pode me dar esperanças de ter algo a mais que isso! — Alec disse chorando. Ele socou a parede e Magnus foi até ele, abraçando-o. Alec tentou se desvencilhar, socando o peito de Magnus mas não adiantou, ele se derreteu no abraço de Magnus.

— Eu não queria te fazer chorar... — Magnus disse baixinho.

— Me deixe ir pra casa... — Alec pediu, mas ele ainda abraçava Magnus. Magnus negou com a cabeça. — É melhor parar agora, não acha? Antes que fique pior.

Magnus não queria acabar com nada. Ele estava chorando. Chorando de puro medo de perder Alec.

— Não... — Ele sussurrou, apertando Alec, seu Alec, contra o seu peito, sentindo o cheiro de seus cabelos e os molhando com suas próprias lágrimas.

— Me deixe ir, Magnus...

— Você não quer ir.

— Mas eu tenho que ir, é o melhor pra mim e o melhor pra você, amor — Alec disse baixinho, levantando o seu rosto e olhando para Magnus, sorrindo triste e lhe dando um selinho. Magnus segurou a cintura dele e o beijou com mais intensidade, seu coração doendo no peito e o prazer de beijar Alec estava correndo as suas veias. Após o beijo, os dois se separaram e ficaram com as testas coladas, respirando um contra o outro.

— Me deixe ir, Mags — Alec disse, Magnus negou com a cabeça. — Eu preciso.

Magnus não o soltou.

— Por favor me deixe ir — Alec falou. Ele forçou a si mesmo para fora do abraço de Magnus. — Eu te amo.

E então ele saiu. Magnus sentiu as lágrimas descerem com mais força e jogou algumas coisas na parede. Ele sabia que Alec tinha ouvido mas ele não voltou. Magnus chorou, quebrou o espelho, gritou e por fim, dormiu de tanto que os seus olhos estavam cansados. Quantos acordou se sentiu vazio. Ele realmente tinha perdido Alec? Ele não conseguia pensar em nada. Ele não jantou, ele não tomou banho. Ele apenas ficou na cama o dia todo, chorando e dormindo. Não conseguia acreditar que não tinha mais Alec. Ele não conseguia acreditar que tudo havia acabado. Ele não podia perder Alec, não podia ficar sem ele. Seu coração estava ardendo, seus lábios ainda lembravam do sabor doce de Alec. Seu coração clamava por ele. Magnus não queria mais nada, nada além de Alec.

Unholy (malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora